Projeto Tudo de Cor, que viabilizou a pintura de fachadas de prédios públicos, também chega á sua fase final

Em coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (03/12), no Museu Mineiro, a presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo, e o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, anunciaram a reabertura do Palácio da Liberdade e a finalização das obras da Praça da Liberdade, incluindo o Projeto Tudo de Cor, que possibilitou a pintura das fachadas do Museu Mineiro e do Arquivo Público – já concluída -, a pintura do Prédio Verde – futura sede da Casa do Patrimônio de Minas Gerais  -em andamento – e do coreto da praça, cuja cobertura será pintada após o período das chuvas. A previsão é que seja iniciada na segunda quinzena de janeiro.

O Palácio da Liberdade, antiga sede do Governo de Minas, reabre para o público a partir do próximo sábado (08/12). “O Palácio da Liberdade tem um lugar simbólico como sede do Governo de Minas e devemos manter essa simbologia e essa referência histórica”, disse a presidente do Iepha-MG, que acompanhou toda as etapas da restruturação do espaço para visitação da população. “Mesmo em período de extrema crise financeira do estado de Minas Gerais importantes obras foram realizadas”, disse Angelo Oswaldo.

Essa reabertura é o resultado da iniciativa conduzida pelo Iepha-MG  em parceria com a Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA) e projeto museográfico da Equipe B Arquitetura, Design e Multimídias, em um trabalho de pesquisa amplo, iniciado em  2017.

O Iepha-MG junto com a curadoria do Palácio da Liberdade verificou detalhadamente todo o acervo do Palácio e seu estado de conservação. Foram feitos ajustes também na estrutura – como banheiros acessíveis e local de espera para a população que ia fazer a visita – e tudo foi equacionado, observando também as normas de segurança.

A abordagem museológica foi desenvolvida por profissionais da história, museologia, arquitetura, educação, artes visuais e comunicação com vistas à implementação de dois programas: um de visitação espontânea destinada ao público em geral e outro, educativo, direcionado especialmente às escolas públicas estaduais.

Todos terão a oportunidade de conhecer a estrutura e as principais salas, distribuídas em dois pavimentos, deste edifício. Já durante a semana, o Palácio vai receber a visita de escolas. 

O acesso ao Palácio da Liberdade será permitido somente com hora marcada e o número de pessoas por grupo é limitado. A visita interna tem a duração estimada de uma hora, com grupos agendados de 30 em 30 minutos. A visitação aos sábados e domingos será das 9h às 15h.

As visitas escolares serão feitas mediante agendamento e ocorrerão em duas etapas, tendo início com uma formação dos educadores e em seguida a realização da visitação. O programa terá capacidade de atendimento para quatro turmas, nos seguintes horários: 8h às 10h10; 8h30 às 10h40; 14h às 16h10 e das 14h30 às 16h40.

Todas as inscrições e agendamentos devem ser feitos online pelos sites www.circuitoliberdade.mg.gov.br ou appa.art.br/palaciodaliberdade e são gratuitos. Pessoas que não seguirem esse procedimento online e se apresentarem na portaria, caso tenham interesse na visita interna, terão sua visita condicionada às vagas disponíveis online.  Os contatos para escolas e visitantes são [email protected] e (31) 3224-1919 – Ramal 32 (terças e quartas-feiras, das 9h às 12h ou das 14h às 17h).

Praça da Liberdade

Iniciadas em maio de 2018, as obras realizadas na Praça da Liberdade envolveram  a recuperação da iluminação e a restauração e revitalização paisagística. A realização desta reforma é uma ação conjunta do Governo do Estado, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – Iepha-MG, da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e da Vale.

Parte significativa da reforma executada na Praça é resultado de um Termo de Compromisso firmado entre o Governo do Estado de Minas Gerais, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) e da Vale. O valor total das obras implementadas a partir desse compromisso é de cerca de R$ 2.900.000,00.

Foram viabilizados com recursos advindos do compromisso firmado com a Vale um  conjunto de serviços que envolveu a recuperação de elementos artísticos (fontes,  pintura artística da alvenaria do coreto e monumentos) a implantação e recomposição do piso, além de reformulação e substituição do mobiliário. Também integram esse conjunto de serviços a requalificação dos jardins, com o replantio de mudas e a substituição e melhoria do sistema de irrigação.

O projeto de restauração e revitalização paisagística foi desenvolvido pelo arquiteto Ricardo Samuel Lana e teve aprovação do Iepha-MG, da Prefeitura de Belo Horizonte e dos Conselhos de Patrimônio Estadual e Municipal.

Tombada pelo Iepha-MG e pela Prefeitura de Belo Horizonte, a Praça da Liberdade é um dos locais mais emblemáticos da capital mineira e está fortemente presente na memória afetiva da população.

Restauração de elementos artísticos

Todos os elementos artísticos da Praça receberam algum tipo de tratamento de conservação. A fonte da “Juventa” teve sua estátua restaurada e seu sistema de bombeamento reimplantado pela Cemig. Também a Fonte das Ninfas foi objeto de uma ação cuidadosa de limpeza e proteção pela equipe de restauradores do Iepha/MG. Foi realizada a higienização da fonte Três Graças e dos bustos de Bernardo Guimarães, Azevedo Júnior e Júlio Bueno Brandão. O processo de limpeza desses monumentos envolveu remoção de sujeiras acumuladas devido à poluição atmosférica, remoção de fungos, tratamento das modificações cromáticas e aplicação de camada de proteção. Também foi realizada a fiscalização da restauração do Coreto, da fonte Moça Mirando o Espelho D´água e dos bustos de Dom Pedro II e Crispim Jacques Bias Fortes, intervenções realizadas por uma empresa contratada pela Vale.

Recuperação das estruturas físicas

Os serviços de recuperação das estruturas físicas da Praça envolveram intervenções no  piso e no mobiliário O mobiliário da Praça da Liberdade foi todo reformulado e substituído por padrões arrojados de design com a renovação de bancos e lixeiras.  Já o piso, teve recomposição pontual.

Recuperação dos jardins

Outra ação importante cumprida no objetivo de revitalização da Praça foi a requalificação dos jardins e a substituição e melhoria do sistema de irrigação.

Fundamentada em um amplo inventário dos estratos arbóreo e arbustivo da Praça, essa intervenção envolveu a classificação e quantificação de todas as espécies arbóreas, de acordo com suas especificações e porte. Foram realizados vários  serviços que envolveram a desinfestação e troca de terras dos canteiros, além da  troca de várias espécies e o replantio de mudas, conforme projeto paisagístico.

Cerca de 30 mil unidades de espécies  e 6.154,05 m² de grama passaram a compor os jardins recuperados. Pretende-se que essa intervenção promova o relacionamento, em boas condições sanitárias, entre as diversas espécies dos jardins, bem como o seu desenvolvimento, de acordo com suas especificidades.

Na intervenção proposta pelo arquiteto Ricardo Lana, foram confirmados e abertos dois “caminhos naturais” em dois grandes canteiros gramados. Estas passagens foram pavimentadas com tijolos semelhantes aos da sarjeta existente.

Em parceria com a BHTRANS, a Avenida Brasil recebeu novo traçado e canteiro central, com substituição das árvores existentes por palmeiras imperiais, possibilitando maior visibilidade ao Palácio da Liberdade.

Esta é quarta vez que a vegetação da Praça da Liberdade passa por esse tipo de tratamento. Em 1920, na primeira reforma, em 1969, com novas intervenções consideradas importantes, e na grande restauração realizada pela Vale, então MBR, no ano de 1991, que contou com a participação do arquiteto Ricardo Lana, responsável pelo projeto a ser executado em 2018.

Foi reforçada ainda a ligação entre a Avenida João Pinheiro e o Palácio da Liberdade, como o prolongamento da Alameda Travessia, por meio da substituição do asfalto, com paralelepípedos. E a implantação de passeios em duas extremidades da praça favorecendo a acessibilidade local.

Reestruturação da iluminação

Todo o sistema de iluminação também foi reformulado pela Prefeitura de Belo Horizonte. A BHIP, concessionária responsável pela iluminação pública da capital, mapeou e definiu as diretrizes e layout da revitalização. Os postes republicanos, atualmente situados na parte externa da Praça, foram realocados e reposicionados na parte interna. O interior da Praça passou a abrigar 60 postes republicanos, instalados respeitando a simetria do espaço e os postes já existentes.

O entorno da Praça da Liberdade recebeu novos postes de iluminação pública, em aço galvanizado na cor cinza chumbo, que farão a iluminação das vias e de parte do piso da Praça.

O Coreto terá iluminação de destaque pontual, com iluminação interna, externa da fachada e cúpula. Além disso, as três fontes receberão luminárias de LED – duas delas com luminárias de luz “branco neutro” e a outra, com luminária LED RGB, que possibilita a mudança de cores. As palmeiras receberão projetores LED para destaque do tronco e folhas.

Casa do Patrimônio de Minas Gerais

A Casa do Patrimônio Cultural de Minas Gerais consolida a reabilitação da paisagem do Conjunto Urbano da Praça, abrigando um espaço articulador dos conteúdos de cultura e patrimônio cultural no Circuito Liberdade e para os demais municípios do Estado.  O objetivo é fortalecer a ação da política estadual de patrimônio cultural no relacionamento com a sociedade e poderes públicos locais na efetivação do Sistema Estadual de Patrimônio e de Cultura. 

Neste novo equipamento, serão estruturadas as ações institucionais de proteção e gestão do patrimônio cultural de Minas, com a participação da comunidade, de agentes culturais e de instituições de fomento e de pesquisa. Desta maneira, serão implementados projetos de educação, salvaguarda, promoção, pesquisa, conservação do patrimônio cultural material e imaterial, promovendo uma gestão compartilhada e democrática.

Para isso, a Casa do Patrimônio terá galerias para exposições, ateliê-vitrine de restauração de acervos documentais e tridimensionais protegidos e, ainda, núcleo de técnicas construtivas tradicionais. O prédio também prevê espaços de assessoria aos municípios, reuniões dos conselhos de cultura e patrimônio cultural do Estado, reuniões dos comitês de gestão do Circuito Liberdade e comitês das comunidades envolvidas na salvaguarda do patrimônio imaterial.

Tudo de Cor

O projeto Tudo de Cor é fruto de uma parceria do Governo do Estado, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), da Secretaria de Estado Cultura (SEC) e da Secretaria de Administração Prisional (Seap), com a Coral, a Casa & Tinta, o Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), o Grupo Orguel, a Seconci, a Cemig e a Associação dos Amigos do Museu Mineiro.

A pintura está sendo realizada por cerca de 40 presos – homens e mulheres – em regime semiaberto selecionados pela Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap). Antes de iniciar os trabalhos, os presos participaram de um Curso de Capacitação Profissional de 90 horas, ministrado pela equipe da Diretoria de Promoção do Iepha-MG, visando a Educação Profissional e Tecnológica. Eles aprenderam técnicas de restauração, de preservação de fachada, técnicas de pintura e noções de segurança do trabalho.