Necessidade de economia em tempos de crise impulsiona o comércio de móveis e outros itens usados

foto: Unsplash

Os hábitos de consumo dos brasileiros foram profundamente transformados desde o início da pandemia. Entre as mudanças, houve um aumento expressivo na procura pela compra e venda de itens usados, como demonstra a pesquisa “Brasil Digital: Itens Parados em Casa”, elaborada pela OLX.

O levantamento demonstrou que o brasileiro não apenas vem adquirindo mais produtos de segunda mão via e-commerce, mas também passou a utilizar mais este ambiente para gerar renda extra ao se desfazer de itens que estavam parados em casa.

39% dos brasileiros já realizaram a compra de um produto usado na internet e, dentro dessa porcentagem, 45% o fizeram pela primeira vez durante a pandemia, segundo o estudo. Os móveis estão entre os cinco produtos seminovos mais procurados online, correspondendo a 15% das preferências de compra. 

Economia e sustentabilidade

“Com a chegada da pandemia, vimos aumentar o número de pessoas interessadas tanto em comprar móveis usados quanto em vender. Muita gente começou a passar mais tempo em casa, e itens que antes passavam despercebidos passaram a incomodar, a ‘sobrar’”, relata Marina Zaiantchick, da TAG2U, empresa paulistana especializada em decoração sustentável através da compra e venda de produtos usados. 

“Também foi possível notar um aumento significativo de pessoas que precisaram mudar de casa nesse período. Vender os móveis e demais objetos que não seriam mais utilizados no novo lar se tornou uma possibilidade de ganhar um dinheirinho extra”, complementa. 

O levantamento ainda identificou que 63% dos brasileiros possuem ao menos um produto parado em casa que poderia ser vendido, mostrando o potencial que este mercado possui.  

E não foi só o número de mudanças residenciais que causou impacto nesse crescimento. Segundo Marina, também foi possível observar o aumento de empresas, escritórios e comércios que fecharam suas portas na pandemia e precisaram se desfazer do mobiliário. “As empresas nos procuram para vender de tudo um pouco: de cadeiras e balcões para bares e restaurantes a bancadas de trabalho, poltronas e luminárias, enfim, a gama de produtos é bem ampla”. 

Se durante um bom tempo os móveis usados eram vistos como “velharia”, hoje o cenário mudou bastante. A princípio, tem a ver com economia, afinal o preço tende a ser mais baixo do que o de peças novas, mas tem também a ver com o estilo diferenciado que peças mais antigas têm. 

Outro fator que também merece destaque é a sustentabilidade. “O melhor móvel é aquele que já existe, que já foi fabricado, e que está em boas condições para continuar a ser útil. Quando um comprador opta pelo móvel usado, ele evita o descarte inadequado e prolonga a vida de uma peça de qualidade”, pontua Marina Zaiantchick.