Maristela Bretas
Violento e sanguinário do início ao fim, “A Vilã” (Ak-Nyeo” ou “The Villaines”) assusta quem não está preparado para a carnificina mas tem uma boa história. O diretor Jung Byung-gil conduziu bem o drama da vida da personagem principal, desde a infância mostrada em flashbacks até a vingança na fase adulta. A matança generalizada desta produção sul-coreana faz com que expectador se sinta jogando o game “Doom”, numa escala bem mais radical.
Esta nova modalidade de filme de ação, no entanto, ganhou destaque entre os críticos internacionais e foi um dos selecionados oficialmente para a Sessão da Meia-Noite do 70º Festival de Cannes. Feito em menos de quatro meses (de 18 de outubro de 2016 a 12 de fevereiro de 2017, “A Vilã” foi lançado primeiro na Coreia do Sul em junho último.
As câmeras instaladas em pontos estratégicos – nos atores ou dublês, nas motos e carro -, colocam o expectador no mesmo plano da ação, seja na luta no início do filme (chega a dar tonteira) quanto nas perseguições com veículos. São sequências de ação frenéticas, com imagens que chegam quase a parecer reais, pouco vistas no cinema. Até a lente das câmeras ficam respingadas de tinta vermelha de sangue que espirra das vítimas.
“A Vilã” se desenrola na maior parte do tempo num ambiente sombrio, de pouca cor, que combina bem com a protagonista e nada mocinha Sook-hee, interpretada por Kim Ok-vin. Uma sul-coreana que além de bonita luta demais, mata demais e deixa muito coreano aos seus pés – literalmente. Nas principais sequências de ação ela dispensou o dublê.
Também no elenco um dos famosos atores sul-coreanos do momento, Shin Ha-kyun (faz o papel do marido dela Joong-sang), além de Bang Sung-jun (namorado de Sook-hee) e Kim Seo-hyung (Kwon, chefe da agência de Inteligência Sul-coreana).
O filme conta a história de Sook-hee, uma menina treinada desde a infância para ser uma assassina sanguinária e vê uma chance de mudar sua vida ao ser recrutada por Kwon. Ela aceita um acordo de trabalho que a libertará do árduo ofício depois de dez anos de serviço. Com nova identidade, ela agora se chama Chae Yeon-soo, é uma atriz de teatro e tem uma filha. Mas mesmo depois de cumprir o prazo e recomeçar a trilhar uma rotina normal, a jovem tem seu passado descoberto com o aparecimento de dois homens.
Para os apreciadores de filmes e games violentos, “A Vilã” pode surpreender e agradar bastante por seu estilo chuta, bate, corta, degola, decepa e coisas do gênero. E dá-lhe sangue jorrando.
Ficha técnica:
Direção, roteiro, dialoguista: Jung Byung-gil
Produção: Next Entertaiment World / Apeitda Production / Jung Byung-gil Films
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h09
Gêneros: Ação / Drama
País: Coreia do Sul
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)