A apresentação da biografia do benzedor Seu Mário, da comunidade quilombola dos Arturos, garantiu a vaga dos estudantes do Colégio Santo Agostinho na final 

Estudantes da unidade de Contagem do Colégio Santo Agostinho estão na final da 11ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), que será realizada nos dias 17 e 18 de agosto, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A olimpíada teve início em maio com a participação de 18,5 mil equipes e um total de 73 mil inscritos. Para a final, 314 grupos de todos os estados do país foram convocadas. 

A equipe, que recebeu o nome de “Ativistas Universais”, é formada pelos alunos Ana Carolina Gripp do Carmo, Ana Luiza Reis Silva e Lucas Almeida Brandão, da 3ª série do Ensino Médio, juntamente com o professor de História, Robinson Alves.  

Para conquistar a vaga para a última fase da Olimpíada, os estudantes precisavam construir uma breve biografia de um personagem de relevância regional, que a história dos tradicionais currículos escolares não contemplaria e que fosse um “excluído da história”, apesar da grande importância local. Eles escolheram o benzedor Mário Braz da Luz, de 86 anos, patriarca da Comunidade quilombola dos Arturos, em Contagem. 

Segundo o professor Robinson, os três alunos da equipe estudam no Colégio Santo Agostinho desde crianças e participam ativamente dos projetos que a escola oferece. “Uma educação ampla e integral permitiu a apuração da sensibilidade do olhar para o respeito e a solidariedade.  E o fato dos três alunos fazerem parte desde crianças do grupo de dança Sarandeiros, do Colégio, contribuiu para a escolha do Seu Mário e para que eles tivessem um olhar especial após visita à comunidade quilombola, associada ao congado e à cultura africana”, explica o professor

O Sarandeiros é um projeto que busca a valorização da cultura nacional, por meio da tradução artística das manifestações populares brasileiras. “O texto apresentado pelos estudantes na 5ª fase da competição fez uma bonita conexão entre o último Arturo vivo da primeira geração desta comunidade quilombola, a religiosidade e a prática popular da benzeção”, afirma Robinson. 

Os alunos finalistas explicam que os conhecimentos dos muitos anos de Colégio foram aplicados na construção de ideias e resolução de questões sobre situações sociais e políticas diversas, o que ampliou o olhar para além da sala de aula. “Já participamos de outras edições da Olimpíada e a cada oportunidade, aprendemos sobre temas pouco usuais na História.  Poder conhecer a história do Seu Mário nos fez perceber que a educação humana e acadêmica que temos nas diversas atividades da escola se completam e nos despertam para que, na prática, entendamos a importância da diversidade cultural para a construção de um mundo justo”, afirmam Ana Carolina, Ana Luiza e Lucas.