O espetáculo poderá ser conferido gratuitamente no próximo sábado, dia 03 de junho, às 16h, no Adro da Igreja São Francisco de Assis. Além da apresentação, nos dias 01 e 02 de junho, os artistas ainda ministram oficinas no Museu Boulieu e na UFOP.
“Proncovô” é um show poético musical que, celebrando a arte do caminhar, seguir em frente e estar na estrada, propõe uma homenagem ao artista mambembe, ao andarilho e à vocação nômade do artista, que parte sempre em busca de seu público. Protagonizada por Laura de Castro e Zé Motta, com direção e dramaturgia de Eduardo Moreira e direção musical de Sérgio Pererê, a montagem traz os atores-músicos para a cena como trovadores populares e contemporâneos, tocando, cantando e recitando textos e poemas costurados em uma dramaturgia que festeja a cultura brincante brasileira.
Com composições autorais que se juntam a canções populares, o espetáculo convida o público para uma experiência em que a emoção do encontro fala mais alto. O espetáculo tem excursionado por algumas cidades e chega a Ouro Preto depois de ter passado por Belo Horiozonte, Sabará, Catas Altas, Barão de Cocais e Itabirito(30/05). Além da apresentação, os artistas também levam na bagagem oficinas que serão ministradas para estudantes locais. Em Ouro Preto, os participantes serão os alunos dos cursos de teatro, dança e música da UFOP e também da Estadual Estadual Maria do Carmo Almeida.
A escolha por iniciar a turnê por essas cidades já estava no cerne do projeto, que nasceu com o objetivo de percorrer pontos importantes da Estrada Real. “Após a pandemia, percebemos uma ebulição cultural, a volta dos shows e peças, porém percebemos que isso estava forte apenas nos grandes centros e capitais. Nosso desejo foi descentralizar, levar nossa arte até essas pessoas”, explica Laura de Castro.
A força do encontro ao longo da caminhada é uma metáfora do próprio processo do espetáculo, que marca a reaproximação artística de Eduardo Moreira e Laura de Castro, que viveram uma experiência teatral juntos anos atrás. “É um encontro artístico e afetivo. A Laura trabalhou comigo quando tinha quase 12 anos. Quando ela me convidou para fazer a direção de um show dela com Zé, topei na hora porque deslumbrei a possibilidade de trabalhar o jogo e a relação da música com o teatro e, somado isso, tendo a liberdade de abordar um assunto que sempre me interessa muito que é o caminhar, o lugar do andarilho, do nômade, aquele que está sempre locomovendo-se em busca de alguma coisa”, conta Moreira, que também é um dos integrantes do Grupo Galpão.
“Acredito que a assinatura do Eduardo está bem impressa na peça, a leveza, a poesia, a comicidade, o movimento. E, ao mesmo tempo, ele nos dá liberdade e nos incentiva a colocarmos nossa marca”, acrescenta Laura.
A perspectiva de transmutar, estar sempre partindo e chegando é uma característica imanente a todo o artista. Para tecer a dramaturgia, Eduardo Moreira se inspirou nos livros “A História do Caminhar”, de Rebecca Solnit, e “Caminhar, Uma Filosofia”, de Fréderic Gros. O roteiro final faz uma colagem com escritos e poemas de diversos autores como Antônio Machado, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski, Fernando Pessoa, incluindo também composições musicais dos artistas-cantores, misturadas com clássicos da música popular, criando um caleidoscópio de sensações.
“Existe o encontro e um embate do encontro de uma forma ancestral de arte dita pela juventude dos seus intérpretes. Encontros da tradição com o contemporâneo, o erudito e o popular, a música e o teatro, o lírico e o épico, tudo isso numa linguagem que sempre busca a comunicação direta com o público”, garante o diretor.
Sérgio Pererê, diretor musical do espetáculo, foi de extrema importância para a costura entre música e cena. Trazendo sua grande experiência como multiartista e seu vasto conhecimento cênico, Pererê provocou os artistas a borrarem a divisão entre som e texto, e a trazerem texturas e timbres diferentes. “Está sendo um desafio maravilhoso aprender novos instrumentos. Pererê trouxe essa provocação, para que experimentássemos outras sonoridades harmônicas e percussivas, e nós entramos de cabeça”, comenta Zé.
Oficinas em escolas públicas e centros culturais
Todas as cidades que irão receber as apresentações do show cênico “PRONCOVÔ” também serão palco de uma oficina ministrada pelos protagonistas do espetáculo, Laura de Castro e Zé Motta. A proposta é compartilhar com estudantes e artistas locais, selecionados em parceria com órgãos de educação e cultura municipais, a bagagem acumulada por Laura e Zé ao longo da carreira, nas linguagens da música, do teatro, e da dança, proporcionando uma experiência artística para os participantes.
A oficina busca trazer um pedaço do espetáculo para dentro da sala de aula, onde os artistas-professores irão trabalhar músicas, movimentos e poemas utilizados na peça. Parte do conteúdo trabalhado na oficina será usado no espetáculo, trazendo a interação e a participação dos alunos.
O objetivo desses encontros, além de trabalhar os conteúdos didáticos, é incorporar a arte ao cotidiano dessas pessoas, gerando respeito, conhecimento e interesse pelas manifestações artísticas.
“PRONCOVÔ”, show cênico de Laura de Castro e Zé Motta é um projeto realizado pela Laura de Castro Produções Artísticas com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O patrocínio é do Instituto Cultural Vale e a produção é da Lazúli Cultura.
SERVIÇO
“PRONCOVÔ”, show cênico de Laura de Castro e Zé Motta
DE 1º A 3 DE JUNHO – OURO PRETO
Oficinas
01/6: Quinta-feira, às 14h – Museu Boulieu – R. Padre Rolim, 412 – Centro
02/6: Sexta-feira, de 09h30 às 11h30, no Campus da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP
Espetáculo
03/6: Sábado, às 16h – Adro da Igreja São Francisco de Assis
Todas as atividades são gratuitas