Espaço reabre no próximo dia 6 de setembro com estrutura e acervo revitalizados. Nova exposição de longa duração é baseada na lógica do famoso brinquedo educativo de montar 

 

Pequenos blocos de madeira coloridos e versáteis que juntos criam cenários e histórias, estimulando a criatividade, coordenação, raciocínio lógico e descobertas por meio da experiência individual. Apreciado por adultos e crianças, o tradicional brinquedo “O Pequeno Construtor” foi escolhido pelo Museu dos Brinquedos como referência para a montagem da nova exposição de longa duração, que será apresentada ao público no próximo dia 6 de setembro, data da reabertura do Museu para visitação.

 A visão estética e a lógica de funcionamento brinquedo darão o tom da exposição, que proporcionará aos visitantes explorar o acervo de forma fluida e por módulos temáticos.  Com o nome “Tempo Será – histórias e memórias do brincar”, a exposição tem como eixo central a experiência lúdica e de aprendizagem. “O objetivo é deslocar a atenção do objeto em si para a relação estabelecida entre o visitante e o acervo. Para tanto, vamos buscar não só apresentar história dos brinquedos, mas também explorar a relação deles com os contextos que vivemos coletivamente e também individualmente, acionando fatos históricos e as memórias de infância de cada um”, afirma a diretora executiva do Museu dos Brinquedos, Tatiana de Azevedo Camargo.

 A nova expografia traz novidades que prometem surpreender os visitantes. Os mini blocos do “Pequeno Construtor” ganharam versões aumentadas para abrigar o acervo e a disposição em módulos busca criar uma sensação de que estamos dentro de uma mini cidade feita deste brinquedo e que estamos dentro da brincadeira. Outra novidade é a valorização de um dos maiores patrimônios que o Museu tem: a casa, tombada pelo patrimônio histórico de Belo Horizonte. Janelas foram descobertas, paredes de gesso não originais foram retiradas, pisos originais foram recuperados. Tudo para que a ambientação permita ao visitante se reconhecer inserido em um lugar também cheio de memória. 

 A acessibilidade também recebeu atenção especial. Toda nova museografia foi planejada para garantir o acesso das pessoas com necessidades especiais. As áreas de circulação foram projetadas nos limites adequados para passagem de cadeira de rodas. A descrição do acervo terá legendas com fontes maiores e mais visíveis. Após a exposição montada, ao longo do mês de setembro os brinquedos receberão legendas de identificação também em versão em braile e serão disponibilizados áudio guias, oferecendo independência ao visitante cego ou com baixa visão.

 Além disso, totens com brinquedos disponíveis para o toque e mala sensorial com miniaturas de brinquedos serão outros dos recursos que permitirão ao visitante com deficiência visual conhecer brinquedos por meio do toque. Para grupos previamente agendados, haverá visita guiada em libras e ações adaptadas, como oficinas, brincadeiras e jogos inclusivos. 

 Já o programa educativo e cultural, coordenado pelas educadoras Ana Beatriz Nascimento e Paula Mendes, sob consultoria da pedagoga Raquel Monteiro, continuará com visitas mediadas, oficinas de construção de brinquedos, brincadeiras no pátio e ações culturais, especialmente aos sábados e feriados, com mais uma novidade: o Coletivo de Memória. A proposta é convidar os visitantes a deixar no Museu algo simples e singelo que registre sua infância, suas memórias, sua identidade de grupo ou individual. “Queremos despertar nas pessoas a importância dos hábitos tão prazerosos e saudáveis que andam meio fora de moda, como o colecionismo e a guarda de patrimônio”, destaca Paula Mendes.   

 Os espaços do pátio e da oficina ganharam novas cores e novos brinquedos, deixando o Museu todo novo e pronto para receber visitantes de todas as idades.  “Foram 3 anos de trabalho buscando renovar nosso espaço e valorizar ainda mais a experiência do brincar, a troca entre gerações, as histórias coletivas e individuais que perpassam nas brincadeiras, além de propiciar um local em nossa cidade que promova a cultura e o aprendizado através do lúdico,” finaliza Tatiana.

 Patrocinada pelo Instituto Unimed-BH, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a nova museografia foi idealizada pela artista plástica Angelina Camelo Bagetti e a Diretora Executiva do Museu Tatiana de Azevedo Camargo, Projeto Arquitetônico assinado pelo Dois Design e Arquitetura e ainda participação de artistas Paulo Emilio Rocha Luz e Fabiola Rosa (criação de marionete e objetos cenográficos), Mariana Abasolo (animações digitais), Clara Valente e Binho Barreto (pintura em mural) e Otávio Santiago (design gráfico).