Evento institucional contou com a participação do presidente e do vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) realizou, ontem (3 de agosto), mais uma edição do tradicional “Fim de Tarde Sinduscon-MG”, que reúne representantes de empresas associadas. O evento contou com a participação do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, e do vice-presidente da Área de Habitação de Interesse Social (CHIS) da entidade, Carlos Henrique Passos, que debateram os desafios enfrentados pela construção civil neste período de pandemia e o impacto na habitação de interesse social. Neste ano, devido ao isolamento social gerado pela pandemia de Covid-19, o Fim de Tarde é realizado exclusivamente em ambiente virtual.
“Nunca estivemos tão próximos como estamos hoje; é impressionante como os desafios enfrentados neste período fizeram com que o setor se tornasse mais unido”, afirmou o presidente do Sinduscon-MG, Geraldo Linhares, na abertura do evento. “Nós estamos trazendo a CBIC para mais perto dos nossos associados; essa é a nossa meta: ficarmos cada vez mais próximos”, declarou.
Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, a pandemia não só aproximou o setor como também criou ferramentas para reforçar esse relacionamento. “Essa é uma oportunidade ímpar para nós. Muitas vezes ficamos ligados no problema e esquecemos das oportunidades. A pandemia impulsionou o investimento em tecnologia; é hora de pensarmos na indústria 4.0 e tudo isso mostra que não podemos paralisar”, disse.
Ele destacou também a oportunidade de as empresas começarem a investir em obras de infraestrutura e saneamento. “Esse assunto nunca foi encarado como prioridade, mas agora podemos trabalhar em parceria com o governo para resolver essas pautas”, ressaltou. Estamos buscando formas de fazer com que as empresas brasileiras tenham competitividade nesse mercado”, complementou.
Segundo o vice-presidente da Área de Habitação de Interesse Social (CHIS) da CBIC, Carlos Henrique Passos, o pacote de medidas para crédito imobiliário anunciado pela Caixa contribuiu para que as obras não parassem. “Esse cenário foi decisivo para que pudéssemos ter esse ambiente de vendas bastante positivo para o setor”, afirmou. Ele citou ainda a criação da CHIS como fator determinante para aproximar o setor da instituição financeira. “Isso nos permitiu ter uma aproximação bem mais palpável para apresentar nossas ideias, nossas críticas e sugestões. Foi o que fizemos desde o início de março”, afirmou.
Passos também destacou a criação da Central de Recebíveis Imobiliários, em parceria com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e o Banco Central, que visa facilitar o acesso das empresas ao crédito. “Estamos trabalhando para que os nossos recebíveis imobiliários possam conquistar uma maior credibilidade junto aos agentes financeiros, sejam eles bancários ou não bancários, facilitando nosso processo de comercialização e reduzindo os preços por conta da redução dos riscos”, comentou. Ele explica que o sistema será um banco de cadastro positivo para as transações imobiliárias. “Esse registro permitirá às empresas construir a história dos seus créditos recebidos, das suas carteiras de contas a receber e, a partir daí, facilitar o processo de acesso a crédito.”
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, salientou que o comportamento das pessoas deverá mudar, ainda, no sentido de valorizarem mais a importância de ter um lar. “Diminuindo as despesas supérfluas, sobra dinheiro para comprar uma casa. As pessoas estão repensando: será que esse valor gasto todo mês com supérfluos não dá a prestação de um imóvel? O que a CBIC tem buscado é dar resultado para o setor em uma época em que todas as coisas estão mudando. O mundo literalmente mudou.”
Durante o encontro promovido pelo Sinduscon-MG, Martins também defendeu a manutenção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como forma de financiar construção e saneamento no Brasil, além de preservar o emprego dos trabalhadores brasileiros.