O começo de ano costuma ser igual para muitos brasileiros: os gastos com Natal, Réveillon e férias se juntam às despesas com matrícula, uniforme e material escolar dos filhos, IPTU e IPVA. O problema é que nem sempre essa conta fecha, porque muitos se esquecem da importância de se fazer um bom planejamento financeiro e ter em mente que os meses de janeiro a março são períodos de maior despesa.
Para não se perder nas contas e continuar no azul, o professor de contabilidade e coordenador do Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal do Centro Universitário Estácio de Belo Horizonte, Miguel Arcanjo ensina algumas dicas. “Antes de tudo, esteja preparado para esse período de gastos e procure economizar, reserve o dinheiro extra de restituição do IR, férias e décimo terceiro”, explica o professor. Outra dica do especialista é pegar as contas atrasadas e ou que estão prestes a vencer. “Evite os juros das dívidas, que são maiores do que os juros recebidos nas aplicações financeiras. Depois de pagar as dívidas, quando as próximas contas chegarem, analise o que é possível ser feito”, afirma.
Sobre IPTU (obrigação de quem tem imóvel) e IPVA (obrigação de quem tem veículo), todos os especialistas concordam que vale a pena pagar à vista os dois impostos. “O desconto para a quitação de uma vez é bem significativo. Em alguns estados ele pode chegar a 6%”, aponta Miguel Arcanjo. Com relação a material escolar, o especialista salienta que pesquisar é a palavra de ordem, buscando sempre os melhores preços. E isso quer dizer pesquisar tudo, até mesmo um simples lápis. “Também vale buscar estabelecimentos de livros usados que podem resultar em uma economia de até 50%. Negocie desconto para pagamento à vista, mas se não for possível parcele desde que não haja juros embutidos”, esclarece.
Miguel Arcanjo lembra que, se o consumidor não tiver nenhuma reserva, pode recorrer ao dinheiro poupado, mas com muita cautela porque, segundo ele, “o dinheiro de poupança ou de aplicação só deve ser usado para emergências e imprevistos.”