Pela primeira vez em Belo Horizonte, adaptação do premiado livro de Heloisa Seixas e Julia Romeu apresenta a trajetória de Carmen Miranda para toda a família, com  linguagem de Teatro de Revista. A direção é de Kleber Montanheiro, ganhador do APCA de melhor direção artística de 2022. 

 

No dia 24 de fevereiro, sexta-feira, estreia na capital mineira o musical “Carmen, a Grande Pequena Notável”. O espetáculo cumpre temporada de sexta a segunda, às 20h, no Teatro I do CCBB BH. Os ingressos custam R$30 e R$15 (meia) e estão à venda na bilheteria física do CCBB ou pelo site bb.com.br/cultura. Classificação indicativa: livre. Gênero: teatro musical. Duração: 80 minutos. Mais informações pelo telefone (31) 3431-9400 e pelas redes sociais do CCBB BH. A temporada deste espetáculo tem o patrocínio do Banco do Brasil. 

Com a proposta de apresentar a trajetória de Carmen Miranda (1909-1955) para toda a família, o musical “Carmen, a Grande Pequena Notável’”, dirigido por Kleber Montanheiro, foi visto por milhares de pessoas, tendo sua estreia em 2018 no CCBB São Paulo, no contexto das comemorações aos 110 anos de Carmen Miranda. Desde então, teve várias temporadas na capital paulista e uma temporada na cidade do Rio de Janeiro. Em cena, no papel de Carmen Miranda, a premiada atriz Laila Garin. O elenco ainda conta com a participação de Daniela Cury, Gustavo Rezende, Luciana Ramanzini, Jonathas Joba, Júlia Sanchez e Roma Oliveira, além dos músicos Maurício Maas (Stand in Humberto Junqueira), Betinho Sodré, Monique Salustiano e Fernando Patau. O musical é inspirado no livro homônimo de Heloisa Seixas e Julia Romeu, vencedor do Prêmio FNLIJ de Melhor Livro de Não-Ficção (2015), e tem como proposta apresentar o universo artístico da homenageada. As autoras fizeram o roteiro para a adaptação teatral. 

Portuguesa radicada no Brasil, Carmen Miranda se tornou um dos maiores símbolos da cultura brasileira. Para contar sua história, a produção adota a estrutura, a estética e as convenções do Teatro de Revista Brasileiro – um marco na época – no qual a artista também se destacou. “Utilizamos a divisão em quadros, o reconhecimento imediato de tipos brasileiros e a musicalidade presente, colaborando diretamente com o texto falado, não como um apêndice musical, mas sim como dramaturgia cantada”, explica o diretor Kleber Montanheiro. Esse tradicional gênero popular faz parte da identidade cultural brasileira, mas, recentemente, está em processo de desaparecimento da cena teatral por falta de conhecimento, preconceito artístico e valorização de formas americanizadas e/ou industrializadas de musicais. 

A encenação tem a proposta de preservar a memória sobre a ‘pequena notável’, como a cantora era conhecida, e sobre a época em que ela fez sucesso tanto no Brasil como nos Estados Unidos, entre os anos de 1930 e 1950. Por isso, os figurinos da protagonista são inspirados nos desenhos originais das roupas usadas por Carmen Miranda;  as vestes dos demais personagens são baseadas na moda dessas décadas. “As interpretações dos atores obedecem a prosódia de uma época, influenciada diretamente pelo modo de falar ‘aportuguesado’, o maneirismo de cantar proveniente do rádio, onde as emissões vocais traduzem um período e uma identidade específica”, revela Montanheiro. A cenografia reproduz os principais ambientes propostos pelo livro. 

Esses espaços físicos são: o porto do Rio de Janeiro, onde Carmen desembarca ainda criança com seus pais; sua casa e as ruas da Cidade Maravilhosa; a loja de chapéus, onde Carmen trabalhou; o estúdio de rádio; os estúdios de Hollywood e as telas de cinema; e o céu, onde ela foi cantar em 5 de agosto de 1955. Cada cenário traz ao fundo uma palavra composta com as letras do nome da cantora em formatos grandes. Por exemplo, a palavra ‘MAR’ aparece no porto, e ‘MÃE’, na casa dos pais da cantora.