O matemático, escritor e crítico italiano Piergiorgio Odifreddi desembarcou em Belo Horizonte para visitar a Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha. Odifreddi prepara um livro sobre a relação entre matemática e arte e se dedicou a observar os aspectos técnicos da obra de Oscar Niemeyer, com cálculos estruturais do engenheiro Joaquim Cardozo. O professor também visitou as outras obras que compõem o Conjunto Arquitetônico da Pampulha: Museu de Arte, Casa do Baile, Iate Tênis Clube e Casa Kubitschek, todas marcadas pelas características da arquitetura moderna.
A visita foi conduzida por Janaína França Costa, gerente do Conjunto Moderno da Pampulha da Fundação Municipal de Cultura, e por Cláudio Pereira, engenheiro da Construtora Tecnibras, responsável pela obra de restauração da igreja. O tour também foi acompanhado por Irene di Nicola, representante e esposa de Dario Savarese, cônsul italiano em Belo Horizonte; pelo professor da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Dijon de Moraes Júnior; e pela professora de italiano na escola de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFGM), Rosalba Principato.
“É curioso como a matemática foi usada para dar forma às curvas da construção da igreja. A geometria de Niemeyer segue essa lógica, algumas obras se utilizam de parábolas, outras de catenárias e até mesmo de hipérboles para estruturar as construções”, observa Odifreddi.
A Igreja de São Francisco de Assis é um símbolo mundial da arquitetura moderna e é reconhecida como uma das grandes obras do arquiteto Oscar Niemeyer. O templo está sendo restaurado pela Construtora Tecnibras, empresa licitada pela PBH para reparar o forro de madeira que reveste a face interna, as juntas de dilatação e recomposição das pastilhas externas. O Conjunto Arquitetônico da Pampulha é reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade desde 2016 e a obra na Igreja faz parte dos compromissos firmados pela Prefeitura de Belo Horizonte com a Unesco.