O Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m² – projeto-padrão R8-N) registrou, em janeiro, alta de 0,53% na comparação com o mês anterior. Este resultado foi devido ao aumento de 0,18% no custo com material e 0,82% no custo com a mão de obra. Os custos com aluguel de equipamentos e com as despesas administrativas ficaram estáveis. A elevação do custo com a mão de obra aconteceu em função do aumento na tarifa de transporte urbano em Belo Horizonte. De acordo com o economista e coordenador do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, “o valor da mão de obra é incorporado ao CUB/m² levando-se em consideração, além dos salários, os custos trabalhistas, que envolvem, entre outros, o custo com transporte. Dessa forma, os aumentos nos preços das passagens dos ônibus urbanos sempre exercem pressão no CUB/m², pois a mão de obra é o componente com o maior peso no custo da construção”, explica.
O custo do metro quadrado de construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos) que em dezembro/18 era R$1.409,92 passou para R$1.417,42 em janeiro/19. O CUB/m² é um importante indicador de custos do setor e acompanha a evolução do preço de material de construção, mão de obra, despesa administrativa e aluguel de equipamento. É calculado e divulgado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), de acordo com a Lei Federal 4.591/64 e com a Norma Técnica NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Na composição do CUB/m² (projeto-padrão R8-N) o custo com a mão de obra representou, em janeiro, 56,31%, os materiais de construção responderam por 39,57% e as despesas administrativas/aluguel de equipamentos foram responsáveis por 4,12%.
Entre os materiais que apresentaram aumentos em seus preços em janeiro destacaram-se: tubo de PVC-R rígido reforçado para esgoto 150 mm (+4,84%), aço CA 50 10mm (+1,97%), brita nº 2 (+1,47%), vidro liso transparente (+0,51%) e bloco de concreto sem função estrutural (+0,50%).
Conforme ressalta Furletti “espera-se que as expectativas da manutenção da inflação em patamares abaixo do centro da meta, pelo terceiro ano consecutivo, mantenham o ritmo mais comportado nos preços dos insumos. Apesar de alguns itens apresentarem aumentos elevados eles acontecem de forma pontual, não sendo observada alta generalizada. Desta forma, espera-se que este comportamento se mantenha em função das dificuldades ainda vivenciadas pelo setor da Construção.
Acumulado nos últimos 12 meses (fevereiro/18 – janeiro/19): Nos últimos 12 meses o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 6,26%, o que foi reflexo das seguintes variações: 5,55% no custo com material de construção, 7,03% no custo com a mão de obra, 2,69% nas despesas administrativas e 6,71% no aluguel de equipamentos. Os materiais que apresentaram maiores elevações em seus preços neste período foram: emulsão asfáltica (+21,59%), porta interna semi oca para pintura (+21,57%), aço CA 50 10mm (+16,40%), esquadria de correr (+16,38%) e tubo de ferro galvanizado com costura 2 ½” (16,06%).
Evolução do CUB Global/ Material/ Mão de Obra – Projeto-padrão R8-N
Mês/Ano | % CUB Global | % Custo Material | % Custo Mão de obra | Mês/Ano | %CUB Global | % Custo Material | % Custo Mão de obra |
Jan./8 | 0,25 | 039 | 0,00 | Jan./19 | 0,53 | 0,18 | 0,82 |
Fev. | 0,14 | 0,35 | 0,00 | Fev. | |||
Mar. | 0,25 | 0,38 | 0,00 | Mar. | |||
Abr. | 1,45 | 0,09 | 2,53 | Abr. | |||
Maio | 0,17 | 0,44 | 0,00 | Maio | |||
Jun. | 0,49 | 1,22 | 0,00 | Jun. | |||
Jul. | 0,30 | 0,72 | 0,00 | Jul. | |||
Ago. | 0,31 | 0,76 | 0,00 | Ago. | |||
Set. | 0,13 | 0,33 | 0,00 | Set. | |||
Out. | 0,11 | 0,28 | 0,00 | Out. | |||
Nov. | 0,18 | 0,45 | 0,00 | Nov. | |||
Dez. | 2,05 | 0,23 | 3,53 | Dez. |
Fonte e elaboração: Assessoria Econômica/Sinduscon-MG
Resultado do CUB/m² desonerado – O CUB/m² desonerado aumentou 0,61% em janeiro/19, acumulando elevação de 6,99% nos últimos 12 meses (fevereiro/18-janeiro/19). A metodologia de cálculo do CUB/m² e do CUB/m² desonerado é a mesma, ou seja, ambos seguem as determinações da Lei Federal 4.591/64 e da ABNT NBR 12.721:2006. A diferença encontra-se no percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. No CUB/m² que não considera a desoneração da mão de obra, os encargos previdenciários e trabalhistas (incluindo os benefícios da Convenção Coletiva de Trabalho) totalizam 189,03%. Já no CUB/m² desonerado, os encargos previdenciários e trabalhistas (também incluindo os benefícios da Convenção Coletiva) somam 158,82%.