Maristela Bretas

Mais aventura, menos fantasia. Este é “Dumbo”, o live-action que tem como principal foco as relações – em especial as familiares. A história do bebê elefante de grandes orelhas que sofre bullying, é separado da mãe, ganha amigos e uma nova família e é usado como atração por donos de circo inescrupulosos foi mantida. A nova versão, no entanto, tem uma abordagem mais humana e social que combina com os dias atuais. A diferença no roteiro será percebida por aqueles que assistiram a animação “Dumbo”, de 1941.

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O estilo do diretor Tim Burton, que também dirigiu “Alice no País das Maravilhas” (2010), do mesmo estúdio, é bem claro. “Dumbo” não tem o colorido e a magia do desenho, mas nem por isso deixa de remeter à infância e até faz chorar quando o bebê elefante voa pela primeira vez. Os ambientes são mais escuros, com figuras bizarras e o diretor explora imagens projetadas nas sombras e uma abordagem mais dura, apontando as fraquezas e virtudes dos personagens.

“Dumbo” está ótimo e entrega uma ótima produção em efeitos visuais, trilha sonora, figurino e fotografia. Intencional ou não, o parque de diversões Dreamland, do empresário de entretenimento V.A. Vandevere (Michael Keaton) utiliza muitas atrações semelhantes às do Epcot Center, na Disney World. Tem uma montanha-russa moderna (apesar de a história se passar em 1919) e o espaço Maravilhas da Ciência. Mas isso não tira o encanto do filme. O elenco também é de primeira linha e conta com nomes famosos como Collin Farrell, Eva Green, Danny DeVito, Michael Keaton e Alan Arkin.

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A história se passa em 1919, nos EUA. Holt Farrier (Colin Farrell) é uma ex-estrela de circo que retorna da Primeira Guerra Mundial sem parte do braço esquerdo. Sua esposa faleceu enquanto estava fora e agora precisa criar os dois filhos (interpretados por Nico Parker e Finley Hobbins). Agora ele é o encarregado de cuidar de uma elefanta prestes a parir. Quando o bebê nasce, todos ficam surpresos com o tamanho de suas orelhas. O pequeno Dumbo é desprezado e só as crianças o adoram. Até descobrir que pode voar graças às orelhas, tornando-se a atração do circo e despertando a cobiça de empresários do entretenimento.

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O filme traz várias mensagens, em especial para as famílias. Isso fica claro na ligação da mamãe Jumbo com o filhote Dumbo, nos conflitos entre Holt e seus filhos que só querem a atenção do pai, e até nas falas da bela Colette Marchand (Eva Green), estrela do espetáculo, que deixa claro a falta que faz na vida dela ter filhos.

Já Max Médici (Danny DeVito), o dono do circo onde Dumbo nasceu, considera a trupe o que há de mais importante na sua vida, mas muitas vezes deixa o dinheiro falar mais alto, mesmo quando alega que está fazendo o melhor para todos. Diferente de Vandevere, que quer ter Dumbo em seu show e não pensa duas vezes em descartar pessoas e separar famílias em nome do lucro, sem qualquer arrependimento.

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O filme do elefantinho mais fofo do cinema, com seus olhos azuis apaixonantes e que sabe voar vale a pena ser conferido, em família de preferência, para tirar boas lições de vida, bater palmas com as crianças e chorar sem sentir vergonha. Um alerta: crianças menores de 5 anos podem ficar inquietas com o filme por ser pouco colorido e com muita narração, mas irão se divertir com o personagem voador. A história será compreendida melhor pelos maiores.

Ficha técnica:
Direção: Tim Burton
Produção: Walt Disney Studios
Distribuição: Disney/ Buena Vista
Duração: 2h10
Gêneros: Aventura / Fantasia / Família
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 3,8 (0 a 5)