Com uma série de sete de pinturas, a artista apresenta cenas cotidianas com uma linguagem poética e leve, nas quais figuração e abstração se entremeiam
A artista plástica Maíse Couto apresenta suas obras na Piccola Galleria da Casa Fiat de Cultura. A exposição “Estar no mundo, sem ser do mundo” conta com uma série de sete pinturas, sendo cinco delas inéditas, em tamanhos variados. As obras delineiam um universo pictórico elaborado a partir da experimentação de um espaço que não se submete à linearidade de nenhuma perspectiva conhecida, mas a uma paisagem só experimentada no território livre da poesia e da pintura. A mostra, com entrada gratuita, fica aberta à visitação de 14 de agosto a 30 de setembro.
As obras que compõem a série combinam técnicas de tinta a óleo, tinta acrílica e carvão vegetal, e são fruto da imersão de Maíse Couto em suas questões pessoais e do enfrentamento da rotina solitária e silenciosa do ateliê. O processo criativo da artista se dá a partir do problema da tela em branco e no decorrente jogo de seleção e deleção instaurado na busca de equilíbrio plástico de elementos que atravessam as fronteiras entre a figuração e a abstração. “Entro lentamente na pintura, sem imagens ou orientações preconcebidas. Alinho-me a intuição, principalmente no uso das cores. Com a tela branca no chão e usando tinta acrílica, as formas vão surgindo, dando a organização quase lúdica dos planos, ativando jogos, que fazem a composição vibrar, movimentando o olhar. A cor dita o ritmo, faz acontecer, muito mais que a composição ou o tema”, explica Couto.
As paisagens imaginadas são, normalmente, habitadas por uma criança inspirada nos retratos de sua filha. O símbolo personifica sua própria imagem infantil em espaços indefinidos, em situações e ações que revelam resquícios mesclados de lembranças e de imaginação absolutamente inconscientes, refazendo no plano suas “lembranças indiretas”. Segundo a artista, a motivação para a escolha da cena está diretamente relacionada ao sentimento, pensamento ou acontecimento que a movem naquela ocasião, sem julgamentos ou censuras. “Fragmentos intuitivos que na fatura da pintura se mesclam aleatoriamente com impulsos gestuais plasmados em cores e formas irreconhecíveis criando prováveis metáforas e permitindo uma leitura aberta ao espectador. O resultado é a submersão de camadas físicas e metafísicas, organizadas, ajustadas no plano pictórico”, completa.
A mostra “Estar no mundo, sem ser do mundo” é uma realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Casa Fiat de Cultura, com o patrocínio da Fiat Chrysler Automóveis (FCA), Banco Fidis, Fiat Chrysler Finanças, Fiat Chrysler Participações e Banco Safra. A exposição conta com apoio institucional do Circuito Liberdade, Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (Iepha), Governo de Minas e Governo Federal.
Maíse Couto
Maíse Couto vive e trabalha em Belo Horizonte. Graduada em Odontologia e Artes Plásticas com habilitação em desenho e pintura pela Escola Guignard, da Universidade do Estado de Minas Gerais, é também pós-graduada em Desenvolvimento e Gestão Cultural.
Selecionada para mostra individual “Estar no mundo, sem ser do mundo”, na Piccola Galleria da Casa Fiat de Cultura, Belo Horizonte (2018) e “Tu és eu, eu sou tu”, na Galeria de Arte da CEMIG, Belo Horizonte (2018).
Suas últimas exposições individuais foram “Como Arrumar Flores num Jarro”, Colégio Loyola, Rede Jesuíta de Educação, Belo Horizonte (2018); Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, Belo Horizonte (2017); Fundação de Arte de Ouro Preto – FAOP, Ouro Preto (2017); e a mostra de desenhos, fotografia e instalação “Indizível”, Escola Guignard, Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG, Belo Horizonte (2015).
Participou das exposições coletivas do VII Salão de Arte de Itabirito, em Itabirito (2017), onde recebeu menção honrosa; Museu das Minas e do Metal, Belo Horizonte (2017) e Fundação de Arte de Ouro Preto – FAOP, Ouro Preto (2017). Dentre outras, expôs na Galeria de Arte da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte (2016) e na Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG, Belo Horizonte (2016).
Piccola Galleria
A Piccola Galleria da Casa Fiat de Cultura é um espaço de permanente incentivo às expressões artísticas que foi criado em 2016, destinado a novos artistas. A proposta é apresentar e destacar trabalhos inéditos – pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, fotografias, instalações, performances e/ou videoarte – de artistas locais, brasileiros ou estrangeiros.
O espaço, situado ao lado do painel “Civilização Mineira”, de Candido Portinari, no Hall Principal da Casa Fiat de Cultura, abriga exposições de curta duração, mas com toda visibilidade que a instituição enseja. No espaço são realizados dois tipos de mostras: aquelas programadas pela própria Casa Fiat de Cultura e as destinadas a artistas que inscreveram seus trabalhos, por meio de um processo de seleção realizado anualmente. Local intimista e com grande circulação de público, a Piccola Galleria conta com a chancela da Casa Fiat de Cultura e do Circuito Liberdade, um dos mais importantes corredores culturais do país.
Dentre os 97 inscritos no 2º Programa de Seleção, seis foram escolhidos: Fernanda Fernandes (Belo Horizonte), Wendell Leal (Belo Horizonte), Mariângela Haddad (Ponte Nova-MG), Maíse Couto (Belo Horizonte), Ildeu Lazarinni (Belo Horizonte) e Miro Bampa (Vinhedo-SP). Os trabalhos, inéditos e com técnicas diferenciadas, reúnem fotografias, aquarelas, pinturas a óleo e acrílica, instalação e assemblages.
Casa Fiat de Cultura
Há 12 anos, a Casa Fiat de Cultura cumpre importante papel na transformação do cenário cultural mineiro, ao apresentar, em Belo Horizonte, algumas das mais relevantes e prestigiadas exposições já realizadas no Brasil. Foram mais de 40 exposições de consagrados artistas brasileiros e internacionais, além de mostras de artistas que despontam na cena contemporânea. Sua contribuição à renovação da produção artística e à formação de público se estende por meio de uma programação diversificada de música, palestras e de um Programa Educativo que propõe conceitos e reflexões no diálogo com o público em visitas mediadas e nas práticas promovidas no Ateliê Aberto, um espaço de experimentação artística livre. A Casa Fiat de Cultura integra um dos mais expressivos corredores culturais do país, o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. Em sua sede no histórico edifício do Palácio dos Despachos apresenta, em caráter permanente, o simbólico painel de Portinari, Civilização Mineira, de 1959. Mais de 2 milhões de pessoas já visitaram suas exposições e 350 mil participaram de suas atividades educativas.
SERVIÇO
Exposição “Estar no mundo, sem ser do mundo” – Maíse Couto na Piccola Galleria da Casa Fiat de Cultura
14 de agosto a 30 de setembro de 2018
Terça a sexta, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Entrada gratuita
Casa Fiat de Cultura
Circuito Liberdade
Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH/MG
Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 21h – Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h