O mercado imobiliário tem recebido, de forma positiva, os anúncios de redução da taxa básica de juros da economia brasileira. A taxa referência – Selic – caiu pela sétima vez seguida, agora de 10,25% para 9,25% ao ano, chegando ao menor índice desde outubro de 2013, e a expectativa é finalizar o ano entre 7,5 e 7%, no patamar mais baixo da história brasileira.
Segundo Evandro Negrão de Lima Jr, presidente da My Mall, que atua há cerca de cinco anos no desenvolvimento e operação de street malls, os juros menores estimulam os investimentos no mercado imobiliário, principalmente em empreendimentos comerciais. “Quem tem disponibilidade para investir, geralmente o faz em imóvel ou em aplicação no mercado financeiro. Com as taxas de juros mais baixas, naturalmente a competição fica mais fácil de ser vencida pelo mercado imobiliário, e o mais importante é o quesito inflação, que muita gente não leva em conta. Na aplicação financeira o investidor perde a inflação e no mercado imobiliário ele ganha e isso é bastante significativo no resultado final”, avalia.
Ele alerta que o momento é oportuno para os investidores, devido às possibilidades de lucrarem com o aluguel e valorização, causada também pela trajetória descendente das taxas de juros. “No mercado imobiliário, o imóvel e o contrato de locação estão sempre sendo corrigidos, tendo seus valores acrescidos de inflação anualmente, fato que não ocorre no investimento bancário. E ainda há mais uma vantagem: os juros continuam em movimento de queda, assim as pessoas que optarem por realizar investimentos em imóveis nesse período ainda podem contar com a futura e breve valorização do bem adquirido.”
Lima Jr. também destaca que, para quem quer se tornar um investidor, com a redução da taxa Selic, os financiamentos bancários ficam mais acessíveis, o que eleva o poder de compra dos consumidores. “A Selic serve como referência para as diversas taxas de juros existentes no mercado e, assim, sua redução reflete na queda das taxas praticadas em diversos instrumentos financeiros (tais como os empréstimos às pessoas físicas), estimulando o consumo e os investimentos na compra de imóveis, uma vez que os juros pagos serão menores”, detalha.
A diminuição dos juros também tende a impulsionar o lançamento de empreendimentos imobiliários a um custo mais acessível às empresas do ramo. “Como tais empreendimentos geralmente envolvem um grande montante de capital, é comum a captação de recursos por meio de empréstimos à produção ou a fundos de investimento que pagam juros a seus detentores. Assim, a queda dos juros pode viabilizar novos projetos no setor, ao passo em que diminui o custo de captação das empresas. Adicionalmente, tal benefício pode ser repassado ao consumidor final por meio de melhores condições de pagamento, aquecendo o lado da demanda”, analisa Lima Jr.