Filipe Thales, do Viva Lagoinha, participa do Encontros com o Patrimônio e fala sobre ações de preservação e valorização de um dos bairros mais tradicionais de BH

No mês em que se celebra o Dia Nacional do Turismo, a Casa Fiat de Cultura realiza o Encontros com o Patrimônio online “Cultura e turismo na Lagoinha: a força da economia criativa”. Durante o evento será abordado o diálogo existente entre o patrimônio cultural e o turismo, além das relações entre as atividades turísticas, o desenvolvimento socioeconômico e a preservação patrimonial. O convidado é Filipe Thales, idealizador do Viva Lagoinha, que participará de um bate-papocom a historiadora e educadora do Programa Educativo da Casa Fiat de Cultura, Ana Carolina Ministério. O evento será realizado no domingo, dia 29 de maio, das 11h às 12h30, com participação gratuita e inscrições pela Sympla: https://bit.ly/CulturaTurismoLagoinha.

Nesta edição do Encontros com o Patrimônio, Ana Carolina Ministério começará contando a relação histórica entre o patrimônio e o turismo. Segundo a historiadora e educadora da Casa Fiat de Cultura, essa noção moderna do turismo, como uma consequência das sociedades industriais, surge no mesmo período da noção de patrimônio cultural, na França, com a Revolução Francesa. “E foi nessa época que se começou a perceber a importância de preservar os monumentos do passado”.

Ela ainda relembra que neste período, jovens de famílias inglesas muito ricas já faziam o intercâmbio, o que chamavam de Grand Tour, para se tornarem pessoas mais “cultas” e conhecedoras de outras culturas. “Desde o fim do século 18 e durante todo o século 19, parte da Europa se tornou um centro receptor do turismo cultural, como a cidade de Roma, na Itália, por exemplo. Então, esses jovens viajavam para conhecer a história, a arte, a estética e a literatura da Antiguidade Clássica. E é isso que chamamos de turismo cultural, atrativos que estão diretamente ligados ao patrimônio. Nesse momento, ainda relacionados à concepção de patrimônio histórico nacional”, pontua Ministério.

Também terá destaque as potencialidades que podem existir entre esses dois setores. Afinal, quando bem trabalhados, turismo e patrimônio podem ser indutores de desenvolvimento econômico. “O turismo nesses sítios patrimoniais pode ser sim uma fonte significativa de renda e de emprego para a população local, e de dinamização das cadeias produtivas. Se houver uma boa gestão, que coíba as ações predatórias, ele fomenta as atividades econômicas e contribui para a preservação da salvaguarda do patrimônio”, salienta Ana Carolina Ministério.

O convidado deste bate-papo, Filipe Thales, idealizador do Viva Lagoinha, vai compartilhar com o público suas ações de preservação e valorização do patrimônio imaterial e material de um dos bairros mais tradicionais de Belo Horizonte. “O bairro que deu origem à construção da cidade, acolheu os primeiros imigrantes e deu o carinhoso apelido de Copo Lagoinha ao tradicional copo americano, não poderia ser um lugar quieto”, salienta.

Antes da construção do complexo ferro-rodoviário, na década de 1980, a Lagoinha estava integrada ao centro de Belo Horizonte com seu comércio agitado, os botequins sempre abertos e cheios, suas pensões, o ribeirão Arrudas, o mercado, os camelôs, o barulho do trem e os cinemas Paissandu e São Geraldo, além da ligação com a atual rodoviária, onde também estavam a Feira de Amostras e a Rádio Inconfidência. “O rompimento do eixo centro-bairro marcou o início de uma fase de degradação e falta de investimentos na preservação do seu patrimônio, cultura, esporte, segurança e entretenimento. Mas, os moradores do bairro e integrantes do Viva Lagoinha – iniciativa que há dez anos conecta pessoas que acreditam na resiliência do território por meio de ações ligadas à economia criativa – enxergam ali muito mais oportunidades e riquezas que um olhar superficial pode identificar”, completa Filipe.

O Encontros com o Patrimônio “Cultura e turismo na Lagoinha: a força da economia criativa” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Fiat, do Banco Safra e da Usiminas, e co-patrocínio do Grupo Colorado. O evento tem apoio institucional do Circuito Liberdade, do Governo de Minas e do Governo Federal, além do apoio cultural do Programa Amigos da Casa, da Brose do Brasil e do Instituto Usiminas.