Iniciativa em parceria com o Ministério da Saúde, conduzida pelo Hospital Moinhos de Vento, incentiva um tratamento menos invasivo e seguro em pacientes com câncer de próstata de baixo risco no SUS

Com o intuito de reduzir as intervenções desnecessárias em pacientes com câncer de próstata, bem como minimizar eventos adversos e sequelas dos tratamentos, a mundialmente utilizada estratégia de vigilância ativa ainda é pouco indicada no Brasil. Uma iniciativa do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), do Ministério da Saúde, está recrutando voluntários para participar de um estudo que busca incentivar e coletar dados desse tratamento no SUS.

Conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento, o projeto VigiaSUS está recrutando cerca de 200 participantes em todo o Brasil, entre 18 e 78 anos, com diagnóstico de adenocarcinoma de próstata realizado nos últimos 12 meses, com toque retal com doença localizada, exame de PSA menor que 10 ng/ml e biópsia prostática com Escore de Gleason menor ou igual a 6.

Podem participar do estudo pacientes da rede pública atendidos nos centros de saúde localizados nos municípios de Barretos (SP), Belo Horizonte (MG), Espírito Santo (ES), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Rio Grande (RS), Pelotas (RS), Curitiba (PR) e Osasco (SP), entre outros em avaliação. Para isso, basta entrar em contato pelos telefones sinalizados ao final do texto.

Iniciado em 2022, o projeto conta com a participação de cerca de 15 centros de tratamento oncológico do SUS em todas as regiões do país, que recebem suporte da equipe médica do PROADI-SUS para a implantação de um protocolo assistencial de vigilância ativa. Nesse acompanhamento, os pacientes são avaliados por exame clínico, PSA, ressonância multiparamétrica de próstata e biópsia prostática, podendo-se evitar ou postergar tratamentos radicais em pacientes com câncer menos agressivo.

A otimização e o direcionamento do tratamento conservador para os casos de menor ameaça liberam vagas a pacientes com doença mais grave e possibilita um tratamento mais ágil para os pacientes com outros tumores, como pulmão e mama, que têm maior tempo de espera para a realização de intervenções e, muitas vezes, perdem vagas por ficarem atrás de cirurgias que não são urgentes”, afirma o Dr. Pedro Isaacsson, Head de pesquisa clínica e líder da iniciativa no Moinhos de Vento.

Sobre o projeto

Vinculado ao objetivo número 1 do Plano Nacional de Saúde, que visa promover a ampliação da oferta de serviços de atenção especializada com vista à qualificação do acesso e redução das desigualdades regionais, o VigiaSUS busca avaliar os desfechos de uma coorte de pacientes com câncer de próstata de baixo risco acompanhados pela estratégia de vigilância ativa através de um protocolo assistencial no SUS.

Os objetivo são: incentivar e coletar dados de uma estratégia com potencial de diminuir em até 50% o número de intervenções por prostatectomias e/ou radioterapia em pacientes com câncer de próstata de risco favorável; realizar análise de custo-efetividade da estratégia de VA em relação à cirurgia e radioterapia; avaliar os desfechos oncológicos, qualidade de vida, diferenças étnico-raciais e aspectos econômicos; “O intuito é alocar melhor os recursos a quem precisa e, para isso, estamos trabalhando com os dados relacionados ao mundo todo, aplicando uma abordagem inovadora e eficaz no SUS”, conclui Isaacson.

Serviço:

Confira abaixo a relação dos centros participantes:

Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes — HUCAM Vitória (ES)

Hospital do Câncer de Barretos – Hospital de Amor — Barretos (SP)

Hospital Mario Penna — Belo Horizonte (MG)

Hospital Santa Izabel — Salvador (BA)

Oncocentro/Hospital São Carlos — Fortaleza (CE)

Hospital Universitário – FURG — Rio Grande (RS)

Hospital Escola da UFPEL — Pelotas (RS)

Hospital Erasto Gaertner — Curitiba (PR)

Hospital Nossa Senhora da Conceição — Porto Alegre (RS)