Ainda minoria dentro dos consultórios, os homens costumam ser mais resistentes à terapia. Isso porque o autocuidado e, principalmente, questões referentes à saúde mental ainda são tabu no universo masculino.

“Essa situação é resultado de uma construção cultural sobre a masculinidade que propaga uma série de preconceitos sobre o que um homem deve ou não fazer, excluindo qualquer tema relacionado a fragilidades”, explica Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT. “Inclusive, a cultura machista causa sofrimento para muitos homens, que não conseguem lidar com esta pressão da sociedade”, comenta o especialista.

“Apegados a esses valores equivocados, eles acreditam que expor sentimentos e procurar ajuda é um sinal de fraqueza”, diz Colombini. “Além disso, quando o assunto é saúde mental, o estigma é ainda maior, sendo comum problemas como a depressão e a ansiedade serem encarados como frescura”, ressalta.

O especialista alerta que, para o público masculino, a necessidade de iniciar um processo terapêutico é bastante recomendável, uma vez que, algumas vezes, emoções mal compreendidas podem acarretar questões mais graves, que precisam ser resolvidas.  “A terapia é um meio eficaz de as pessoas conseguirem quebrar paradigmas ultrapassados sobre masculinidade, acolhendo novas ideias e pontos de vista sobre si mesmos”, afirma o psicólogo.

O processo de autoconhecimento que a terapia oferece também ajuda os homens a compreenderem que se trata de preconceito enxergar o mundo e o sexo masculino sob uma ótica machista, combatendo, assim, a masculinidade tóxica.

Para mudar essa forma de pensar, o apoio de uma rede de suporte é essencial para auxiliar os homens a revelarem seus próprios sentimentos. “É preciso perceber que buscar ajuda é uma demonstração de coragem e jamais pode ser visto como sinal de fraqueza”, afirma o especialista. “Além disso, é fundamental desconstruir essa noção errada de masculinidade, ensinando os homens a lidar melhor com suas emoções”, conclui o CEO da Equipe AT.