O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, hoje, os resultados do PIB referentes ao primeiro trimestre de 2018. Nos primeiros três meses deste ano, em relação ao último trimestre de 2017, o PIB registrou alta de 0,4%, evidenciando que a economia continua, mesmo que modestamente, o seu processo de recuperação. Segundo o economista e coordenador sindical do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), alguns fatores ajudam a compreender a lenta recuperação. “O desemprego muito elevado, que ainda atinge mais de 13 milhões de pessoas no país, os juros altos (a queda da taxa Selic, apesar de dar melhores condições para o crédito, não foi totalmente repassada para os consumidores), o baixo patamar dos investimentos (16% do PIB), o ano eleitoral e o quadro político incerto no país, além da paralisia da agenda econômica, das reformas incompletas, do ambiente externo menos favorável e do desempenho da construção civil”, destaca.
O setor da construção civil, que responde por mais de 50% dos investimentos do país e é uma grande empregadora de mão de obra, depois de registrar queda superior a 20% nos últimos quatro anos, iniciou 2018 com redução em suas atividades. Em qualquer base de comparação, os resultados do PIB da construção civil demonstram que as suas atividades continuam deprimidas. Na comparação do primeiro trimestre de 2018 com o último trimestre de 2017, a queda observada foi de 0,6%.
“O baixo ritmo de atividades da construção é justificado pela fragilidade do processo de recuperação da economia. Os investimentos públicos, comprometidos pelo grave desequilíbrio fiscal e a instabilidade do quadro macroeconômico contribuem para que o desempenho setorial permaneça em ritmo lento. E a situação continua difícil no segundo trimestre. A séria crise provocada pela paralisação dos caminhoneiros acarretou perdas em todos os setores de atividade e na construção civil não foi diferente”, avalia o economista. Nesse ambiente, as perspectivas para o crescimento da economia nacional e também da construção, apesar de permanecerem positivas, devem ser revistas.