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Comédia brasileira conta com Camila Morgado e Murilo Benício nos papéis principais (Fotos: Warner Bros. Pictures Brasil/Divulgação)

 

Maristela Bretas

Nem um elenco famoso é capaz de salvar a tentativa de comédia nacional “Divórcio”, do diretor Pedro Amorim, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas. Apesar de ser estrelada por Camila Morgado e Murilo Benício, que estão muito bem entrosados, a produção é fraca, com roteiro sem graça e não passa de uma paródia aos hábitos excêntricos dos ricos do interior paulista, no caso, Ribeirão Preto, onde se passa a história.

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O filme pode agradar àqueles que gostam de música sertaneja, mesmo que cantada em ritmo de rock, como é o caso de “Evidências”, de Chitãozinho e Xororó, na voz de Paula Fernandes. Um desperdício de dois talentos, principalmente Morgado, que já fez comédias que foram sucesso de bilheteria, como “Até Que a Sorte nos Separe – Falência Final“. E o próprio Benício, sempre com cara de bobo que fica engraçada em alguns momentos, quando não exagera.

A história é simples, com humor que não chega a provocar risadas ou cenas marcantes. O apaixonado casal Noeli (Camila Morgado) e Júlio (Murilo Benício) leva uma vida humilde, até que os dois ficam ricos depois que ela cria um molho de tomate que virou sucesso nacional. Com o passar dos anos, os dois vão se distanciando e um incidente provoca a separação. O processo de divórcio envolvendo filhos e, principalmente, a grande fortuna do casal provoca uma disputa dos advogados de ambos que tentam garantir para seus clientes o domínio do patrimônio e das crianças.

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Morgado e Benício já trabalharam juntos em outras produções, como América (2005) e Avenida Brasil (2012) e estarão juntos novamente no suspense “O Animal Cordial”, em breve nos cinemas. Também no elenco estão Luciana Paes (faz Sofia, amiga de Noeli), Thelmo Fernandes (Milton, amigo de Julio), Gustavo Vaz (no papel do cantor sertanejo Catanduva), André Mattos e Ângela Dippe, interpretando os advogados do casal. Participações especiais de Sabrina Sato, como uma entrevistadora de celebridades e o engraçado Paulinho Serra, um técnico de computadores bem esquisitão (como sempre).

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O casal principal exagera o sotaque carregado no “R” de algumas cidades do interior de Minas e São Paulo, explora em seus papéis costumes típicos de “novos ricos” que gostam de gastar muito com carros possantes, sapatos, joias, roupas em excesso e o sonho de levar os filhos à Disney nas férias. E quando resolvem se divorciar a disputa na justiça vira uma guerra armada pela divisão do patrimônio.

“Divórcio” tinha tudo para ser a comédia do ano: diretor experiente – Pedro Amorim (de “Mato Sem Cachorro”, 2013, e “Superpai”, 2014) – e um elenco afinado, mas não conseguiu. O chamariz para garantir boa bilheteria serão os atores principais que têm um público fiel especialmente por causa das novelas e que deverá ir ao cinema para conferir a produção. Além deles, o filme tem alguns pontos positivos, como as tomadas as cenas de perseguição nas plantações e os ataques de fúria de Noeli quando resolve partir para o armamento pesado. Confesso que esperava mais.

Ficha técnica:
Direção: Pedro Amorim
Produção: Filmland Internacional
Distribuição: Warner Bros. Pictures Brasil
Duração: 1h50
Gêneros: Comédia nacional / Romance
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)