Com patrocínio da J. Mendes e do Instituto Unimed-BH, nova montagem celebra os 30 anos da companhia mineira e seu reencontro com o público belo-horizontino, na rua, em grande musical de atores e bonecos.
No dia 17 de setembro, sábado, o Parque Municipal de Belo Horizonte se transforma em palco para celebrar os 30 anos do Grupo de Teatro Armatrux, com estreia de “Nhoque”. Nova montagem da companhia oferece ao público da capital mineira um grande musical no estilo Armatrux e seu teatro de imagens. Em cena, atores, uma banda de bonecos, projeções, dança e muita música. No repertório, assinado por John Ulhoa (Pato Fu) e Richard Neves, clássicos de Tim Maia, Vander Lee, Sidney Magal e Evaldo Braga, e ainda, composições exclusivas. A direção geral é de Paula Manata. A cantora Júlia Tizumba, que interpreta a boneca Mafalda Jackson, é convidada da noite. A apresentação começa às 19h. Os ingressos são gratuitos e a retirada ocorre uma hora antes do início da sessão, na entrada principal do parque (Av. Afonso Pena, 1377 – Centro, Belo Horizonte). O evento tem capacidade máxima para 700 pessoas e está sujeito à lotação. Classificação indicativa: livre. Este projeto é realizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura e patrocínio da J. Mendes, e com recursos da Lei Municipal de Incentivo Cultura e patrocínio do Instituto Unimed-BH.
“A rua é onde o grupo começou seus trabalhos há três décadas. Uma forma democrática e circular de diálogo. A rua é o espaço mais social, onde todos podem se expressar, onde todos têm o mesmo direito, onde as diferenças se tornam menores”, contextualiza a diretora Paula Manata. Segundo a fundadora da companhia, “Nhoque” celebra o aniversário do grupo e traz ainda reflexões sobre a importância da arte e dos artistas nos dias de hoje. “É um convite a refletir sobre os nossos tempos, uma brincadeira séria. Um show para divertir o público de todas as idades, e que propõe perguntas sobre o que significa ser um grupo de arte nos dias atuais, em um país como o Brasil”, conta.
A encenação do musical chama a atenção pela versatilidade de linguagens e primor técnico, que, para a atriz Tina Dias, é resultado de muito trabalho em grupo: “Nhoque é bem contemporâneo e representa a construção de linguagem desses 30 anos do Armatrux. O público se depara com a dança, o teatro físico, a música, a manipulação de objetos e de bonecos, linguagens que fomos experimentando em nossos espetáculos e aprimorando ao longo do tempo, e que, neste trabalho, aparecem em cena com a mesma importância”, afirma.
Durante o show-espetáculo, o público vai se emocionar com sucessos que marcaram os anos 70 e 80, entre eles, “Escrito nas estrelas”, “Meu sangue ferve por você”, “Sossego”, “Sorria, sorria”, e ainda, músicas autorais compostas especialmente para a montagem. A canção-tema intitulada Nhoque – de autoria do guitarrista John Ulhoa – propõe uma brincadeira sobre a vida e o ofício dos músicos. “Nhoque é uma sátira ao rock mais clichê, é feita em cima do riff mais básico de guitarra que alguém pode aprender. É perfeita pro Jão de Jones (boneco), o momento perfeito pra ele brilhar. Ao mesmo tempo, acho que transmite para crianças uma espécie de fundamento do rock, esse estilo que na verdade já é vovô”, conta John Ulhoa. Paula Manata acrescenta que “Nhoque também nos remete a coisa boa, gostosa de comer, de fácil digestão, assim como esse espetáculo e suas canções”, diz.
Conhecido também em todo Brasil por sua banda de bonecos, Armatrux retoma a linguagem no novo trabalho, só que com outros contornos. “Quem manipula os bonecos são os atores, mas criamos a ilusão para o público, numa grande brincadeira, em que ora o boneco é o ator, ora o ator é o boneco”, diz Tina Dias. A atriz divide cena com Rogério Araújo, Cristiano Araújo, Raquel Pedras, Diony Moreira, Y.umi e Pablo Xavier que manipulam, dançam e se divertem lançando seus corpos no espaço, em movimentos livres e coreografados. A banda de bonecos é formada por DJ Montana (DJ, tecladista e vocal), Tenório Jackson (vocalista), Mafalda Jackson (vocalista), Jão D’Jones (guitarra e vocal), Noel (baixo e vocal) e Cabeça e mentalidade (cantores convidados), alguns deles interpretados nas vozes de Maurício Tizumba e Júlia Tizumba. “O boneco somos nós. É também um pedaço de espuma, é um pedaço de madeira; são objetos manipuláveis. O boneco é um grande ator, aquele que se permite ser manipulado, aquele que nos possibilita a criação, a criatividade, a ilusão”, acrescenta Paula Manata.
Os bonecos foram criados pelo designer e desenhista Conrado Almada e confeccionados pelo bonequeiro Dudu Félix (Pigmaleão). A direção de arte de “Nhoque” é de Paula Manata, Rogério Araújo e Cristiano Araújo. Cristiano também assina o desenho de luz. A concepção do cenário é de autoria de Camila Buzelin, os figurinos de Rimenna Procópio e coreografias de Eliatrice Gischewski. A criação de trilha sonora está à cargo de John Ulhoa e Richard Neves e a direção geral do musical é da atriz e fundadora da companhia Paula Manata.