Desde cuidar de idosos e crianças debilitadas até auxiliar na reabilitação de animais silvestres, são muitas as opções de trabalho voluntário para quem deseja estudar e fazer o bem no exterior
Celebrado no mês de agosto, o Dia Nacional do Voluntariado (28 de agosto) foi instituído há 33 anos como forma de prestigiar aqueles que se doam para a missão de ajudar outras pessoas e/ou causas de cunho social. De acordo com a pesquisa realizada pela Rede Brasil Voluntário e Ibope Inteligência, cerca de 35 milhões de brasileiros com mais de 16 anos faz ou já fez algum trabalho voluntário. Muitos destes, portanto, optam por desempenha-lo fora do país, agregando ao serviço o aprendizado de novo idioma.
São muitas as possibilidades para quem deseja embarcar com esse objetivo, desde cuidar de idosos e crianças debilitadas até auxiliar na reabilitação de animais silvestres. Nesse contexto, a África do Sul é o país com mais programas de trabalho voluntário e tem atraído brasileiros interessados em desafios. Um deles foi médico veterinário Felipe Noleto, que desembarcou ano passado na cidade de Bloemfontein, no projeto Zanchieta Wild Cat Farm, pelo programa de intercâmbio voluntário da World Study.
“Passei um total de 3 semanas no projeto, trabalhando em contato direto com leões, servais, linces do deserto, suricatos, porcos espinhos, macacos, corujas, e os meus preferidos, os guepardos”, conta Felipe. “Pela minha formação como médico veterinário, acabei prestando assistência aos animais da fazenda, sempre que possível em coisas básicas, gerando um aprendizado ainda maior no meu caso”, ressalta.
Segundo o intercambista, a experiência foi tão enriquecedora que ele pretende voltar ao país para rever a equipe e os animais com os quais teve contato. “Tenho intenções reais de visitar a fazenda novamente e reencontrar toda a equipe e principalmente os meus bebês guepardos – Dano, Jasper e Emerald – que ficaram sobre meus cuidados no período em que estive lá”, declara, saudoso. Apesar do nervosismo inicial, para ele, a experiência valeu à pena. “Foi algo que moldou diretamente a minha vida pessoal e profissional, e eu recomendo que todas as pessoas que tem condições busquem experiências semelhantes”, aconselha Felipe.
Além desta modalidade, a World Study promove intercâmbios no mundo inteiro, para os mais variados tipos de interesses. Segundo Paulo Silva, diretor da World Study BH, estes programas são voltados para intercambistas de todas as idades, sendo necessário ter mais de 18 anos. “Para quem vai ser voluntário na África do Sul, por exemplo, são oferecidas aulas de inglês pela manhã e o trabalho voluntário pela tarde”, relata o gerente. No país, a World Study oferece programas como o Jeffrey’s Bay Kindergarten, que promove experiência educacional para crianças necessitadas; o Namibia Wildlife Conservation, que trabalha com a conservação da terra, cultura e vida selvagem, resgatando espécies ameaçadas pela redução de seus habitats culturais, e o Organic Farming, com práticas de agricultura de forma holística, utilizando técnicas de biodinâmica e astrologia da agricultura para a reabilitação do solo e ecossistema locais.