Levantamento consta no Relatório de Sustentabilidade divulgado pela companhia, em que faz um balanço de ações de governança, ambientais e sociais   A BrasilAgro, especializada na compra e venda de propriedades rurais e na produção de alimentos, fibras e bionergia, realizou o primeiro inventário de emissão de gases do efeito estufa, seguindo as diretrizes do Programa Brasileiro GHG Protocol. A iniciativa, que segue a premissa de atenção à agenda ESG (da sigla em inglês Environmental, Social, and corporate Governance), consta no Relatório de Sustentabilidade da Companhia. 

O documento traz dados do ano safra 2021/2022, período em que foram emitidas, segundo o inventário, 835.264,24 toneladas de CO2.  “Ainda que haja a necessidade de se tropicalizar as metodologias de mensuração de gases, já que as disponíveis atualmente foram criadas em ambiente diferente do nosso, em clima temperado, o documento reforça o compromisso da BrasilAgro com operações sustentáveis”, comenta André Guillaumon, CEO da BrasilAgro.  Segundo a companhia, o resultado passa agora por uma análise interna e deve indicar encaminhamentos para eventuais ajustes necessários na metodologia utilizada nas operações, com foco na redução ou compensação de gases.   “Em relação aos riscos regulatórios, trabalhamos para ser uma empresa ativa nos fóruns de decisões sobre as regulamentações e que busca estar próxima aos clientes, para compreender e atender às suas exigências e restrições. Além disso, temos priorizado a aquisição de pastagens degradadas ou subutilizadas, adaptando assim o modelo de negócios ao contexto de mudanças climáticas”, destaca Guillaumon, em mensagem no Relatório de Sustentabilidade.  O inventário abrange todas as operações agrícolas da companhia em solo brasileiro, além da matriz, que fica localizada em São Paulo. Não estão contempladas as unidades do Paraguai e da Bolívia.  “O contexto das mudanças climáticas também é uma excelente oportunidade de negócios para a BrasilAgro e para o agronegócio de modo geral. À medida que grande parte das indústrias tem buscado a redução ou compensação de suas emissões, existem aquelas atividades que deixam de emitir ou sequestram carbono”, completa a mensagem.   Os créditos de carbono, de sustentabilidade e de serviços ambientais, segundo a empresa, são considerados no cenário de negócios da companhia.  “Seja no mercado voluntário, ou no mercado futuramente regulado”, conclui.   

Iniciativas realizadas  

Dentro dos compromissos ESG, a BrasilAgro, em parceria com um dos fornecedores, a Bayer, e com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), participa do Projeto Carbono+. A companhia foi selecionada com outros 53 produtores, em 11 Estados do Brasil, para um estudo sobre o estoque de carbono no solo, por conta das boas práticas agrícolas utilizadas nas propriedades da empresa.   O projeto está sendo realizado na Fazenda Chaparral, que fica no município de Correntina, na Bahia, e permite evidenciar como a adoção de um modelo sustentável, como correções de solo, promoção de uso de culturas de cobertura de solo e rotação de culturas, contribuíram para a elevação do estoque de carbono na terra.  “Durante a última safra (2021/22), também participamos do evento Carbon Science Talks em que diversos profissionais experientes no tema, incluindo pesquisadores da Embrapa, universidades e corporações estiveram presentes para abordar os desafios e os principais aprendizados com relação ao tema, adquiridos no programa do PRO Carbono”, relembra Guillaumon no documento.  Ainda no campo das oportunidades, o documento destaca o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). A companhia mantém parceria com a Sumitomo Chemical, por meio do projeto PSA Soja Brasil, promovido pela ONG Tropical Forest Alliance, que prevê a criação de metodologia que permita reduzir a pegada de carbono nas plantações de soja.   Com outros 51 produtores de soja do Maranhão, a Fazenda São José, localizada em São Raimundo das Mangabeiras, participou do projeto, foi reconhecida e bonificada pelos serviços ambientais que suas áreas protegidas forneceram e pelo carbono que suas boas práticas agrícolas estocaram no solo.