Dentro de três anos, a RAI terá evoluído de simples sobreposições textuais em hologramas discretos para réplicas virtuais inteiras da realidade

 

Ivan Preti* Via Computerworld

Há pouco mais de uma década era difícil de imaginar que um único dispositivo portátil seria capaz de realizar chamadas de áudio e vídeo, solicitar um táxi, reservar hotéis e até abrir contas bancárias, operações que hoje qualquer smartphone faz e são consideradas normais em nosso cotidiano. A explosão do smartphone fez com que empresas e usuários moldassem a forma de se organizar e conviver, reinventando serviços existentes e muitas vezes criando novos. Dentro desse contexto de revolução digital ainda em curso, qual será o próximo passo?

A resposta está na sigla: RAI (ou AR, em inglês), que significa realidade aumentada interativa. Essa é uma das tecnologias que mais impactará os negócios e as relações humanas nos próximos anos, transformando consideravelmente as atividades do dia-a-dia por meio da integração do real com o virtual.

A RAI permite ao usuário perceber, remotamente, mais do que o puro ambiente físico em que se encontra. Ela pode oferecer diversos serviços e informações por meio de hologramas interativos controlados por gesto ou voz.

O conceito de realidade aumentada, antes conhecido como realidade virtual, existe desde a década de 1960, porém, só com a consolidação e o desenvolvimento de smartphones e tablets todo seu potencial se tornou palpável. Hoje, já podemos conferir essa tecnologia de perto em produtos voltados ao entretenimento, como os óculos de realidade aumentada.

Em pouco tempo, o que hoje é apenas diversão será coisa de gente grande. Em até três anos, a RAI terá ultrapassado suas capacidades atuais e evoluído de simples sobreposições textuais em hologramas discretos para réplicas virtuais inteiras da realidade, cujos efeitos especiais estarão no nível da qualidade dos filmes e imperceptivelmente irão se misturar com a realidade.

Tudo isso irá desencadear uma quantidade incontável de conteúdo digital a ser gerenciado em tempo real, num volume que nenhum dispositivo será capaz de administrar. A solução mais viável será centralizar o armazenamento e gestão de dados com o objetivo de atender à demanda, em outras palavras, tudo estará na nuvem.

Segundo a publicação científica global Journey 2020, desenvolvida pela comunidade científica da Atos, a onda da realidade aumentada interativa possibilitará que novas ideias se tornem realidade na rotina de diversos profissionais e segmentos. Abaixo alguns exemplos de casos de uso separados por setor:

. Saúde: Cirurgiões poderão ver ultrassons de órgãos enquanto os operam;

. Corporativo: Funcionários de um escritório comum poderão ter apenas representações holográficas de arquivos que podem ser manipulados via holograma. Por exemplo, jogue na lixeira uma pasta se quiser excluí-la. Quer reorganizar os arquivos? Arraste-os;

. Automotivo: Projetistas de plantas automotivas poderão analisar elementos de construção, planejar linhas de produção e oficinas, comparar variações e verificar peças em um mundo simulado;

. Varejo: Consumidores serão capazes de obter resenhas e preços de produtos enquanto caminham por uma rua comercial, identificando oportunidades de compra sem nem mesmo entrar fisicamente no estabelecimento.

Falando em próximos passos, prevê-se que a velocidade dessa transformação dependerá da aderência e da ousadia do mercado. Considerando um cenário otimista, assim como aconteceu com a tecnologia do smartphone há quase uma década, é possível estimar que até 2020 a RAI tenha um potencial de atingir até um bilhão de usuários.

Dada esta estimativa estamos à beira de uma nova revolução digital que alterará os modelos de negócio digitais e de gestão ainda em evolução tanto nos segmentos B2B e B2C, exigindo investimentos focados a maximizar os benefícios desta nova tecnologia. Você está pronto para começar?

* Ivan Preti é strategic sales da Atos Brasil.