Procedimento de transferência muscular de trapézio é alternativa para algumas lesões irreparáveis no ombro e foi realizada por equipe multidisciplinar no Hospital e Maternidade Vital Brazil (HMVB)

O ombro é uma articulação complexa, presa por músculos, que liga a cintura escapular ao membro superior. A movimentação do ombro é essencial para o exercício de atividades diárias do ser humano.  Uma lesão em alguma das estruturas dos músculos que o compõem pode provocar irritação, dores, fraqueza ou limitação nos movimentos do ombro. Em alguns casos, se os tendões lesionados forem antigos e rígidos (lesões tendíneas com grande retração), não existe forma de reparação muscular.

No último dia 12, o setor de ortopedia do Hospital e Maternidade Vital Brazil (HMVB), administrado pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX), em Timóteo, realizou um procedimento considerado pioneiro na cidade do Vale do Aço: uma cirurgia de transferência muscular de trapézio em uma paciente de quase 60 anos com lesão irreparável. Trapézio é um músculo que engloba desde a parte do pescoço até o meio das costas. Esse músculo ajuda braços e ombros a garantirem mais força e estabilidade, além de trazer mais simetria muscular ao corpo.

 “A técnica é muito complexa e relativamente nova, mas realizamos com muito sucesso pela primeira vez na região. É um orgulho para todos nós do HMVB estar à frente na ciência e trazer mais conforto e qualidade de vida aos pacientes”, comemora o cirurgião ortopedista da Fundação São Francisco Xavier, Evander Azevedo Grossi.

A cirurgia é realizada com o paciente deitado de lado, onde são feitas duas incisões, uma atrás do ombro e outra no bordo interno da escápula. Na escápula é identificado o trapézio inferior e um enxerto de dois tendões flexores do joelho é levado ao ombro. A cirurgia durou cerca de uma hora e meia e contou com o apoio de uma equipe multidisciplinar, entre cirurgiões, ortopedistas, auxiliares, anestesista e enfermeiros, num total de 7 pessoas.

A paciente ficou um dia internada em observação. “No pós-operatório, o braço é imobilizado em rotação externa por seis semanas. Ela será acompanhada ambulatorialmente, posteriormente submetida à fisioterapia e, tudo indica, que obterá ótimo resultado funcional”, conclui o cirurgião ortopedista.

Também participaram da cirurgia os ortopedistas Luís Henrique Vilela, Roberto Araújo Macedo, Thiago Miranda e Fabrício Timo.