O Carnaval de rua em Belo Horizonte se tornou uma das maiores festas populares do Brasil. Em 2020, a cidade espera receber cerca de 5 milhões de foliões durante o período oficial, que começou no sábado (8) e vai até o dia 1º de março. Esse número supera os últimos três anos: em 2017 foram 3 milhões, em 2018, 3,8 milhões e, em 2019, 4,3 milhões de pessoas que se divertiram nas ruas da capital.
De olho nesse movimento, mais da metade dos empresários (66,7%) acredita que o período será positivo para as cadeias de comércio, serviços e turismo. O maior número de turistas na cidade (66,7%) e o crescente movimento nos estabelecimentos (16,7%) são alguns dos motivos de otimismo apontados pelos empresários, que esperam um volume de vendas superior ao registrado em 2019. É o que mostra a pesquisa Expectativas para o Carnaval 2020, realizada pela área de Estudos Econômicos e o setor de Negócios Turísticos da Fecomércio MG.
A analista de turismo da Fecomércio MG, Milena Soares, explica que o Carnaval de BH se tornou uma data especial para as empresas do setor terciário investirem no turístico. Ela explica que é uma ótima oportunidade para fidelizar os turistas e, assim, conquistar um público fiel de clientes, que retornam anualmente. Além disso, é preciso atrair também os moradores da capital. “Pensando nisso, as ações devem promover uma experiência positiva, como um bom atendimento e prestação de serviço, pois esse pode ser um dos motivos determinantes para que o visitante retorne ou indique o local para os seus amigos e parentes”, observa.
Entre os entrevistados, mais da metade (51,8%) espera um movimento maior durante todo o período da folia do Momo, já 42,3% nas festas que antecede e 25,5% durante a passagens dos blocos na região. Com relação a forma de pagamento, os empresários acreditam que o cartão de crédito será a principal forma de pagamento (64,5%), seguido pelas compras no débito (23,3%) e no dinheiro (11,1%).
A analista de pesquisa da Federação, Letícia Marrara, acredita o cenário atual está favorável ao turismo interno. “Observamos um aumento no fluxo de turistas nacionais, principalmente pela alta do dólar, o que favorece o setor, impactando, principalmente, as atividades econômicas. Além disso, o Carnaval já é considerado pelos empresários como um período de grandes oportunidades de vendas. E para atender essa demanda, o varejo oferece itens que normalmente não são vendidos no decorrer do ano, como kits, e ainda realiza promoções pontuais”, explica Letícia.
Durante o período de Carnaval deste ano, 48,9% das empresas entrevistadas estarão em atividade. Entre as que irão funcionar durante as festividades, 69,9% abrirão todos os dias e 68,6% realizaram ou irão realizar algum investimento para a data. Dentre as ações citadas pelos entrevistados estão: o aumento do estoque dos produtos do comércio (49,6%); a venda de produtos habitualmente não comercializados (32,8%); o treinamento de funcionários (32,8%); a ampliação da área de vendas da loja (22,6%) e a contratação de temporários (5,8%).
Dados da CNC
Com todas essas ações, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), estima que Minas Gerais movimente R$ 809,7 milhões com a folia, ficando atrás dos Estados do Rio de Janeiro (R$ 2,68 bilhões), São Paulo (R$ 1,94 bilhão) e Bahia (R$ 1,36 bilhão). Os segmentos de alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes, transporte rodoviário e os serviços de alojamento em hotéis e pousadas responderão por mais de 88% da receita gerada com o maior feriado do calendário nacional.
Sobre a pesquisa
A área de Estudos Econômicos e o setor de Negócios Turísticos da Fecomércio MG realizaram esta análise com o intuito de identificar as expectativas para o período de Carnaval e captar oportunidades de negócios para o comércio varejista. A pesquisa Expectativas para o Carnaval 2020 ouviu empresas de alguns segmentos do comércio varejista impactados pelo período, localizadas em regiões de maior circulação de pessoas durante as festas de rua na cidade, de acordo com a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur). O questionário foi aplicado para 280 empresas de 17 bairros que compõem as Regiões Centro-Sul, Leste e Oeste, entre os dias 28 de janeiro e 13 de fevereiro de 2020.