Estudo do neurocientista, Dr. Fabiano de Abreu, explica como a implementação de tecnologias avançadas pode auxiliar no desenvolvimento da neurociência
A tecnologia tem sido uma importante aliada no desenvolvimento de diversas áreas com alta relevância para a sociedade. A neurociência é uma delas, o uso da robótica está sendo essencial para auxílio em pesquisas, tratamentos e cirurgias. Porém, como todas as inovações, a atenção na hora da implementação deve ser dobrada e os riscos devem ser previamente calculados, visto que há uma grande sensibilidade em áreas como a neurociência.
Para o neurocientista, PhD e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu, introduzir tecnologias na neurociência possibilita descobertas cada vez menos invasivas, mais eficazes e mais confortáveis para o paciente de modo geral. “As constantes melhorias nas técnicas de imagiologia médica conduziram a grandes avanços na neurocirurgia. A combinação de novas modalidades de imagem e sistemas de neuronavegação ofereceram aos neurocirurgiões a capacidade de visualizar com precisão a anatomia cirúrgica e localizar a patologia durante um procedimento. Possibilitando, a título de exemplo, um planejamento muito mais minucioso antes de uma cirurgia de forma a minimizar a invasividade do procedimento neurocirúrgico e prevenir a perfuração do tecido neural funcional. A neurocirurgia minimamente invasiva (MIS) beneficia destes avanços”, opina.
Além disso, a robótica, os circuitos de partilha de informação e a nanotecnologia elevam o patamar da neurociência a outro nível, de modo que já é possível imaginar substituições neuronais, que levariam a reparo de alguns danos cerebrais. “O uso da robótica na cirurgia tem crescido exponencialmente nos últimos 20 anos; a sua maior contribuição é feita na orientação e posicionamento de instrumentos cirúrgicos, maior grau de liberdade, visão tridimensional superior, melhor resolução,
eliminação de tremores, escalada do movimento do neurocirurgião, e imposição de
restrições físicas para evitar áreas delicadas”, detalha o neurocientista.
De acordo com ele, ao utilizar neurônios artificiais em tratamentos e pesquisas, pode-se recriar circuitos que, até então, não funcionariam. “A tendência atual é que o biológico e o artificial se fundam, cada vez mais, implicando a discussão de uma série de questões éticas e morais”, explica o Dr. Fabiano de Abreu.