Ateliê Social” capacita mulheres para o trabalho com costura e fortalece o empreendedorismo feminino

A união entre linhas e agulhas que formam uma peça também pode costurar os sonhos de mulheres que buscam mais autonomia e uma oportunidade de geração de renda. Essa é a proposta do projeto Ateliê Social, que oferece cursos profissionalizantes de costura e estamparia, com duração de um ano, para mulheres do bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. A capacitação, idealizada pela ONG Casa de Mãe, fortalece o empreendedorismo feminino e tem participação gratuita. 

Seguindo os protocolos de segurança, o projeto retomou as atividades presenciais recentemente e, hoje, conta com 40 alunas. As mulheres se reúnem duas vezes por semana para aprender desde o básico, como ambientação com a máquina de costura, até modelagem, corte e serigrafia. “Elas criam moldes, confeccionam roupas e utilitários, desenham, estampam e costuram”, conta Michelle Pripas, diretora da ONG Casa de Mãe. Desde 2014, o Ateliê Social lança coleções próprias, criadas coletivamente sob inspiração de um tema que é trabalhado no decorrer dos cursos. 

Em 2019, 80% das participantes do projeto conseguiram gerar renda por meio do ofício aprendido no curso. “Esse é um projeto muito importante, pois ajuda a dar oportunidades para as mulheres, que, muitas vezes, têm mais dificuldades para se inserir no mercado de trabalho”, afirma Michelle. Ela explica que o projeto foi vencedor da edição 2020  do edital “Ideias para um Mundo Melhor” da Coca-Cola FEMSA Brasil e mantém parceria com a comunidade, que doa sobras de tecidos para serem utilizadas como matéria-prima nos projetos. 

Com o objetivo de fortalecer o empreendedorismo feminino, as mulheres que já participaram da capacitação profissional podem utilizar o espaço da ONG para confeccionar seus próprios produtos. A Casa de Mãe também atua como ponte para as empreendedoras conseguirem clientes. “Recebemos encomendas de empresas ou pessoas físicas que já conhecem o trabalho da ONG e direcionamos para elas, de acordo com o interesse de cada uma. E todo o lucro é delas; a ONG não fica com nada”, conta. As professoras orientam as empreendedoras nos projetos e tiram dúvidas sobre precificação, entre outras questões do universo empreendedor, mas sempre preservando a autonomia delas. “Nós damos suporte, mas são elas que resolvem todas as etapas do processo, inclusive o contato com o cliente”, conta.

Michelle ressalta que o projeto se apresenta como um ambiente de fortalecimento do protagonismo feminino e de valores de acolhimento com sensibilidade, responsabilidade e valorização da cultura popular. “Acho muito importante para a comunidade ter essa referência. Hoje, se uma mulher no bairro precisar de ajuda, ela pode nos procurar. Nós trabalhamos todos os anos para aperfeiçoar ainda mais o nosso trabalho e sermos uma rede de apoio para as mulheres do Jardim Canadá.”