No dia 29 de maio é celebrado o Dia Mundial da Saúde Digestiva, uma data dedicada à conscientização sobre a importância do sistema digestório para a saúde geral e o bem-estar. Este ano, a campanha destaca uma preocupante estatística fornecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS): mais de 1 bilhão de pessoas sofrem de problemas gastrointestinais, mas cerca de 90% não procuram atendimento médico e recorrem à automedicação.
O Dr. Sandro Rodrigues Chaves, gastroenterologista da Rede de Saúde Mater Dei, ressalta a complexidade do sistema digestório e sua interconexão com outros sistemas do corpo. “Em 2023, foi estimado que cerca de um terço dos casos de adoecimento teve origem gastrointestinal. Em 2018, o gasto com doenças gastrointestinais, só nos EUA, foi de 120 bilhões de dólares. O aparelho digestivo é, de longe, o mais complexo de todos os sistemas do corpo humano. Em função, perde apenas para o cérebro”, comenta Chaves.
Ele explica que o aparelho digestivo é constituído por um longo tudo que vai da boca ao ânus, sucessivamente dando origem à cavidade oral, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e canal anal. E tem órgãos “acoplados” como as glândulas salivares, fígado, vias biliares e vesícula biliar, além do pâncreas. Cada um desses órgãos tem suas próprias afecções, de origem autoimune, inflamatória, infecciosa, funcional, neoplásica maligna e benigna, o que responde pela multitude de doenças do aparelho digestivo.
Os sinais de alerta para problemas digestivos são variados e podem incluir dificuldade para engolir (disfagia), azia, queimação, diarreia com perda de peso, eliminação de sangue nas fezes, prisão de ventre e perda de peso devido à má absorção de nutrientes. De igual modo, fatores do estilo de vida moderno, como dieta inadequada e altos níveis de estresse, têm um impacto significativo na saúde digestiva.
“O excesso de carboidratos, gorduras, sal, conservantes e proteínas presentes na alimentação processada e ultra processada típicas do ocidental leva ao acúmulo de calorias na forma de gordura, à obesidade, à aterosclerose e à sua prima-irmã, a esteatose hepática (fígado gorduroso).
O gastroenterologista também chama a atenção para a epidemia de obesidade e síndrome metabólica, que frequentemente são acompanhadas por esteatose hepática, um problema comum que pode ser tratado com atividade física regular, abandono do sedentarismo e uma dieta saudável. Segundo o especialista, o Brasil hoje já conta com uma taxa de obesidade maior do que 20%. “Esse estado aumenta sobremaneira o risco de eventos cardiovasculares, hipertensão, diabetes, sabidamente. Mas também aumenta o risco de tumores, dentre eles o próprio Câncer Colorretal”, destaca Chaves.
Mudar a alimentação para uma tendência mais saudável, equilibrando os excessos da “dieta ocidental” com vegetais frescos, legumes, frutas e verduras, óleos vegetais, fibras, cereais, trocando a carne vermelha por maior consumo de peixes, diminui os índices de adoecimento em geral, mas especialmente por neoplasias malignas e eventos cardiovasculares.
E podemos dizer que manter uma alimentação saudável, evitando obesidade, aumenta a perspectiva de anos vividos com qualidade
Conscientização – Neste Dia Mundial da Saúde Digestiva, a mensagem é clara: a prevenção e a busca por orientação médica são essenciais para manter uma boa saúde digestiva. A Rede Mater Dei de Saúde incentiva todos a adotarem hábitos de vida mais saudáveis e a procurarem um médico ao menor sinal de problema. A saúde digestiva é fundamental para o bem-estar geral, e cuidar dela é um passo importante para uma vida mais saudável e plena.