Maristela Bretas

Dificilmente o expectador poderá falar que “X-Men: Fênix Negra” é um filme sem ação e com efeitos visuais fracos. Ele é exatamente o contrário, do início ao fim, o filme é uma explosão de cores, raios e batalhas. Até mesmo quando a personagem principal – Jean Grey (interpretada novamente pela bela Sophie Turner, de “Game og Thrones”) está questionando sua vida e seus poderes, muito superiores aos de todos os demais X-Men, inclusive o Professor Xavier.

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Mas quando peca feio na transformação de alguns heróis, como Mística e Fera, e no roteiro. Se nos filmes anteriores, o resultado da mudança da aparência humana para mutante era um show visual, neste a maquiagem parece coisa de amador, desmerecendo tudo o que foi feito para estes personagens que sempre se destacaram por serem muito diferentes.

Já a história dos X-Men e a trajetória de Jean Grey, para ser mais bem compreendida, exige daqueles que não são fãs de carteirinha dos super-heróis, uma passada pelos filmes anteriores: “X-Men: Primeira Classe” (2011), “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido” (2014) e “X-Men: Apocalipse” (2016). A produção tem buracos que confundem mais que explicam e deixa várias lacunas.

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Se nestes filmes o Professor Xavier (James McAvoy), Magneto/Erik (Michael Fassbender) e Wolverine/Logan (papel inesquecível de Hugh Jackman) foram as grandes estrelas, agora a mutante mais poderosa do grupo tem sua história contada desde criança até se tornar a Fênix Negra. Sophie Turner está muito bem no papel, contando com os ótimos efeitos visuais usados nas batalhas na Terra e no espaço e nos ataques de fúria da mutante. Já em “Apocalipse” ela havia dado uma demonstração do que poderia fazer se despertasse sua raiva.

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No novo filme, Jean se transforma numa força descontrolada após adquirir poderes quando uma missão de resgate no espaço, Jean é quase morta quando é atingida por uma misteriosa força cósmica. Ao retornar para casa, essa força não só a torna infinitamente mais poderosa, mas muito mais instável. Lutando com essa entidade dentro dela, Jean desencadeia seus poderes de uma maneira que não pode compreender nem controlar e transforma todos em inimigos, inclusive sua família mutante. Para piorar, Fênix Negra, como agora é chamada, passa a sofrer influência da alienígena Vuk (Jessica Chastain, limitada e desperdiçada no papel de uma vilã bem fraquinha) que quer destruir o planeta. Os mutantes precisarão se unir para impedir o ataque.

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Este é o 11º e penúltimo filme da saga, que deverá ser encerrada em 2020 com “Os Novos Mutantes” (se não criarem nenhum novo spin-off depois). Mas mesmo com toda a campanha de divulgação para o lançamento, dificilmente “X-Men: Fênix Negra” alcançará o sucesso de “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido” e do espetacular “Logan” (2017). No elenco temos o retorno também de Jennifer Lawrence (Mística/Raven), Nicholas Hoult (Fera/Hank McCoy), Tye Sheridan (Ciclope/Scott Summers), Evan Peters (Mercúrio), Kodi Smit-McPhee (Kurt Wagner/Noturno) e Alexandra Shipp (Ororo Munroe/Tempestade – que entrou no lugar de Halle Berry em “Apocalipse“).

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“X-Men: Fênix Negra” deixa uma sensação de que a história foi mal contada e não fechou o ciclo direito, de forma emocionante e inesquecível, como era esperado, diferente do que aconteceu com a franquia “Os Vingadores” em “Ultimato“. Se isso tivesse ocorrido, as chances de sucesso seriam bem maiores. O diretor e um dos produtores, Simon Kinberg, se preocupou muito com a ação e os efeitos especiais, mas deixou de lado a emoção e a empatia com o público. Isso pode ser percebido até mesmo na atuação de alguns deles. O filme é bom, vale pela parte visual das batalhas e pela trilha sonora de Hans Zimmer, mas ficou a dever como despedida de muitos de seus personagens principais.

Ficha técnica:
Direção: Simon Kinberg
Produção: 20th Century Fox
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h54
Gênero: Ação / Aventura / Ficção
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)