Fonte: Assessoria de Imprensa Setra-BH

Como efeito da pandemia do coronavírus, a população mundial passou a se sentir insegura em muitos ambientes por conta do risco de contaminação. Além do medo, as pessoas passaram a conviver com a disseminação também das famosas fake news. Mesmo sem conhecimento técnico de determinadas áreas, muitas pessoas julgam, acreditam e disseminam boatos sobre qualquer coisa que possa colocar em risco a sua saúde.

Em relação ao ar condicionado dos ônibus coletivos, tem ocorrido muitos comentários afirmando ser ele um agente disseminador da Covid-19. Os passageiros quando entram nos ônibus e se depararam com janelas fechadas normalmente desconhecem as normas técnicas que envolvem o sistema de circulação de ar dentro dos veículos e do próprio aparelho de climatização.

O coronavírus se propaga por meio de gotículas, liberadas quando a pessoa que está com a doença fala, tosse ou espirra e do contato com superfícies infectadas. Como o vírus não fica suspenso no ar e não atinge grandes distâncias, o ar-condicionado não o capta, impossibilitando o contágio através do mesmo. Argumentando com o bom senso, poderíamos afirmar que se houver contaminação nos ônibus, todos que entrarem em qualquer hospital onde existam pacientes com a COVID-19 seriam infectados através dos sistemas de ar condicionado existentes nestes espaços.

A fabricante de ar condicionado ARCO Climatização, de Caxias do Sul (RS), empresa que equipa os ônibus da frota de Belo Horizonte, tem se empenhado em apresentar respostas à desinformação de que o ar condicionado seria prejudicial no transporte coletivo.

A empresa destaca que desde de 2011, as montadoras de ônibus do país obedecem dentre outras, a norma técnica ABNT NBR 15570/2011 que estabelece os níveis de troca de ar dentro do ônibus. Esta troca de ar se dá pelos sistemas próprios de ventilação e exaustão dos ônibus que são obrigatórios para todos os fabricantes de ônibus e o ar condicionado aumenta essa troca de ar.

Estes dois sistemas (ventilação e exaustão) fazem com que a troca de ar dentro dos ônibus seja muito maior que a troca de ar (por pessoa, considerando a ocupação máxima) dentro de um supermercado, restaurante ou farmácia e garante segurança e bem-estar aos passageiros do transporte coletivo. Lembrando que a eficiência da troca de ar só é alcançada com as janelas fechadas.

Segundo a Gerente Comercial da empresa, Adriana De Bastiani, as normas técnicas buscam melhorar a circulação de ar dentro do ônibus considerando a capacidade máxima de passageiros sentados e em pé. A circulação de ar no ônibus obedece aos critérios da norma ABNT NBR 15570/2011 e o conjunto do sistema pode atingir até 15 litros de ar renovado por segundo para cada passageiro enquanto no supermercado fica em aproximadamente 3 a 4 litros de ar por segundo. A elevada taxa de circulação proporciona um ambiente seguro e limpo.

Alinhada à informação da ARCO, Elie Fliss, pneumologista e pesquisadora sênior do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explica que o ar-condicionado não é um fator determinante para a propagação do vírus. “Não há subsídio científico nenhum para isso. Se fosse assim, todos os aparelhos, de casas ou escritórios, deveriam ser desligados”, diz. A principal medida, segundo Fliss, é evitar o contato físico com as pessoas, lavar bem as mãos e manter álcool em gel nos carros.

            Em nota, a maior montadora de ônibus do Brasil, a Marcopolo informa que desenvolveu um estudo em parceria com a Universidade de Caxias do Sul e comprovou que o sistema de ar-condicionado possui um desempenho acima dos padrões exigidos pelas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e também estão alinhados com as orientações e recomendações da Organização Mundial da Saúde e da Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento e Ar-condicionado (ASHRAE). Segundo a empresa, os veículos são equipados com dispositivos que abrangem sistemas naturais proporcionando uma renovação de ar até 63% maior do que a vazão exigida em estabelecimentos como supermercados, agências bancárias e saguão de aeroportos. A capacidade de renovação de ar dos dispositivos de ar-condicionado em ônibus, aliada a medidas de segurança como o distanciamento necessário, uso de máscaras e a correta higienização dos veículos e dos sistemas de climatização, é uma importante aliada na prevenção de doenças virais, como é o caso da Covid-19.

Ainda, conforme a ARCO e orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), ambientes climatizados devem ter os serviços de manutenção preventiva intensificados com a limpeza de dutos e filtros. E lembre-se, lave bem as mãos e use máscara.