Com regência do maestro Fabio Mechetti, Orquestra interpreta ainda Smetana, para celebrar os 200 anos de nascimento do compositor tcheco, e Brahms

Para o concerto inaugural das séries Allegro e Vivace 2024, a Filarmônica recebe um dos maiores violinistas da atualidade e frequentador constante do palco da Sala Minas Gerais, o israelense Vadim Gluzman, para interpretar o célebre Concerto para violino de Beethoven. Os 200 anos de nascimento de Smetana serão comemorados com seu famoso poema sinfônico O Moldávia. O programa se completa com uma das obras-primas do romantismo sinfônico alemão,  a Sinfonia nº 3 de Brahms. A regência é do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. As apresentações serão nos dias 14 e 15 de março, às 20h30, na Sala Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60.

Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Inter, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo de Minas Gerais, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente titular

Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.

Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Na Finlândia, dirigiu a Filarmônica de Tampere; na Itália, a Orquestra Sinfônica de Roma e a Orquestra do Ateneo em Milão; na Dinamarca, a Filarmônica de Odense; dirigiu a Sinfônica Nacional da Colômbia e estreou no Festival Casals com a Sinfônica de Porto Rico. Na Argentina, conduziu a Filarmônica do Teatro Colón, com a qual se apresentará novamente em 2024.

No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros. Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.

Vadim Gluzman, violino

Reconhecido como um dos violinistas mais talentosos da atualidade, o israelense Vadim Gluzman se destaca pela técnica impecável e por álbuns lançados pelo selo BIS, com os quais recebeu prêmios e indicações de grandes publicações especializadas – DiapasonGramophoneClassica e The Strad. Apresenta-se regularmente com algumas das orquestras mais importantes do mundo, como a Filarmônica de Berlim, as sinfônicas de Boston e de Chicago, a Orquestra de Cleveland, a Royal Concertgebouw, a Orchestre de Paris, entre outras. Nos Estados Unidos, é artista residente e membro do corpo docente do Conservatório de Peabody, em Baltimore, e parceiro criativo e principal solista convidado da Orquestra de Câmara ProMusica, em Columbus. Ao longo da carreira, estreou obras de Sofia Gubaidulina, Giya Kancheli, Peteris Vasks, Lera Auerbach e outros compositores. Gluzman se apresentou pela primeira vez com a Filarmônica de Minas Gerais em 2011, e, desde então, tornou-se um convidado frequente. Em 2024, retorna para executar uma obra que tocou conosco pela primeira vez dez anos atrás: o inesquecível Concerto para violino de Beethoven.

Repertório

Bedrich Smetana (Litomys, República Tcheca, 1824 – Praga, República Tcheca, 1884) e a obra O Moldávia(1874)

Smetana deixou um legado tão significativo que fez da escola tcheca continuamente fecunda, ao contrário de outras correntes nacionais (como a húngara), que sofreram um eclipse, até se renovarem pelos ares do século XX. De sua música sinfônica, sua obra-prima é sem dúvida o ciclo de seis poemas sinfônicos intitulado MaVlast (Minha Pátria), dentre os quais destaca-se o segundo: Vltava, mais conhecido pelo seu nome em alemão: Die Moldau (O Moldávia). Em O Moldávia, o próprio rio de mesmo nome é o mote do compositor, que o pinta desde suas nascentes, passando por suas corredeiras até o seu desaguar no rio Elba. A obra é, sem dúvida, uma das obras mais conhecidas e executadas de Smetana. Com razão! Ele é uma bela amostra das origens dessa Escola Nacional que ainda hoje mantém frescor e fecundidade.

Johannes Brahms (Hamburgo, Alemanha, 1833 – Viena, Áustria, 1897) e a obra Sinfonia nº 3 em Fá maior, op. 90 (1883)

As sinfonias de Brahms foram concebidas sob o signo do paradoxo. Nelas, o compositor verte a alma romântica que perpassa sua extensa produção de canções, sem deixar de lado a missão que se impôs de dar seguimento à longa tradição sinfônica, representada por Schumann, Schubert e, em seu caso particular, por Beethoven. Por isso, suas quatro obras do gênero não representam números a mais: são criações individuais, fruto de uma elaboração longa e cuidada. Sua orquestra explora uma técnica instrumental em desenvolvimento, como podemos observar nesta Terceira, levando os violinos ao registro extremo-agudo, ou dando relevo, como no terceiro movimento, a melodias entregues às trompas. Além disso, em diversas passagens, a orquestração de Brahms mostra uma rara habilidade na transposição de uma escritura pianística. Há ainda outras particularidades que chamam atenção, como o fato de que todos os movimentos terminam em dinâmicas suaves. Por outro lado, impossível não apreciar a cantilena singela que abre o segundo movimento, ou mesmo não reter melodias como a abertura do terceiro. Melodias que, diga-se de passagem, exemplificam um dos aspectos mais ricos e pregnantes das obras de Brahms. A forma fica apenas como referência. O todo da composição fica como um testemunho do rigor que, paradoxalmente, não impediu o exercício da liberdade.

Ludwig van Beethoven (Bonn, Alemanha, 1770 – Viena, Áustria, 1827) e a obra Concerto para violino em Ré maior, op. 61 (1806)

O período de 1804 a 1808 foi um dos mais fecundos na vida de Beethoven, com uma série impressionante de obras-primas: as sonatas para piano Appassionata e Aurora, os três quartetos de cordas Razumovsky, a ópera Fidelio, as sinfonias nº 4, nº 5 e nº 6, o Concerto para piano nº 4 e seu único Concerto para violino. Quando o Concerto estreou a 23 de dezembro de 1806, a crítica se surpreendeu com sua inusitada concepção – um tecido sinfônico em que o violino e a orquestra se associam e dividem igualmente as tarefas. A obra não visa à exibição do virtuosismo do solista. Ao contrário, confia-lhe a nobre missão de vencer consideráveis dificuldades técnicas e musicais sem a necessidade de brilhar individualmente. Os atributos virtuosísticos do violino são usados para iluminar a expressividade do discurso orquestral. Talvez por isso, o atual sucesso do Concerto só viesse a se consolidar quarenta anos após sua estreia, principalmente pelo empenho do violinista Joseph Joachim. Prestes a se tornar um dos maiores nomes do instrumento no século XIX, o músico escolheu para a sua primeira apresentação em Londres, em 1844, com condução de seu amigo Felix Mendelssohn, justamente o Concerto de Beethoven, visto na época como antiquado e pouco interessante para um solista. Ao longo da carreira, Joachim executou a obra a ponto de seu nome se tornar imediatamente associado a ela, reposicionando devidamente o Concerto como um estandarte do repertório.

Programa

Filarmônica de Minas Gerais

Série Allegro

14 de março – 20h30

Sala Minas Gerais

Série Vivace

15 de março – 20h30

Sala Minas Gerais

Fabio Mechetti, regente

Vadim Gluzman, piano

SMETANA             O Moldávia

BRAHMS                Sinfonia nº 3 em Fá maior, op. 90

BEETHOVEN          Concerto para violino em Ré maior, op. 61

INGRESSOS:

R$ 39,60 (Mezanino), R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 72 (Balcão Palco), R$ 92 (Balcão Lateral), R$ 124 (Plateia Central), R$ 160 (Balcão Principal) e R$ 180 (Camarote).

Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Bilheteria da Sala Minas Gerais

Horário de funcionamento

Dias sem concerto:

3ª a 6ª — 12h a 20h

Sábado — 12h a 18h 

Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:

— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana 

— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado 

— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo

São aceitos:

  • Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
  • Pix