O Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m² – projeto-padrão R8-N) aumentou 0,30% em julho. O índice acumulou alta de 3,67% nos últimos 12 meses. Assim como vem acontecendo nos últimos meses, em julho a elevação do CUB/m² foi devida ao incremento observado no custo com material de construção, que aumentou 0,72%. Dentre os demais componentes do referido indicador de custos setorial constatou-se que os custos com as despesas administrativas e com a mão de obra ficaram estáveis enquanto o custo com equipamento aumentou 6,71%.

O custo do metro quadrado de construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos) que em junho/18 era R$1.367,48 passou para R$1.371,58 em julho/18. O CUB/m² é um importante indicador de custos do setor e acompanha a evolução do preço de material de construção, mão de obra, despesa administrativa e aluguel de equipamento. É calculado e divulgado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) conforme a Lei Federal 4.591/64 e de acordo com a Norma Técnica NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Na composição do CUB/m² (projeto-padrão R8-N) a mão de obra representou, em julho, 55,75%, os materiais de construção responderam por 39,99% e as despesas administrativas/aluguel de equipamentos foram responsáveis por 4,26%.

A alta nos preços de materiais de construção vem se destacando nos últimos meses. Em julho os maiores aumentos foram observados nos seguintes itens: porta interna semi oca para pintura (+13,82%), fio de cobre antichama (+4,82%), tubo de PVC-R rígido reforçado para esgoto (+3,38%), emulsão asfáltica/impermeabilizante (+3,24%) e cimento CP-32 (+2,45%).

Segundo o economista e coordenador do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, observa-se, especialmente nos últimos três meses, um movimento maior de aumento de preços nos materiais de construção, o que pode prejudicar ainda mais o processo de recuperação das atividades da construção. “Nos últimos quatro anos a construção mineira registrou retração superior a 25% em suas atividades e no primeiro trimestre/18 o ritmo continuou baixo, com o PIB setorial caindo 1,5% na comparação com os três primeiros meses do ano passado. A perspectiva inicial de crescimento, em 2018, era 2%. Entretanto, o processo de recuperação da economia nacional, que continua a passos lentos, as incertezas políticas e a falta de confiança de empresários e consumidores contribuíram para derrubar essa estimativa, que hoje encontra-se em modesto 0,5%. Neste contexto, nenhum aumento de custo pode estar no radar do setor, que já vem sofrendo amplamente com a redução sistemática de suas atividades. A permanecer este cenário a tendência é o aumento no preço dos imóveis”, destaca o coordenador.

Acumulado no período de janeiro a julho/18 – O CUB/m² (projeto-padrão R8N) nos primeiros sete meses do ano registrou alta de 3,08%. Já o custo com material aumentou, neste período, 3,64% e o custo com a mão de obra 2,53%. O custo com a despesa administrativa cresceu 5,00% enquanto o custo com aluguel de equipamentos 6,71%. Neste período, os materiais que registraram as maiores elevações de preços foram: esquadria de correr (+19,94%), emulsão asfáltica impermeabilizante (18,38%), porta interna semi oca para pintura (+16,84%), fio de cobre antichama (+16,00%) e cimento CP-32 (+13,43%).

Acumulado nos últimos 12 meses (Agosto/17 – julho/18): Nos últimos 12 meses o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 3,67%, o que foi reflexo das seguintes variações: 5,09% no custo com material de construção, 2,53% no custo com a mão de obra, 5,00% nas despesas administrativas e 14,39% no aluguel de equipamentos. Os materiais que apresentaram maiores elevações em seus preços nos últimos 12 meses foram: porta interna semi oca para pintura (+28,14%), fio de cobre antichama (+22,54%), esquadria de correr (+19,59%), emulsão asfáltica impermeabilizante (+19,39%) e cimento CP-32 (+16,76%).