Sob a regência do maestro Fabio Mechetti, Orquestra interpreta obras de Haydn e Bruckner
Quase 200 anos de histórias, conhecidas porque se abriram para o mundo, inspiram os concertos que a Filarmônica preparou para os dias 12 e 13 de julho, às20h30, na Sala Minas Gerais. A primeira história vem de Haydn, chamado o “pai da sinfonia”. Confinado aos palácios de seus patrões por quarenta anos, Haydn viveu em grande isolamento artístico até que, em 1791, começou a viajar. Bruckner, por sua vez, era visto como um grande artista, porém de trejeitos simplórios e humildes. Após 1881, quando sua Quarta Sinfonia foi apresentada em Viena, teve início um processo de reconhecimento que atualmente o qualifica como representante singular da forma sinfônica no século XIX.
Ter atuação internacional e estar em contato com comunidades estrangeiras é também o que inspira a Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais – ACMinas a entregar à Filarmônica, no dia 13 de julho, antes do início do concerto, o selo “Eu Participo”, do projeto Internacionaliza BH, incluindo a Orquestra em uma rede de organizações que buscam posicionar Minas Gerais no cenário internacional.
As obras escolhidas para o repertório dos concertos são a Sinfonia nº 96 em Ré maior, Hob. I:96, “Milagre”, de Haydn e a Sinfonia nº 4 em Mi bemol maior, “Romântica”, de Bruckner. A regência é do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica, que também será o palestrante dos Concertos Comentados, das 19h30 às 20h, contando um pouco sobre a história desses compositores e sobre essas obras específicas. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.
Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura e contam com o incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Repertório
Sobre a Sinfonia nº 96 de Haydn
Joseph Haydn (Rohrau, Áustria, 1732 – Viena, Áustria, 1809) e a Sinfonia nº 96 em Ré maior, Hob. I:96, “Milagre” (1791)
Na segunda metade do século XVIII, os gêneros musicais associados à forma sonata clássica, como a Sinfonia e o Quarteto de Cordas, chegaram à plena maturidade, sobretudo na obra de Haydn e Mozart. Sob esse aspecto, as 104 sinfonias de Haydn constituem um legado ímpar. Confinado aos palácios da família Esterházy, seus patrões por quarenta anos, Haydn vivia em grande isolamento artístico. Por outro lado, tinha uma excelente orquestra à sua disposição, podendo assim testar suas originais experiências musicais. Inevitavelmente, a fama de Haydn extrapolaria os domínios dos Esterházy. Com as duas longas viagens a Londres, realizadas entre 1791 e 1795, por conta do empresário e violinista Johan Peter Salomon, o compositor encontrou-se finalmente em contato direto com o grande público. O sucesso fenomenal dessas turnês marcou a história da música, pois Haydn, aos sessenta anos, aceitou o desafio de escrever obras realmente novas – as sinfonias Salomon (números 93 a 104) são de caráter experimental. No dia 11 de março de 1791, nos Hanover Square Rooms, a Sinfonia nº 96 foi apresentada, causando grande entusiasmo. O curioso subtítulo Milagre foi atribuído a essa sinfonia pelo biógrafo Dies, referindo-se à queda de um pesado candelabro no teatro, durante sua primeira apresentação. Por milagre, ninguém ficou ferido. Mais tarde, soube-se que esse fato se deu, na verdade, na estreia da Sinfonia nº 102, mas o subtítulo permaneceu ligado à Sinfonia nº 96.
Sobre a Quarta Sinfonia de Bruckner
Anton Bruckner (Ansfelden, Áustria, 1824 – Viena, Áustria, 1896) e a Sinfonia nº 4 em Mi bemol maior, “Romântica” (1874/revisão em 1880)
Incompreendido por muitos de seus compatriotas, Anton Bruckner só veio a receber reconhecimento quando o célebre regente Hans Richter estreou sua Quarta Sinfonia, mais conhecida como “Romântica”, com grande sucesso. Em sua obra, o compositor austríaco pretendeu elaborar uma síntese dos elementos essenciais da música do século XIX, a partir de Beethoven, levando a orquestra a dimensões wagnerianas. As oito sinfonias de Bruckner foram compostas numa direção oposta à de Brahms, escolhendo adotar a liberdade formal da terceira fase beethoveniana. Para muitos, esse trabalho sinfônico representa a própria personalidade do compositor, visto como um grande artista, porém de trejeitos simplórios e humildes. Com seu talento musical, Bruckner adquiriu muito cedo um sólido domínio da técnica do órgão e do contraponto. Teve um início de vida extremamente difícil, até que, em 1855, foi contratado como organista da Catedral de Linz. Prosseguiu com os estudos de Composição e mais tarde conseguiu ser nomeado como organista da Capela da Corte de Viena. Foi na capital austríaca que Bruckner criou a maior parte de suas sinfonias, incluindo a Quarta, que não só lhe deu fama no período como, eventualmente, se tornou uma de suas obras mais populares.
Maestro Fabio Mechetti
Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é seu Regente Emérito. Regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello.
Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escandinávia, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras.
Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais fez seu primeiro concerto em 2008, há dez anos. Diante de seu compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal, a Filarmônica chega a 2018 como um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil. Reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, a nossa Orquestra, como é carinhosamente chamada pelo público, inicia sua segunda década com a mesma capacidade inaugural de sonhar, de projetar e executar programas valiosos para a comunidade e sua conexão com o mundo.
Números da Filarmônica de Minas Gerais em 10 anos (até último concerto de junho de 2018)
1 milhão espectadores
769 concertos realizados
1.000 obras interpretadas
104 concertos em turnês estaduais
38 concertos em turnês nacionais
5 concertos em turnê internacional
90 músicos
550 notas de programa publicadas no site
179 webfilmes publicados (19 com audiodescrição)
1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
3 CDs pelo selo internacional Naxos (Villa-Lobos)
1 CD pelo selo nacional Sesc (Guarnieri e Nepomuceno)
3 CDs independentes (Brahms&List, Villa-lobos e Schubert)
1 trilha para balé com o Grupo Corpo
1 adaptação de Pedro e o Lobo, de Prokofiev, para orquestra e bonecos com o Grupo Giramundo
SERVIÇO
Série Allegro
12 de julho – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Vivace
13 de julho – 20h30
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
HAYDN Sinfonia nº 96 em Ré maior, Hob. I:96, “Milagre”
BRUCKNER Sinfonia nº 4 em Mi bemol maior, “Romântica”
Ingressos: R$ 44 (Coro) R$ 50 (Balcão Palco) R$ 50 (Mezanino), R$ 68 (Balcão Lateral), R$ 92 (Plateia Central) e R$ 116 (Balcão Principal).
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Ingressos para o setor Coro serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Funcionamento da bilheteria:
Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto
De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 20h.
Aos sábados, das 12h às 18h.
Em quintas e sextas de concerto, das 12h às 22h
Em sábados de concerto, das 12h às 21h.
Em domingos de concerto, das 9h às 13h.
São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.