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Cenas de resgate dos soldados no mar durante os ataques impressionam pela qualidade dos efeitos visuais (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

O roteiro é perfeito, uma direção impecável, uma fotografia que explora todos os ângulos das belas locações e efeitos visuais que fazem os cabelos do braço arrepiar. “Dunkirk” é tudo isso e ainda conta com direção, roteiro e produção do grande Christopher Nolan, num de seus melhores trabalhos. Responsável por sucessos como “Interestelar”, “A Origem” e “Batman, o Cavaleiro das Trevas”, o diretor usou e abusou do que havia de melhor em tecnologia e pessoal para contar nesta grandiosa produção uma história real passada na 2ª Guerra Mundial, quando quase 400 mil soldados ingleses e aliados ficaram cercados por tropas inimigas e foram salvos por civis.

A história se passa em 1940, na praia de Dunquerque (em inglês, Dunkirk), localizada no lado francês do Canal da Mancha, e mostra batalhas aéreas, em terra e no mar. Os heróis são pessoas comuns e jovens soldados e, em momento algum, o inimigo tem um rosto, todos são vítimas de uma guerra sangrenta. Jovens despreparados tentando voltar vivos para casa, aguardando o socorro chegar pelo mar, enfileirados no píer da praia sem qualquer proteção. A cada tentativa de resgate, um ataque arrasador do inimigo só aumenta a angústia e o número de corpos na areia e nas águas.

 

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Comandantes e soldados tentam sobreviver, mesmo que isso custe deixar outros para trás. O roteiro se preocupa em mostrar o ser humano envolvido no conflito, o soldado que não quer ou não pode desistir, a frieza com relação à morte e os traumas que a guerra deixa em cada um. Grandiosidade nas cenas sem esquecer que as pessoas são o principal da história.

“Dunkirk” é um filme que segue uma cronologia a partir dos pontos de vista de diversos personagens. Um ataque aéreo, por exemplo, é mostrado de diversos ângulos, de uma forma incrivelmente realista, sem seguir uma linha de tempo linear. A cena pode ser vista de dentro do cockpit do avião, ou acompanhada pelos ocupantes de um dos barcos de resgate, ou pelos soldados que estão na praia. No início, o espectador pode ficar um pouco confuso com esta forma escolhida para narrar os fatos, mas o roteiro foi muito bem amarrado por Nolan.

 

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Para dar maior realismo, o diretor combinou a sofisticada tecnologia IMAX e filme 65mm, obtendo um resultado é excepcional. Fica difícil dizer quais cenas chamam mais atenção, as de combates aéreos ou os ataques aos navios e aos soldados no píer. “Dunkirk” é uma produção que vale a pena pagar mais caro o ingresso para assistir no formato IMAX. Clique aqui para conferir este vídeo especial mostrando como foram as filmagens usando estas câmeras especiais.

E o realismo da produção surpreendeu até mesmo atores tarimbados como Mark Rylance, ganhador do Oscar em 2015 por “A Ponte dos Espiões”, e Kenneth Branagh, que tiveram a oportunidade de ver aviões de caça como o Supermarine Spitfire, da 2ª Guerra Mundial, no ar, em plena ação. Além deles, estão entre os conhecidos Tom Hardy e Cillian Murphy. O elenco jovem não fica em nada a dever para os veteranos. Destaque para o estreante Fionn Whitehead, no papel do soldado inglês Tommy, que conduz a história. De olhar expressivo, consegue passar para o espectador o desespero dos jovens soldados como ele em voltar vivos para casa. Também com boas atuações os atores britânicos Jack Lowden, Harry Styles, Aneurin Barnard e James d´Arcy como militares ingleses, além do irlandês Barry Keoghan.

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“Dunkirk” conta a história da Batalha de Dunquerque durante a 2ª Guerra Mundial que durou dez dias, quando quase 400 mil soldados ingleses e aliados ficaram encurralados na praia pelos alemães, com o mar em suas costas. Enquanto aguardavam o resgate pela Marinha, aviões de combate da Força Aérea Real Britânica tentavam proteger os navios e os soldados indefesos na praia dos ataques do inimigo. Sem poder contar com a frota inglesa no socorro, moradores ingleses se unem e saem em pequenas embarcações para uma desesperada ação de resgate, na tentativa de salvar o maior número possível de militares.

Tenso, envolvente do início ao fim e com uma ótima trilha sonora, “Dunkirk” é imperdível, um dos melhores filmes de guerra da última safra. Merece ser um dos indicados na disputa por várias categorias do Oscar 2018. Filmado em locações na França, Holanda, Reino Unido e Los Angeles, está em exibição em diversos cinemas da cidade nos formatos 2D e IMAX, nas versões dublada e legendada.

Ficha técnica:
Direção roteiro e produção: Christopher Nolan
Produção: Syncopy / Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h47
Gêneros: Guerra / Histórico / Drama
Países: EUA / França / Reino Unido / Holanda
Classificação: 14 anos
Nota: 5 (0 a 5)