Nos dias 4 e 5 de abril, às 20h30, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais recebe, pela primeira vez, um dos nomes que mais se destacam hoje no cenário internacional: o violinista Michael Barenboim, que executa o Concerto para violino em lá menor, op. 82, de Glazunov. Sob regência do maestro Marcos Arakaki, a Orquestra ainda interpreta duas obras consagradas do repertório sinfônico: Abertura Festival Acadêmico, op. 80, de Brahms, e Sinfonia nº 5 em Si bemol maior, D. 485, de Schubert.

Antes das apresentações, entre 19h30 e 20h, o público poderá assistir aos Concertos Comentados. O convidado desta semana é o maestro Marco Antônio Maia Drumond, regente titular da Orquestra de Câmara Sesiminas. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cidadania e Governo de Minas Gerais e contam com o patrocínio da Pottencial Seguradora por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Repertório

Sobre a Abertura Festival Acadêmico

Johannes Brahms (Hamburgo, Alemanha, 1833 – Viena, Áustria, 1897) e a Abertura Festival Acadêmico, op. 80 (1880)

Em 1879, a Universidade de Breslau fez de Brahms Doutor em Filosofia – ele nunca havia frequentado formalmente uma universidade. O compositor, lisonjeado, enviou um postal em agradecimento. No entanto, recebeu como resposta uma carta do diretor de Música deixando claro que esperavam que a gratidão fosse expressada em forma de música. Surge assim a Abertura Festival Acadêmico. Nela, Brahms citou canções estudantis que, mescladas a temas próprios do compositor, resultam em uma peça de humor e ironia. A obra termina com o hino Gaudeamus igitur (Portanto, deixe-nos ser felizes) que, por tradição, os estudantes cantavam em coro na cerimônia de entrega dos diplomas.

Sobre o Concerto para violino de Glazunov

Aleksandr Glazunov (São Petersburgo, Rússia, 1865 – Paris, França, 1936) e o Concerto para violino em lá menor, op. 82 (1904)

O Concerto para violino de Glazunov foi composto em 1904 e dedicado ao violinista Leopold Auer. A estreia se deu no início de 1905 pela Sociedade Musical Russa, em São Petersburgo, com Leopold Auer ao violino e direção do compositor. O Concerto foi escrito em um único movimento, embora se divida em três partes. A primeira parte, Moderato, inicia-se com o primeiro tema, de caráter russo, no violino solista. Violino e orquestra nos conduzem ao segundo tema, uma melodia doce e tranquila. A segunda parte, Andante, apresenta uma melodia derivada do primeiro tema. A música torna-se cada vez mais agitada para, pouco a pouco, retornar à tranquilidade do início. A volta do Moderato nos remete à primeira parte, com a diferença que, desta vez, somos logo surpreendidos pelo segundo tema, prontamente variado por toda a orquestra. A música do solista que, desde o início da segunda parte, tornara-se cada vez mais complexa, atinge, desta vez, o extremo da dificuldade técnica, com uma longa cadência escrita pelo próprio compositor. O caráter de improviso da cadência nos conduz à terceira parte, Allegro, iniciada por uma fanfarra dos trompetes, logo imitada pelo violino solista. O Concerto atinge o auge de seu brilho num jogo de perguntas e respostas entre o solista e a orquestra, até o final animado e cheio de vitalidade.

Sobre a Sinfonia nº 5 de Schubert

Franz Schubert (Viena, Áustria, 1797 – 1828) e a Sinfonia nº 5 em Si bemol maior, D. 485 (1816)

Schubert nunca ouviu suas sinfonias apresentadas por orquestras profissionais. Somente em seus últimos anos, as seis primeiras tornaram-se mais conhecidas, quando execuções mais frequentes revelaram o frescor e a encantadora simplicidade dessas partituras. As três primeiras sinfonias constituem exercícios de um jovem gênio sobre o modelo clássico de Haydn e Mozart. A quarta, denominada Trágica, é uma incursão prematura do compositor no universo beethoveniano – a escolha da tonalidade de dó menor e a amplitude da orquestra, com quatro trompas, revelam o modelo da Quinta Sinfonia de Beethoven. Composta em 1816, a Sinfonia nº 5 de Schubert retoma o modelo mozartiano e sintetiza as aquisições técnicas anteriores do compositor – clareza formal, interesse contrapontístico e transparência de orquestração, além da habitual riqueza melódica. Divide-se em quatro movimentos: o Allegro apresenta interessante jogo contrapontístico; o tema do Andante con moto tem um caráter pastoral e traz um inesquecível dueto entre as cordas e as madeiras; o Minueto, de grande vigor, é uma evidente homenagem ao Mozart da sinfonia em sol menor; e o alegre Allegro vivace termina essa obra-prima marcando-a com uma enternecedora originalidade juvenil. A Sinfonia nº 5 em Si bemol maior teve sua primeira audição pública em Viena, a 17 de outubro de 1841, treze anos após a morte de Schubert.

Maestro Marcos Arakaki

Marcos Arakaki teve seu talento reconhecido a partir de 2001, quando venceu o I Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes, promovido pela Orquestra Petrobras Sinfônica. Desde então, tem dirigido as principais orquestras brasileiras, além da Filarmônica de Buenos Aires, de Karkhiv na Ucrânia, a Boshlav Martinu na República Tcheca, a Sinfônica de Xalapa e da Universidade Autônoma do México. Concluiu bacharelado em Música pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e mestrado em Regência Orquestral pela University of Massachusetts. No Aspen Music Festival and School, Estados Unidos, recebeu orientações de David Zinman, Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville Marriner. Atuou como regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba e assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). Como regente titular, promoveu uma elogiada reestruturação na Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem. Recebeu o Prêmio Camargo Guarnieri, concedido pelo Festival Internacional de Campos do Jordão, e gravou com a OSB a trilha do filme Nosso Lar, composta por Philip Glass.

Arakaki tem acompanhado importantes artistas, tais como Gabriela Montero, Sergio Tiempo, Anna Vinnitiskaya, Sofya Gulyak, Ricardo Castro, Pinchas Zukerman, Rachel Barton Pine, Chloë Hanslip, Luíz Fílip, Victor Julien-Laferrière, Günter Klaus, Eddie Daniels, David Gérrier e Yamandu Costa.

Desenvolve atividades como coordenador pedagógico, professor e palestrante em projetos culturais, universidades e conservatórios. Professor visitante da Universidade Federal da Paraíba por dois anos, contribuiu para a consolidação da recém-criada Orquestra Sinfônica da UFPB.

Marcos Arakaki é regente associado da Filarmônica de Minas Gerais e colabora com a Orquestra desde 2011, com destacada atuação nos concertos para formação de público. É autor do livro A História da Música Clássica Através da Linha do Tempo, lançado em 2019.

Michael Barenboim, violino

Filho do maestro e pianista Daniel Barenboim e da pianista russa Elena Bashkirova, Michael Barenboim nasceu em 1985, em Paris. Comprometido com o espectro romântico da música sinfônica, o violinista é reconhecido por suas performances de autores contemporâneos e de compositores do século XX. Na temporada passada, Barenboim fez sua estreia com as filarmônicas de Berlim, Viena e Israel, e também com a Sinfônica de Chicago. Como membro fundador do Quarteto Erlenbusch, o músico já se apresentou em importantes festivais como o de Lucerne, Salzburgo, o Beethovenfest Bonn, Granada e Jerusalém. Além de colaborações frequentes com sua mãe e outros artistas, sua parceria com o maestro e compositor Pierre Boulez rendeu a gravação dos Anthèmes 1 e 2, do próprio Boulez, pela gravadora Accentus Music.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Criada em 2008, desde então a Filarmônica de Minas Gerais se apresenta regularmente em Belo Horizonte. Em sua sede, a Sala Minas Gerais, realiza 57 concertos de assinatura e 12 projetos especiais. Apresentações em locais abertos acontecem nas turnês estaduais e nas praças da região metropolitana da capital. Em viagens para fora do estado, a Filarmônica leva o nome de Minas ao circuito da música sinfônica. Através do seu site, oferece ao público diversos conteúdos gratuitos sobre o universo orquestral. O impacto desse projeto artístico, não só no meio cultural, mas também no comércio e na prestação de serviços, gera em torno de 5 mil oportunidades de trabalho direto e indireto a cada ano. Sob a direção artística e regência titular do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra conta, atualmente, com 90 músicos provenientes de todo o Brasil, Europa, Ásia, Américas Central e do Norte e Oceania, selecionados por um rigoroso processo de audição. Reconhecida com diversos prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, ao encerrar seus 10 primeiros anos de história, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais recebeu a principal condecoração pública nacional da área da cultura. Trata-se da Ordem do Mérito Cultural 2018, concedida pelo Ministério da Cultura, a partir de indicações de diversos setores, a realizadores de trabalhos culturais importantes nas áreas de inclusão social, artes, audiovisual e educação. A Orquestra foi agraciada, ainda, com a Ordem de Rio Branco, insígnia diplomática brasileira cujo objetivo é distinguir aqueles cujas ações contribuam para o engrandecimento do país.

O corpo artístico Orquestra Filarmônica de Minas Gerais é oriundo de política pública formulada pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Com a finalidade de criar a nova orquestra para o Estado, o Governo optou pela execução dessa política por meio de parceria com o Instituto Cultural Filarmônica, uma entidade privada sem fins lucrativos qualificada com os títulos de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e de Organização Social (OS), um modelo de gestão flexível e dinâmico, baseado no acompanhamento e avaliação de resultados.

Os números da Filarmônica de Minas Gerais (dados até 14/12/2018, último concerto de 2018)

1.061 milhão espectadores

818 concertos realizados

1.051 obras interpretadas

104 concertos em turnês estaduais

39 concertos em turnês nacionais

5 concertos em turnê internacional

90 músicos

589 notas de programa publicadas no site

188 webfilmes publicados (20 com audiodescrição)

1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral

4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica

4 CDs pelo selo internacional Naxos (Villa-Lobos e Nepomuceno)

1 CD pelo selo nacional Sesc (Guarnieri e Nepomuceno)

SERVIÇO:

Série Allegro

4 de abril – 20h30

Sala Minas Gerais

Série Vivace

5 de abril – 20h30

Sala Minas Gerais

Marcos Arakaki, regente

Michael Barenboim, violino

BRAHMS           Abertura Festival Acadêmico, op. 80

GLAZUNOV      Concerto para violino em lá menor, op. 82

SCHUBERT        Sinfonia nº 5 em Si bemol maior, D. 485

Ingressos: R$ 46 (Coro) R$ 52 (Balcão Palco) R$ 52 (Mezanino), R$ 70 (Balcão Lateral), R$ 96 (Plateia Central) e R$ 120 (Balcão Principal) R$ 140 (Camarote par).

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Ingressos para o setor Coro serão comercializados somente após a venda dos demais setores.

Ingressos comprados na bilheteria não têm taxa de conveniência.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Funcionamento da bilheteria:

Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto

De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 20h.

Aos sábados, das 12h às 18h.

Em quintas e sextas de concerto, das 12h às 22h

Em sábados de concerto, das 12h às 21h.

Em domingos de concerto, das 9h às 13h.

São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.