Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais celebra o bom momento e tem perspectivas de crescimento

Um das maiores cooperativas de laticínio do Brasil vive um momento histórico. A Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) completa, neste mês, 70 anos de atuação junto aos produtores mineiros. Desde 1948, quando o primeiro carregamento de leite entrou pelos portões da Usina Central, a cooperativa mantém sua tradição de abastecer o mercado consumidor, com uma extensa linha de produtos, várias fábricas, distribuição nacional e internacional. No dia 30 de novembro, a CCPR comemora seu compromisso com o cooperado em uma celebração na Casa Pampulha.

Ao longo desses setenta anos, várias cooperativas foram se associando à CCPR e hoje conta com 30 cooperadas singulares, sendo a maior do setor lácteo nacional e a terceira empresa no mercado brasileiro em termos de captação de leite, com um volume médio de 3 milhões de litros por dia. Para executar o recolhimento diário do leite, em Minas e Goiás, os caminhões percorrem 60 mil quilômetros, o que corresponde a uma volta e meia em torno da terra todos os dias. “Este modelo logístico é referência no país e sua eficiência demonstra um bom momento da CCPR, que tem planos futuros de captar leite para outros laticínios além da Itambé”, comenta Marcelo Candiotto, presidente da CCPR.

O leite captado é transformado em uma variedade de mais de 100 produtos de praticamente todas as linhas de derivados lácteos nas cinco unidades industriais da Companhia – quatro em Minas Gerais: Pará de Minas, Sete Lagoas, Guanhães e Uberlândia e uma em Goiás: Goiânia. Hoje, a CCPR é detentora de 100% da Itambé. Além disso, é monitorado através de um software desde a sua coleta nas fazendas até a entrega nas fábricas, garantindo assim a qualidade do produto e o cumprimento dos prazos de entrega. Ao todo, mais de 400 pessoas estão envolvidas, diariamente, na logística da captação do leite. “Foi por causa dessa precisão na operação que a Itambé pôde lançar no mercado um produto como o Natural Milk, que é envasado em até 24 horas após a ordenha, num processo três vezes mais curto que o do UHT regular que preserva o teor natural de gordura do leite”, comenta Candiotto.

Ao longo dos seus 70 anos de existência, a Cooperativa Central se diversificou para atender as necessidades dos produtores. Para processar o leite captado e agregar valor à produção dos cooperados, dois anos após a fundação da CCPR, em 1950, foi criada a empresa Itambé Laticínio que possui hoje um diversificado mix de produtos: são mais de 190 itens da marca nas linhas de iogurte, requeijão, manteiga, bebidas lácteas, creme de leite e leite em pó, além de compostos. Em 1956, foi criada a CCPR Armazém para oferecer aos cooperados todos os insumos necessários no manejo do rebanho. Já a CCPR Rações surgiu em 1982 para fornecer linhas completas de nutrição animal.

Cooperativa na sua essência e empresa orientada para o mercado na sua ação, a CCPR representa hoje o modelo de cooperativa central que deu certo, com gestão moderna, visão de mercado e a expertise na captação de leite. Com mais de cinco mil produtores de leite de Minas Gerais e Goiás, a CCPR possui 550 colaboradores. A organização também tem um papel social importante sendo uma das principais distribuidoras de renda no interior de Minas.

O cuidado com a qualidade dos produtos da cooperativa começa no produtor de leite. São produtores familiares que têm no leite em geral a sua única fonte de renda. Todos os dias a bebida é buscada nas propriedades de cada cooperado passa por modernas fábricas e se transforma em mais uma centena de derivados, para ser consumido em todas as regiões brasileiras e em mais sessenta países.

Geração de emprego e renda são os grandes resultados da CCPR nesses setenta anos. São mais de 10 mil empregos diretos permanentes, gerados em 5 mil propriedades cooperadas, 1 fábrica de rações, 16 armazéns e 5 postos de suprimento de leite. Esses números se multiplicam quando se considera os empregos indiretos, garantindo o desenvolvimento regional. Esse complexo, criado e desenvolvimento em sete décadas, é fonte de estabilidade econômica e social de famílias, de cidades e de regiões, no interior de Minas Gerais e Goiás.

A cooperativa mantêm contínuo investimento na expansão de sua capacidade, como forma de estar em sintonia com o crescimento da produção de seus cooperados, diversificando sua atividade ao incorporar o processamento de ração.

Um pouco da história

Contar a história da cooperativa é contar um pouco da história de Belo Horizonte. Fundada no início da industrialização brasileira, a CCPR surgiu após um convite do governo de Minas para a união de cooperativas do interior mineiro a fim de acabar com o problema de abastecimento de leite na capital. A cooperativa acompanhou a transição brasileira de um país com escassez de alimentos à um país da abundância e do agronegócio, e ajudou a escrever essa história. De empresa regional, logo, tornou-se nacional, sendo hoje referência no segmento de laticínios.

Em 1944, o Governo do Estado de Minas Gerais inaugurou a Usina Central de Leite, uma empresa voltada para o processamento e distribuição de leite para os mineiros. Quatro anos depois o Governo mineiro resolveu transferir seu controle para uma recém-criada Central formada por seis Cooperativas Singulares, surgindo assim a Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR), em 1948.

A Usina Central de Leite foi construída pelo Governo de Minas para resolver o grave problema de abastecimento que a capital enfrentava, após a Segunda Guerra Mundial. Como a cidade crescia a uma velocidade espantosa, constantemente havia falta de leite. O governo de Minas, então, percebeu que precisava entregar essa usina aos produtores e lançou o desafio a um grupo de líderes.

A localização da usina era estratégica, próxima da linha férrea por onde chegavam os latões de leite do interior do Estado, em tempos em que o Brasil ainda era carente de estradas. Na mesma época em que saíam os primeiros carregamentos de garrafas de leite pasteurizado para serem distribuídos em Belo Horizonte, criou-se a marca “Itambé”, em 1950, que em tupi significa “pedra afiada”, uma alusão à rua onde a sede está instalada até os dias de hoje. Há toda uma geração que cresceu consumindo o “leite da vaquinha” produzido pelos cooperados da CCPR. O leite, naquela época, chegava à mesa do consumidor em garrafas de vidro, distribuídas nas primeiras horas do dia, eram recolhidas à tarde.

Passados 70 anos de sua fundação, a CCPR ganhou reconhecimento do mercado e abastece não somente Belo Horizonte, como era o seu propósito inicial, mas o Brasil e diferentes mercados do mundo. Todo dia o leite sai da propriedade do cooperado para ser consumido em mais de 62 países.