Temperaturas mais frias favorecem a circulação de diversos vírus respiratórios

O retorno à obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes fechados em Belo Horizonte a partir desta terça-feira, 14 de junho, colocou a população em sinal de alerta para uma nova onda da pandemia de Covid-19, inclusive com casos de reinfecção de pessoas que já tiveram a doença e de outras tantas que já concluíram o ciclo vacinal.

De acordo com o médico infectologista do Hospital Evangélico de Belo Horizonte, Emerson Fonseca Braga, além da Covid-19, há outros agentes virais típicos das temperaturas mais frias como Influenza, Adenovírus, Rinovírus e Vírus Sincicial Respiratório (VSR) que têm uma circulação maior nesse período. Em outra frente, o relaxamento das medidas de proteção – uso de máscara, higiene das mãos e evitar aglomerações – também tem contribuído para o aumento da lista de pessoas contaminadas pelas síndromes respiratórias, entre elas a Covid-19.

“A vacina contra Covid-19 tem uma boa cobertura que pode não ser tão efetiva no caso das variantes, como é o caso da Omicron”, alerta. Assim, a realização de testes para detectar a causa da infecção é essencial para chegar ao agente viral responsável e início do tratamento mais adequado.

Etiqueta respiratória adequada

O médico defende que a população retome os bons hábitos de etiqueta respiratória que foram apresentados durante a pandemia. O uso de máscara quando há sintomas de síndromes respiratórias é uma medida de proteção que pode evitar a infecção de outras pessoas. Da mesma forma, evitar visitas nesses dias. “No caso de tosse, proteger a boca com as mãos não é o mais indicado. Manter as mãos higienizadas, não compartilhar objetos ou alimentos e evitar aglomerações e aquela conversa ao pé do ouvido são atitudes importantes que podem fazer a diferença no número de casos. Diferente de antes da pandemia, hoje as pessoas precisam ter uma postura mais cuidadosa”, justifica.

O grupo de risco para Covid-19 é o mesmo que pode sofrer mais com as outras síndromes respiratórias do momento. Além dos idosos, que têm uma imunidade mais vulnerável; pacientes com doenças crônicas degenerativas sem controle, como diabetes e hipertensão, problemas cardiopulmonares e reumatológicos; pessoas que foram submetidas a transplantes de órgãos ou que usam medicamentos que podem reduzir a resistência do organismo; aqueles que têm câncer em fase avançada ou estão em quimioterapia e os HIV positivos devem se resguardar.

Outro fator que pode explicar o aumento dos casos é a maior exposição das crianças. Segundo o infectologista, a parcela da população de até cinco anos não foi vacinada, mas está de volta às aulas presenciais, em contato direto com os colegas de sala. “Crianças se expõem muito mais que adultos e, uma vez infectadas, podem contaminar os adultos”, enfatiza Emerson Braga.

“Não é preciso ficar em pânico com a situação, mas basta adotar cuidados higiênicos adequados, mesmo com a vacina. E, em caso de sintomas mais graves como febre e diarreia, convém fazer o exame e pedir uma licença médica para ficar em casa por alguns dias”, constata.