Hospital em Belo Horizonte recebe capacitação e certificação pelo atendimento de pacientes com a enfermidade

Apesar de ser, segundo dados do Ministério da Saúde, a segunda principal causa de morte entre os brasileiros, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) não é necessariamente fatal. Segundo especialistas, um dos fatores cruciais para que a sobrevivência do paciente seja garantida é a rapidez no atendimento. Isso porque, quanto antes os sinais forem identificados, menores serão as consequências para o paciente. É isso que explica o coordenador do setor de Neurologia do Hospital Lifecenter, Dr. Daniel Isoni Martins. “Durante um AVC, a cada minuto, morrem três milhões de neurônios. Então quanto mais rápido o tratamento for iniciado, menores são as chances de lesão ao cérebro”, afirma o médico.

Pensando justamente na eficiência do suporte prestado aos pacientes, o Hospital Lifecenter tem investido esforços na formação e na qualificação de seus profissionais. A equipe do hospital participou do treinamento oferecido pelo projeto “Angels”. A iniciativa, já consolidada nos Estados Unidos e na Europa, visa aprimorar desde os responsáveis pela portaria até os médicos neurologistas que atenderão aos pacientes. O Hospital Lifecenter é pioneiro, em Belo Horizonte, em receber o projeto que passou, em 2017, por 80 instituições médicas no Brasil. 

Uma das profissionais treinadas, a enfermeira Kamilla Lima, pondera os ganhos proporcionados pela capacitação. “Agora usamos uma escala para identificar a gravidade do comprometimento cerebral de acordo com os sintomas que o paciente apresenta”, pontua Kamilla. Ela revela que o novo protocolo foi uma das etapas do treinamento do Angels, executado em parceria com a Universidade do Porto (Portugal). 

O diagnóstico mais eficaz, segundo Kamilla, otimizou também a recepção dada aos pacientes, que agora contam com tratamento de urgência até 24 horas depois da apresentação dos primeiros sinais de AVC. “Mesmo após um dia, ainda há tempo de resolver danos que possam ser solucionados com procedimento cirúrgico. Os pacientes ficam muito satisfeitos com a agilidade do protocolo, já que os procedimentos são muito rápidos, sequenciais e todos os setores do hospital sabem como agir”, garante a enfermeira do pronto-socorro.

Pioneirismo e excelência

Além do treinamento, o projeto “Angels” também avalia a qualidade dos serviços prestados pelo hospital a pacientes com quadro de AVC. Após a visita dos responsáveis pela iniciativa, há cerca de três meses, o hospital Lifecenter foi certificado pela qualidade de seu atendimento aos enfermos. “Somos o primeiro hospital de Belo Horizonte a receber o certificado de melhoria do projeto Angels. Para nós, isso é muito importante porque o projeto é validado em nível nacional e internacional”, celebra o Dr. Daniel.

A estretégia do Hospital Lifecenter, em prol da qualificação da equipe para o quadro de AVC, caminha ao lado de um movimento global. Onze nações latino-americanas assinaram, em agosto deste ano, uma carta se comprometendo a desenvolver medidas efetivas para atuar na prevenção, no amparo e na reabilitação dos pacientes. O documento foi oficializado durante o 21º Congresso Ibero-americano de Doenças Cerebrovasculares, realizado em Gramado, no Rio Grande do Sul. 

Radar do AVC

O AVC é uma emergência médica responsável por causar uma morte a cada seis segundos, o que equivale a 6,5 milhões de óbitos no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Há duas formas de acometimento do AVC, sendo que, 85% dos casos ocorrem na forma isquêmica, ou seja, quando há a obstrução em um vaso sanguíneo que fornece sangue ao cérebro, bloqueando a passagem de oxigênio para as células locais. Já os outros 15% são referentes à forma hemorrágica, quando um vaso enfraquecido rompe e sangra no cérebro.