Emílio de Vasconcelos foi acusado de triplo homicídio em matéria criminosa distribuída por jornal de Sete Lagoas, na Região Metropolitana de BH, que influenciou no resultado das eleições de 2016. TRE/MG cassou Prefeito e Vice de Sete Lagoas. Eles estão inelegíveis por oito anos, além do dono do jornal Boa Notícia, Rafael Brito de Abreu

O empresário e filiado ao PSB, Emílio de Vasconcelos e o advogado Caio Valace, que compunham a chapa para as eleições municipais de Sete Lagoas em 2016, convocaram a imprensa, na tarde desta quarta-feira, 19, para uma entrevista coletiva. Emílio é o autor da ação que culminou na cassação do atual prefeito da cidade mineira, Leone Maciel Fonseca (MDB) e de seu vice, Duílio de Castro (Patriota) pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE/MG). Além da cassação, prefeito, vice-prefeito e o dono do jornal Boa Notícia, Rafael Brito de Abreu,  também perderam os direitos políticos por oito anos.

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A decisão pela cassação se deu depois do voto do presidente do TRE/MG, desembargador Pedro Bernardes, que desempatou a votação depois de um pedido de vista. Foram 4 votos a favor e 3 contra. Quem assume a prefeitura de uma das maiores cidades de Minas Gerais é o presidente da Câmara, Cláudio Caramelo.

O  TRE/MG  analisou o pedido do candidato à prefeitura de Sete Lagoas e principal adversário de Leone, Emílio de Vasconcelos (PSB). Emílio explicou o processo que moveu contra o Prefeito por calúnia, difamação, abuso de poder econômico e dos meios de comunicação.

“Foi a maior fake news da história. Não foram notas pequenas em redes sociais, foi uma matéria de página inteira criminosa me acusando de um triplo homicídio e distribuída na calada da noite por toda Sete Lagoas. Além do fato repugnante e do uso de um meio de comunicação, a armação foi realizada dois dias antes das eleições. Eu não tive tempo nem de me defender. Esse fato, com certeza, teve influência nas eleições”, desabafou.

A matéria a que Emílio  se referiu foi uma edição especial do jornal Boa Notícia, 049, que estampou na capa uma foto de três corpos estirados no chão e uma foto recente de Emílio. A foto dos corpos é de mais de 16 anos atrás, uma fatalidade, um acidente de trabalho ocorrido em uma empresa onde Emílio era Diretor Financeiro.

Para Emílio, a cassação não é somente o resgate de sua honra pessoal, mas também uma era de novos tempos na política. “Que isso sirva de lição para que os políticos aprendam que eleições se ganham com propostas e não com estratégias de denegrir a imagem dos concorrentes. Que seja uma página virada na história de Sete Lagoas”, concluiu.