Pessoas com Esclerose Múltipla podem aumentar a qualidade de vida com as técnicas da especialidade. Doença atinge cerca de 40 mil pessoas no Brasil
Pesquisadores de Paris divulgaram recente estudo que aponta sintomas comuns que podem antecipar o diagnóstico de Esclerose Múltipla (EM) em até cinco anos. O resultado evidencia que quanto mais cedo a EM for descoberta, maiores as chances de retardar o agravamento da mesma no paciente. Mas, como trazer mais qualidade de vida para pacientes com EM ou com outras doenças que provocam lesões no Sistema Nervoso? Um dos caminhos é por meio da Fisioterapia Neurofuncional.
Ainda que pouco conhecida pela população, esta especialidade da Fisioterapia pode ser muito benéfica aos pacientes que convivem com EM. A Fisioterapia Neurofuncional trabalha com atividades voltadas para pessoas com lesões no Sistema Nervoso (SN). A especialidade utiliza conceitos e técnicas que agem na modificação do curso da Esclerose Múltipla.
A professora do curso de Fisioterapia, da Faculdade Una Itabira, Paula Almeida Pinto Coelho, indica que a Fisioterapia Neurofuncional pode trazer inúmeros benefícios para pacientes com EM, bem como, para aqueles com outras patologias neurológicas.
“Entre esses benefícios, podemos citar a melhora na mobilidade, coordenação, equilíbrio e força muscular, na diminuição da fadiga, controle de sintomas neurológicos e melhora da qualidade de vida geral”, exemplifica a professora da Una Itabira, instituição que integra o Ecossistema Ânima. No entanto, acrescenta ela, os sintomas da doença são diversos e os resultados podem variar de pessoa para pessoa.
Profissional especializado
Paula explica que os fisioterapeutas com formação básica têm conhecimentos em anatomia, fisiologia e técnicas de reabilitação neurológica que podem ser úteis no tratamento. Entretanto, a Fisioterapia Neurofuncional é uma área especializada que lida com condições neurológicas mais complexas, como é o caso da EM. A especialidade é tão consolidada que já possui pós-graduações na área – no Brasil e no exterior – e uma associação brasileira para congregar os profissionais.
“Neste caso, o paciente e a família devem conversar com o médico que acompanha o caso e sugerir um encaminhamento para este profissional de referência”, sugere a professora.
Além da EM, a Fisioterapia Neurofuncional pode atender pessoas que sofreram outras sequelas neurológicas decorrentes de acidente vascular cerebral (AVC), Doença de Parkinson, entre outras.
Sobre a Esclerose Múltipla
A Esclerose Múltipla não tem cura e os tratamentos buscam amenizar os sintomas da doença que é progressiva. Entre os sintomas iniciais estão as alterações no sistema digestivo e urinário, de equilíbrio, fraqueza e dor na musculatura e nas articulações, cansaço intenso e depressão. Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente, no Brasil, cerca de 40 mil pessoas convivem com a EM.
A EM é uma doença crônica, neurológica e autoimune (quando o sistema imunológico reage de maneira exagerada para defender o organismo). No caso, estas células se direcionam mais especificamente para o Sistema Nervoso Central, provocando lesões de várias ordens. Daí, a necessidade de estimular estas regiões do cérebro como tentativa de aumentar a qualidade de vida dos pacientes em atividades simples da rotina.