O laser pointer, ou laser verde, traz sérios riscos à aviação, principalmente, nos momentos mais sensíveis do voo como aproximação e pouso
Pode até parecer inofensivo, mas, o uso indevido de ponteiras de raio laser contra a cabine de aeronaves expõe a segurança da operação aérea. Em geral, grande parte das ocorrências são em momentos de baixa altitude e que necessitam de total empenho e atenção dos pilotos, tanto para os instrumentos quanto para as referências em solo. Desde a assunção da CCR Aeroportos, em maio deste ano, foram contabilizadas seis notificações de feixe de luz de raio laser nas cabines dos aviões no Aeroporto de Pampulha.
“A prática traz sérios riscos à aviação, principalmente em fases mais críticas, como a aproximação final para o pouso. Desde que a CCR Aeroportos assumiu a administração do aeroporto, vem trabalhando continuamente para garantir maior segurança nas operações aeroportuárias, mas, nesta situação, além da atuação da Concessionária é necessário a conscientização da população para que não tenha esse tipo de atitude” pontua Ricardo Signorini, gerente do Aeroporto de Pampulha.
O Aeroporto de Pampulha localiza-se em uma região de concentração urbana alta e, por isso, é um dos aeroportos mais afetados por esse tipo de interferência. Apenas neste ano, oito eventos foram reportados entre os meses de janeiro e agosto. De acordo com Signorini, “é importante destacar que o Aeroporto de Pampulha é dedicado para aviação geral/executiva e muitas aeronaves são controladas por um único piloto, o que expõe ainda mais a uma situação de risco – já que não há o apoio do copiloto em um momento de emergência”.
De acordo com o CENIPA – Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, o uso indevido de ponteiras de raio laser contra cabines de aeronaves é risco potencial para as operações aéreas. Entre os problemas mais recorrentes estão o ofuscamento e a cegueira momentânea, a distração e o comprometimento da atenção dos pilotos para realizarem manobras de segurança durante o pouso e a decolagem. Em casos mais graves, o feixe de luz também pode causar lesões e queimaduras na retina do piloto.
Vale ressaltar que, conforme o Código Penal, Art. 261, expor a perigo aeronave ou praticar qualquer ato que possa impedir ou dificultar a navegação aérea é crime, com pena de dois a cinco anos de prisão.