A obesidade infantil é a nova realidade entre crianças brasileiras, isso é o dizem pediatras, nutricionistas e órgãos de saúde de todo o Brasil. A Política Nacional de Alimentação e Nutrição, (PNAN), reconheceu, em 2022, que a obesidade é, atualmente, um problema de saúde pública. Segundo o último levantamento do órgão, realizado em parceria com o SUS (Sistema Único de Saúde), mais de 340 mil crianças brasileiras entre 5 e 10 anos possuem obesidade. Outra pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que o Brasil tenha 11,3 milhões de crianças obesas até 2025, caso o Ministério da Saúde não encontre soluções eficientes para o problema nos próximos anos.
 

Para determinar se uma criança é obesa, é necessário calcular o índice de massa corporal (IMC). O IMC é uma medida que leva em consideração a altura e o peso das pessoas, sendo calculado o peso em quilogramas pela altura em metros ao quadro. Uma criança é considerada obesa quando seu IMC está acima do percentual 95 para seu sexo e idade. Por isso, é importante que os pais mantenham os filhos em consultas regulares com o médico-pediatra para, assim que o problema for diagnosticado, ele indicar o melhor caminho, com o auxílio de um nutricionista. Para a profissional de Nutrição da Faculdade Anhanguera, Amanda Vieira Costa, os altos índices são reflexo de maus hábitos alimentares entre crianças.
 

“O desequilíbrio entre consumo de alimentos e o gasto de calorias contribuem para esse quadro tão grave. Apesar de o fator da genética contribuir para essa estatística, o comportamento alimentar, sedentarismo, e prática de atividades físicas são de grande influência sobre o excesso de gordura corporal entre crianças”, comenta Amanda Vieira Costa. A OMS apontou também que 47% dos brasileiros estão sedentários, e que esse problema pode levar cerca de 500 milhões de pessoas a desenvolverem doenças cardíacas, obesidade, diabetes e outras doenças não transmissíveis até meados de 2030.
 

A recomendação dos especialistas é realizar, no mínimo, uma média de 60 minutos de atividade aeróbica moderada por dia para crianças e adolescentes e cerca de 150 e 300 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana para adultos. Para Amanda Vieira, com o desenvolvimento da tecnologia, muitas crianças e jovens ficam mais tempo no computador, celular, tablet e televisão o que, consequentemente, as afastam de atividades que desenvolvam sua parte física. A especialista afirma que o núcleo familiar pode contribuir para reverter o quadro, por meio de boas práticas e apoio do médico-pediatra.
 

“O núcleo familiar é muito importante para a criação de bons hábitos para crianças e jovens. Por isso, a família deve começar a se alimentar de maneira saudável e incluir em sua rotina atividades físicas, dando exemplo para as crianças desde cedo. Caso os pais identifiquem alguma alteração no comportamento alimentar nos filhos, o essencial é buscar apoio profissional do médico-pediatra, juntamente com o nutricionista”, completa a tutora da Faculdade Anhanguera.