A rede de comunicações deve ganhar espaço no país a partir de 2022, confira o que muda com o seu uso

No fim do mês de setembro, o edital do leilão do 5G foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Isso significa que, até 2022, a tecnologia já deve ser oferecida pelas operadoras vencedoras. Estima-se que existam mais de 12 bilhões de equipamentos conectados à internet no mundo todo, um número que tende a aumentar com os benefícios trazidos pelo 5G. 

Luciano Carstens, gerente da área de Eletrônica do Lactec, centro de pesquisa e tecnologia, explica alguns desses benefícios. “As possibilidades destravadas com o advento dessa tecnologia são infinitas. Cada vez mais dispositivos e serviços estarão conectados, trazendo soluções inovadoras e até então disruptivas para as cidades, para nosso dia a dia, para o campo e para a saúde”, pontua.

Além de ser potencialmente 100 vezes mais rápido do que o 4G, o que permite que as transmissões de dados, uploads e downloads ocorram praticamente em tempo real, trata-se de uma tecnologia de baixo consumo, o que faz com que os dispositivos conectados a ela tenham baterias com maior vida útil. 

Para Luciano Carstens, o início da exploração do 5G no Brasil vem em bom momento: “O enfrentamento da pandemia do novo coronavírus reforçou como a conectividade é importante, com o ensino remoto e as interações entre equipes de trabalho no home office. Essa tecnologia chega para garantir o acesso à informação e as conexões”.

Confira as mudanças trazidas pelo 5G em diferentes áreas:

  • Internet das Coisas (IoT): será possível ampliar serviços como inteligência artificial, dispositivos de reconhecimento facial e soluções como processamento e leitura de imagens e veículos autônomos. Além disso, o 5G potencializa a adoção de conceitos da Indústria 4.0 e da robotização.
  • Saúde: a área da saúde poderá ser transformada com a ampliação da telemedicina, mais facilidade para monitorar pacientes em tempo real e gerir unidades de saúde, assim como o acompanhamento em tempo real de ações como campanhas de vacinação e combate e controle de epidemias.
  • Cidades inteligentes: uma tecnologia de baixo consumo e latência que permite a conexão de mais de 100 dispositivos por metro quadrado facilita muito a expansão de soluções para as smart cities. Com a conexão 5G, torna-se possível ter veículos autônomos, automação do monitoramento de tráfego e controle e medição remotos de utilities como energia elétrica, gás e água. 
  • Agrotecnologia: o setor agrícola vai poder contar com melhores sistemas de monitoramento e controle, que se refletem em maior qualidade e mais produtividade. Colheitadeiras, semeadeiras e irrigadores podem ser automatizados e as lavouras podem ser equipadas com dispositivos de sensoriamento remoto e inteligência artificial para o acompanhamento dos dados de produção, como com a análise de imagens, por exemplo.

Aprimorando soluções

Para que novas tecnologias, como é o caso do 5G, sejam aplicadas de forma efetiva e tragam melhorias para a vida das pessoas, estudos de equipes de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) são fundamentais. Essas equipes são responsáveis por compreender suas aplicações e integrá-las a soluções nos mais diversos campos, o que é o papel dos Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) como o Lactec. 

Com colaboradores altamente qualificados, produção acadêmica e pesquisas tecnológicas de ponta, os ICTs movimentam a economia do país e, segundo um estudo publicado recentemente, foram responsáveis pela geração de mais de R$ 24,7 bilhões em receita e 156,9 mil empregos, em 2020.