O show traz participações do Coletivo IMuNe (Bia Nogueira, Cleópatra e Raphael Sales) e a presença do grande homenageado da noite, Maurício Tizumba, pelos seus  50 anos de carreira.

Um dos maiores eventos de música negra do país, o festival reúne shows, lançamento de podcast, showcases, palestras, oficinas, rodadas de negócio, e, nesta edição, traz o conceito de afrofuturismo e diversifica a programação contemplando também a música produzida por Indígenas, periféricos e pessoas LGBTQIAPN+. Todas as ações acontecem no Sesc Palladium e na Mascate Runeria (Centro).

Nos dias 2, 3 e 4 de novembro, de quinta-feira a sábado, Belo Horizonte recebe um dos maiores eventos da cena musical negra, o 5º Festival IMuNe – Instante da Música Negra que reúne shows, lançamento de podcast, showcases, além de palestras, oficinas e rodadas de negócio, com foco no ecossistema da música. Na abertura, dia 2.11, quinta, às 15h, no Espaço Jardim do Sesc Palladium, tem estreia do podcast “Ninguém Manda Ni Mim”, comandado pela cantora Bia Nogueira e a influenciadora e produtora cultural Malu Tamietti, com participação da rapper Karol Conká (PR). Às 20h, no Grande Teatro, a artista curitibana abre o festival com seu novo disco Urucum, celebrando os 50 anos do Hip Hop. No show, Conká convida o Coletivo Imune (Bia Nogueira, Cleópatra e Raphael Sales). A noite começa com homenagem ao multiartista Maurício Tizumba e ainda uma performance com participação de Avelin Kambiwá, Guidá e Kátia Aracelle, dirigida por Carlandréia Ribeiro.

Os ingressos para o show de abertura estão à venda na bilheteria ou no Sympla a R$20 (inteira). Pagam R$10 (meia) estudantes, idosos e quem levar um 1 kg de alimento. O restante da programação é gratuita, com acessibilidade para Libras. Mais informações no instagram: @coletivoimune. Co-realização: Sesc. Com o patrocínio da MGS, este projeto é realizado, pelo Imune Arte Entretenimento, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

“Instante: um momento que vai além da escuta, um espaço para provocar o questionamento: ‘Quais são os instantes em que a música produzida por negros ocupa os palcos e meios de comunicação no Brasil?’. É a partir deste questionamento que a diretora artística do Festival e cantora Bia Nogueira, cria, em 2016, ao lado de Cleópatra, Rafael Salles e outros nomes da cena belo-horizontina o IMuNe – Instante da Música Negra, com o objetivo de valorizar e fomentar a ascensão, profissionalização e expansão de artistas negros(as) e agentes no mercado da música. 

Nesta 5ª edição, a proposta do IMuNe é ampliar a representatividade com a SeMPre – Semana da Música Preta. Programação multidisciplinar, realizada pelo segundo ano consecutivo no festival, prevê cinco palestras com recorte para o mercado da música e a seleção de dez musicistas via chamamento, que participarão de pitchings, rodadas de negócio e mentorias. Os cinco finalistas realizam showcases e apresentações abertas ao público, distribuídas nos três dias do IMuNe. 

“Desde o início do IMuNe, a ideia é reunir nomes negros da nova geração da música mineira e brasileira, facilitando a distribuição de produtos fonográficos e a produção de trabalhos musicais”. Bia Nogueira conta que, nesta edição, a curadoria traz uma novidade e amplia o olhar também para a produção de indígenas, periféricos e pessoas LGBTQIAPN+, compreendendo a importância de valorizar esses artistas que historicamente têm acesso restrito ao mercado artístico nacional. “A proposta é colocar as dissidências de mãos dadas. Entendemos que é tempo de amplificar as vozes em um planeta que respeite a vida de todas as pessoas. O futuro é ancestral. Toda essa tecnologia dos povos pretos que vieram de África para cá, nos deixou um legado de conhecimento milenar. Junto com a sabedoria dos povos originários, é essencial pra gente olhar para o futuro que se mostra perturbador. Toda a lógica ocidental de desenvolvimento capitalista, esse desenvolvimento que sempre precisa de mais natureza, mais território para ser devastado, está nos colocando numa rota de extinção da vida no planeta terra. Então, a gente vem com esse conceito afrofuturista, com essa grande imagem da Sankofa, esse pássaro que anda pra frente olhando pra trás, justamente colhendo esse conhecimento ancestral para seguir em frente. E não é à toa que a gente está fazendo uma dupla homenagem: aos 50 anos de carreira do nosso grande artista negro, Maurício tizumba e também aos 50 anos desse movimento urbano que é o hip hop, na presença de Karol Conká”, pontua Bia.

Na abertura do Festival, no dia 2.11, quinta, o lançamento presencial (e na plataforma) do podcast “Ninguém Manda Ni Mim”, apresentado por Bia Nogueira e a influencer e produtora Malu Tamietti, com participação especial de Karol Conká, propõe debate do tema “50 anos e Hip Hop: Mulheres Negras no Rap”. “Vamos discutir o papel das mulheres negras na cena hip hop do Brasil e como a presença delas modificam a estrutura machista”, conta Bia. 

A partir das 20h, o Coletivo Imune – formado por Bia Nogueira, Cleópatra e Raphael Sales – abre o show de Karol Conká, com performance musical em homenagem aos 50 anos de carreira do cantor, ator e compositor Maurício Tizumba. Em seguida, a cantora curitibana apresenta no Grande Teatro do Sesc Palladium seu show Urucum. Há pouco mais de dois anos, Karol é eliminada do “Big Brother Brasil” com uma rejeição recorde. Fora do programa, encontra o julgamento implacável, o ódio e a agressividade de milhões de pessoas por sua conduta no jogo. O caminho para enfrentar tudo — seus próprios demônios, os demônios de seus haters — é o mesmo ao qual recorre desde menina: a música. Dois meses depois da eliminação, entra em estúdio com o produtor Rafa Dias (RDD, do ÀTTOOXXÁ) e prepara as canções para seu quarto álbum, “Urucum” (Sony Music), que chega, pela primeira vez a BH, no formato de show homônimo, dentro do IMuNe. 

Para encerrar a noite de abertura, acontece a Festa “Ninguém Manda Ni Mim”, a partir das 23h, na Mascate Runeria. Produzido pela cantora e diretora artística do Festival Imune e pela influencer e  produtora Malu Tamietti, o evento conta com o show de Cleópatra (integrante do Coletivo Imune) e a discotecagem de duas DJs selecionadas via chamamento público. 

Já no dia 3.11, sexta, às 9h30, no Espaço Jardim do Sesc Palladium começa o Workshop “Gunga: Interseção entre as danças urbanas e a ancestralidade” com a capitã da Guarda de Congo de Oliveira Kátia Aracelle e a bailarina e coreógrafa Guidá. Por meio da Gunga – chocalho amarrado no tornozelo que é percutido enquanto se realiza um bailado – a proposta é pesquisar a interseção entre linguagens, a partir das ancestralidades negras na arte contemporânea. Às 18h30, a oficina de Marketing de Influência e a carreira artística, com Victoria Silva, foca na construção de carreiras artísticas na área da música, a partir do marketing de influencers. Às 19h30, tem início a palestra Música e tecnologia: as possibilidades dos eventos no Metaverso e inteligência artificial e o diálogo com a carreira artística. 

No dia 4.11, sábado, a partir das 14h, no Espaço Jardim do Sesc Palladium, programadores e artistas negros de todo país se encontram numa grande rodada nacional de negócios e pitchings, que será presencial, com transmissão virtual, ao vivo, no canal do Youtube do Imune. Já às 17h30, a artista e produtora Elisa de Sena fala sobre a produção cultural na música negra e feminina. Em seguida, no Teatro de Bolso do Sesc Palladium, às 19h, o público assiste a showcases com artistas selecionados pela curadoria do festival. E a partir das 22h, na Mascate Runeria, começa a Festa de Encerramento da 5ª edição com show de Raphael Sales, pré-lançamento do álbum da cantora Bia Nogueira e DJ Roxie.

“O IMuNe é esse lugar de combate ao racismo que ultrapassa a questão das ‘cotas’ e que nos mostra a necessidade urgente de mudança na mentalidade dos responsáveis pelos grandes festivais. Por exemplo, em uma cidade como Belo Horizonte, que pouco dialoga com suas raízes afromineiras, o festival é essa possibilidade de interlocução entre cidade e música negra. Por tudo isso, temos um projeto consistente, de continuidade, que permite aos artistas negros se envolverem em questões relacionadas aos negócios na área da música, aprendendo, se fortalecendo e abrindo cada vez mais espaços e frentes de trabalho. Nesse sentido, o IMuNe busca também cooperar com as ações culturais, ampliando e encorajando, a partir da oferta de debates e ações formativas, um maior envolvimento e participação dos negros nas curadorias, produções e patrocínios”, comenta Bia Nogueira. 

SOBRE IMUNE

Criado em 2016 como uma Mostra, o IMuNe realizou seu primeiro Festival em 2018 e ao longo das edições de 2020, 2021 e 2022 a representatividade negra esteve presente nos palcos, bastidores, plateias, redes sociais e meios de comunicação. 

Com edições presenciais, virtuais e híbridas, o Festival IMuNe atravessou os desafios impostos pela pandemia do COVID-19, conectando novos artistas com artistas consagrados na cena brasileira e gerando renda para diferentes profissionais da cadeia produtiva da cultura. Chico César, Elza Soares e Djonga são alguns dos artistas de renome nacional que estiveram na programação do Festival em edições anteriores, junto com os artistas do Coletivo IMuNe (Bia Nogueira, Raphael Sales, Cleópatra, Maíra Baldaia, Gui Ventura e Rodrigo Negão) e de convidados como Brezzy.On, Yukáh, A Quadrilha, Fenda, Bela Maria contemplando ainda dezenas de outros artistas de diferentes estilos musicais. 

Em 2022, o IMuNe inovou, realizando uma experiência multisensorial no Metaverso, garantindo representatividade dentro e fora dos ambientes virtuais. O IMuNe Experience 2022 foi o primeiro Festival de música negra do mundo a ser realizado nessa rede de mundos virtuais que replica a realidade. Em todas as edições, houve espaços de formação com debates e palestras; chamamento público para novos artistas apresentarem showcases e desde 2022 abriu-se uma frente de investimento no setor de negócios com a criação da SeMPre. 

SERVIÇO

6ª edição do Festival IMuNe

+infor.: @coletivoimune

PROGRAMAÇÃO 2023

ABERTURA DA SEMPRE – SEMANA DA MÚSICA NEGRA, INDÍGENA, PERIFÉRICA E LGBTQIAPN+

2 de novembro, quinta-feira

15h – Lançamento Podcast “Ninguém Manda Ni Mim” com Bia Nogueira, Malu Tamietti. Convidada: Karol Conká. Tema: “50 anos e hip hop: Mulheres Negras e o Rap”

(ESPAÇO JARDIM) Sesc Palladium

Entrada Franca mediante retirada de ingresso | Vagas: 40

20h – Show de abertura do Festival – Karol Conká convida Bia Nogueira, Cleópatra e Raphael Sales (Coletivo Imune). (GRANDE TEATRO) Sesc Palladium

Ingresso: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia) – carteirinha de estudantes, idosos e quem trouxer um kg de alimento não perecível para o projeto Sesc Mesa Brasil

23h – Lançamento da Festa “Ninguém Manda Ni Mim” 

Discotecagem + Show de Cleópatra (integrante do Coletivo Imune) 

Mascate Runeria (Av. do Contorno, 1790 – Floresta)

Ingresso preço único: R$15

3 de novembro, sexta-feira

9h30 – Workshop: Gunga: Interseção entre as danças urbanas e a ancestralidade 

Ministrante: Kátia Aracelle e Guida 

(ESPAÇO JARDIM) Sesc Palladium

Entrada Franca mediante inscrição

18h30 – Marketing de influência e a carreira artística:

Palestrante: Victoria Silva

(ESPAÇO JARDIM) Sesc Palladium

Entrada Franca mediante retirada de ingresso | Vagas: 40

19h30 – Música e tecnologia: as possibilidades dos eventos no Metaverso e inteligência artificial e o diálogo com a carreira artística

(ESPAÇO JARDIM) Sesc Palladium

Entrada franca mediante retirada de ingresso | vagas: 40

4 de novembro, sábado

14h – Circulo dos saberes, Rodada de negócios e pitchings com programadores e artistas negros, indígenas, periféricos e LGBTQIAPN+

Híbrido: Presencial e on line no youtube do Imune

(ESPAÇO JARDIM) Sesc Palladium

Entrada franca mediante retirada de ingresso | vagas: 40

17:30h – A Produção Cultural na Música Negra e Feminina com Elisa de Sena 

(ESPAÇO JARDIM) Sesc Palladium

Entrada franca mediante retirada de ingresso | vagas: 40

19h – Showcases com artistas selecionados via chamamento

(Teatro de Bolso) Sesc Palladium

Entrada franca mediante retirada de ingresso 

22h – Festa de encerramento do Festival Imune

Show com Raphael Sales

Pré-lançamento do Álbum de Bia Nogueira

DJ  Roxie

Mascate Runeria (Av. do Contorno, 1790 – Floresta)

Ingresso preço único: R$15