A mineira Mercatório oferece soluções tecnológicas para empresários e investidores atuarem em um mercado estimado de mais de R$ 150 bilhões

A possibilidade recente de pagar dívidas tributárias com os precatórios, ordens emitidas pelo Judiciário para a quitação de débitos do Estado decorrentes de uma condenação judicial definitiva, tem levado empresários e investidores a acompanharem a evolução desse mercado bilionário, estimado em mais de R$ 150 bilhões.
Essa forma de pagamento ganhou, no ano passado, mais força na legislação brasileira com a promulgação da emenda constitucional 99 que autorizou a compensação dos tributos municipais e estaduais independente de regulamentação própria. Comparado com cinco anos atrás, o mercado de venda de precatórios encontra-se atualmente bem aquecido. Os valores pagos na venda de precatórios federais, estaduais, distritais e municipais chegaram a um novo patamar. Os precatórios da União são ao mais valorizados, chegando a valer entre 65 e 85% do seu valor líquido.
Com o objetivo de mudar a forma como as pessoas observam e negociam no mercado de precatórios, foi criada em Minas Gerais, por quatro empreendedores jovens, a Mercatório. A empresa desenvolveu uma plataforma exclusiva que busca no mercado e nos Tribunais de Justiça, informações para os credores e soluções tecnológicas para os compradores.
“Somos uma empresa de Belo Horizonte, do San Pedro Valley, que mesmo com pouco tempo de existência iniciamos nossa trajetória com um grande desafio: ser uma nova solução para o mercado de Precatórios”, explica o Diretor Operacional da Mercatório, Breno Rodrigues.
Segundo Rodrigues, o mercado de precatórios ainda é um desconhecido para grande parte do público. Ele aponta que várias oportunidades de negócios não são concluídas por falta de informação e de confiança entre as partes. A expectativa da Mercatório é que trazendo tecnologia para esse mercado, um maior número de negociações aconteça, já que a plataforma criada pela empresa, oferece soluções em todas as fases, de pesquisa a negociação, de análise do processo até a conexão e a transferência de valores.
“A Mercatório busca os dados que estão dispersos em várias fontes e agrupa as informações facilitando a tomada de decisão do comprador. Verificamos que faltava informação para todas as partes e fases envolvidas no negócio. Os compradores tinham que lidar com sites de tribunais instáveis e que às vezes não traziam todas as informações necessárias para a concretização do negócio. Já os credores que vendiam os precatórios não sabiam onde encontrar as informações sobre seu processo e nem como atualizar o valor do crédito”, explica Rodrigues.
Para utilizar a plataforma do Mercatório, os clientes pagam mensalidade, o valor é de acordo com o porte e número de usuários. A plataforma é customizada de acordo com o perfil e necessidade do cliente. Os interessados podem testar a ferramenta por três meses e customizá-la ao final do período.
A ideia de criar a Mercatório surgiu no evento Startup Weekend promovido pelo Google, quando os quatro sócios-fundadores se conheceram. A empresa começou em um programa de pré-aceleração de startups em Minas Gerais, chamado Lemonade no ano passado. Neste ano participou do Programa InovAtiva Brasil, o maior programa de aceleração de startups do Brasil, promovido pelo Sebrae, onde a empresa foi destaque na categoria de Tecnologia da Informação e Comunicação, Setor Financeiro Logística, Mídia e Serviços. No Programa FIEMGlab, promovido pela Federação das Indústrias de Minas Gerais, a empresa foi escolhida entre as 35 melhores startups do país. Recentemente ela foi destaque no Darwin Startups, um programa de aceleração em Florianópolis promovido pela Cventures que tem como investidores a Neoway, RTM e a Grupo da Bolsa de Valores – B3.
Depois de um ano de mercado, a empresa já atende clientes de grande porte como o BTG Pactual e o Banco Bonsucesso, atual BS2. A expectativa da empresa é de crescer 250% no segundo ano de operações, ultrapassando R$ 1 milhão no faturamento.