Evento online, que contará com a participação especial do violeiro Chico Lobo, terá enfoque nos sete bens culturais imateriais do estado
No mês em que é comemorado o Dia do Patrimônio Cultural Brasileiro, a Casa Fiat de Cultura discorrerá sobre como as expressões culturais pautam a memória das comunidades no Encontros com o Patrimônio. Para esta edição do evento, que tem como tema “Patrimônio Imaterial: tradições e identidades culturais em Minas Gerais”, o convidado é o violeiro e pesquisador Chico Lobo, que vai conversar com o público sobre os “Saberes, linguagens e expressões musicais da viola de Minas Gerais”. Ele participará de um bate-papo virtual com a historiadora e educadora do Programa Educativo da Casa Fiat de Cultura, Ana Carolina Ministério, que vai falar sobre os outros seis bens culturais de natureza imaterial registrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). O evento será online, pelo canal da Casa Fiat de Cultura no YouTube, no dia 21 de agosto, das 11h às 12h30, com inscrição gratuita pela Sympla: bit.ly/EncontrosPatrimonioImaterial.
Em 1988, a Constituição Brasileira ampliou a noção de patrimônio cultural e reconheceu a existência de bens culturais de natureza material e imaterial. Depois disso, outros documentos normativos foram sendo elaborados e, atualmente, sete bens de natureza imaterial são registrados pelo IEPHA em Minas Gerais. Durante o bate-papo com o público, Ana Carolina Ministério vai falar sobre cada um deles: Comunidade dos Arturos; Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte; Modo de Fazer o Queijo Artesanal da Região do Serro; Folias de Minas; Saberes, Linguagens e Expressões Musicais da Viola; Comunidade Quilombola Manzo Ngunzo Kaiango e Artesanato em Barro do Vale do Jequitinhonha: saberes, ofícios e expressões artísticas.
O patrimônio imaterial diz respeito aos bens culturais intangíveis: formas de expressão, saberes, celebrações e lugares, dos quais um grupo mantém sua identidade e dá continuidade às suas tradições. Segundo a historiadora, são essas manifestações que diferenciam uma comunidade da outra. “O que enriquece a cultura dos grupos humanos é a diversidade. Sem essas diferenciações e singularidades tudo seria igual, homogeneizado. E esses conhecimentos estão com as pessoas que fazem parte dessas comunidades, os chamados detentores. Por isso, valorizar a diversidade cultural e salvaguardar o patrimônio imaterial é importante para manter essas tradições, não deixar que elas desapareçam com o passar dos anos e, principalmente, garantir que elas sejam transmitidas a outras gerações”, pontua.
Em 2018, os saberes, linguagens e expressões musicais da viola foram reconhecidos como patrimônio cultural imaterial do estado de Minas Gerais. Vindo de Portugal, aqui o instrumento ganhou nomes, jeitos de confeccionar, e maneiras de tocar diversas, se transformando em um objeto muito representativo. Referência no assunto, Chico Lobo, que tem mais de 40 anos de amor e pesquisa junto ao rico universo da viola brasileira, garante que tal reconhecimento garante inúmeros benefícios, sobretudo para os violeiros. “A riqueza da viola faz parte da alma de Minas. Trata-se de um instrumento tão fundamental nos fazeres e saberes de nosso povo, que está intimamente conectado às tradições em todo território mineiro”, enfatiza.
O Encontros com o Patrimônio “Patrimônio Imaterial: tradições e identidades culturais em Minas Gerais” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Fiat, do Banco Safra e da Usiminas, e co-patrocínio do Grupo Colorado. O evento tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Programa Amigos da Casa, da Brose do Brasil e do Instituto Usiminas.
Chico Lobo
Nasceu em São João Del Rei (MG). Palcos do Brasil e do mundo (Itália, Canadá, Chile, China, Colômbia e Portugal) já o receberam. É considerado violeiro de estirpe, mestre das notas choradas, compositor de obras que destroem qualquer preconceito musical. Tem presença de palco cativante. Transporta aos espetáculos o ambiente étnico cultural de festa e celebração – contexto caipira -, conectado à atualidade. Lançou 27 CDs; 2 DVDs e 1 livro resultado de fértil carreira. Seu primeiro CD “No Braço Dessa Viola” foi finalista ao Sharp97. Seu DVD Viola Popular Brasileira é pioneiro no gênero. Atento a descobrir e divulgar valores, idealizou e apresentou o televisivo Viola Brasil, entre 2003 e 2020. Em 2007 e 2009 foi Diretor Musical do Espetáculo da Rede Internacional de Municípios pela Cultura de Serpa (Portugal). Em 2008, lançou em Portugal e no Brasil o primeiro registro em CD do “Encontro das Violas Campaniça e Caipira” junto ao violeiro Pedro Mestre. Depois, lançou o DVD deste encontro. Em 2011 trouxe ao universo da viola parcerias inéditas com compositores nacionais. Recebeu quatro vezes o Prêmio Profissionais da Música. Em novembro de 2022 lançou o CD “O Tempo é Seu Irmão”, e em 2021 o CD “Alma e Coração”. Seu espetáculo é uma síntese da carreira. Nele desfilam: folias, catiras, lundus, reisados, modas, cateretês, além de causos que levam a total participação do público.
Casa Fiat de Cultura
A Casa Fiat de Cultura cumpre importante papel na transformação do cenário cultural brasileiro, ao realizar prestigiadas exposições. A programação estimula a reflexão e interação do público com várias linguagens e movimentos artísticos, desde a arte clássica até a arte digital e contemporânea. Por meio do Programa Educativo, a instituição articula ações para ampliar a acessibilidade às exposições, desenvolvendo réplicas de obras de arte em 3D, materiais em braille e atendimento em libras. Mais de 60 mostras, de consagrados artistas brasileiros e internacionais, já foram expostas na Casa Fiat de Cultura, entre os quais Caravaggio, Rodin, Chagall, Tarsila, Portinari entre outros. Há 16 anos, o espaço apresenta uma programação diversificada, com música, palestras, residência artística, além do Ateliê Aberto – espaço de experimentação artística – e de programas de visitas com abordagem voltada para a valorização do patrimônio cultural e artístico. A Casa Fiat de Cultura é situada no histórico edifício do Palácio dos Despachos e apresenta, em caráter permanente, o painel de Portinari, Civilização Mineira, de 1959. O espaço integra um dos mais expressivos corredores culturais do país, o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. Mais de 3,2 milhões de pessoas já visitaram suas exposições e 580 mil participaram de suas atividades educativas.
SERVIÇO
Encontros com Patrimônio online
Convidado: Chico Lobo
21 de agosto, das 11h às 12h30 – Bate-papo virtual
Evento gratuito, com inscrição pela Sympla: bit.ly/EncontrosPatrimonioImaterial
Casa Fiat de Cultura
Circuito Liberdade
Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH/MG