A taxa de desemprego no Brasil ficou em 12,4% no trimestre encerrado em agosto deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Apesar do mercado de trabalho estar mais enxuto, ainda há oportunidades para quem perdeu o emprego, mas é preciso saber como agir para se recolocar rapidamente e, se possível, em uma posição melhor.

Para isso, o primeiro passo é repensar a carreira e tomar novos rumos. Segundo a especialista em desenvolvimento humano e organizacional Raquel Couto, o profissional deve ter foco e traçar um plano de metas de sua jornada em curto, médio e longo prazos. “É de extrema importância que a pessoa consiga imaginar onde ela estará daqui a um ano, por exemplo. Estará fazendo o que fazia ou vislumbra uma mudança radical na carreira? Seja qual for a resposta, o ideal é fazer um planejamento desde já e traçar estratégias para alcançar o que deseja. Nunca é tarde demais para rever projetos, analisar seu momento profissional e financeiro, ‘ajustar as velas’ e mudar a direção, caso seja necessário”, pontua.

Depois de definir um objetivo –sustentado por realizações, resultados e competências–, é hora de reformular o currículo. “A primeira imagem é a que fica; assim, a elaboração do currículo conta. Por isso, opte por um modelo conciso e bem redigido”, destaca Raquel Couto. Todas as informações devem contemplar, no máximo, duas páginas com os seguintes tópicos: dados pessoais, objetivo, formação, resumo das qualificações, atividades profissionais, empregos anteriores e cursos de aperfeiçoamento.

Investir em cursos de especialização também aumenta a oportunidade de garantir uma boa posição no mercado de trabalho. As vagas para profissionais que concluíram a universidade foram as únicas que cresceram em 2016. Segundo a Relação Anual de Informações Sociais, documento divulgado pelo Ministério do Trabalho, a alta foi de 1,5%. O grupo ganhou quase 142 mil postos de trabalho. No geral, foram eliminados 2 milhões de empregos formais no ano passado.

Marketing pessoal

A especialista alerta que, nas entrevistas de emprego com recrutadores ou gestores de áreas, é importante que o profissional destaque os diferenciais competitivos e evite apresentar apenas a descrição dos cargos. “Dessa maneira, a pessoa será mais atrativa para o mercado de trabalho. Sobre seus defeitos: não vá no clichê perfeccionista. Diga realmente seus pontos fracos e o que você está fazendo para melhorar.”

Autoconfiança e marketing pessoal também são ferramentas poderosas que ajudam o profissional a se posicionar no mercado de trabalho. “O ideal é recorrer ao networking para ampliar a visibilidade e se conectar a oportunidades e novas possibilidades. Ao manter contato com profissionais de outras áreas e empresas e apresentar a eles seus projetos, a pessoa ganha visibilidade, aumentando, assim, suas chances de ser lembrada”, observa Raquel Couto.