Em seu mês de aniversário, a Casa apresenta lives com conversas intimistas entre artistas de diferentes gerações e movimentos. São eles: Thalma de Freitas e Céu (6 de maio); Duda Brack e Ney Matogrosso (13 de maio); Johnny Hooker e Gaby Amarantos (20 de maio); Tato, da banda Falamansa, e Anastácia, conhecida como a Rainha do Forró (27 de maio) e, para fechar as comemorações, na semana do meio ambiente Lenine conversa com Guy Marcovaldi e Neca Marcovaldi, coordenadores do Projeto Tamar (3 de junho)


Mais uma vez longe dos palcos, mas trabalhando muito para continuar conectando artistas e públicos, a Casa Natura Musical completa, em maio de 2021, quatro anos de atividade. Desde a sua inauguração, em 11 de maio de 2017, a Casa se posiciona como um espaço que se propõe a ser mais que uma casa de shows, atuando como um equipamento cultural que celebra a pluralidade da música brasileira e amplifica as vozes de artistas, coletivos e movimentos de todo o país, conectando fãs e artistas por meio da sua programação física e produção de conteúdo virtual.

Empreendimento dos sócios Paulinho Rosa (Canto da Ema), Edgard Radesca (Bourbon Street) e Vanessa da Mata, a Casa Natura Musical, nos seus quatro anos de funcionamento, já realizou mais de 400 shows que reuniram 500 artistas, trazendo um público estimado em mais de 150 mil pessoas, além de mais de 160 lives, reunindo mais de 250 artistas de Estados como Minas Gerais, Acre, Bahia, Roraima, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal, entre muitos outros.

Para comemorar seu aniversário, as lives de Afetos, série baseada em bate-papos musicais acolhedores entre artistas de diferentes cenas, foram pensadas considerando a temática do mês, Mais Que Uma Casa de Show, e focando em encontros que contrapusessem artistas de diferentes gerações e movimentos musicais.

No dia 6 de maio, Céu e Thalma de Freitas se reuniram num encontro dedicado ao Dia das Mães (o registro está no IG @casanaturamusical). No dia 13 de maio, Duda Brack Ney Matogrosso protagonizam uma live sobre o presente e o futuro da canção brasileira. Johnny Hooker e Gaby Amarantos promovem o encontro do pop de Recife e Belém na live do dia 20 de maio. O paulista Tato, vocalista do Falamansa, recebe a pernambucana Anastácia numa live em homenagem à Rainha do Forró, que completa 81 anos este mês, no dia 27 de maio. Para fechar as comemorações, na semana do meio ambiente, Lenine conversa com Guy Marcovaldi e Neca Marcovaldi, coordenadores do Projeto Tamar, no dia 3 de junho.

Os nomes acima se associam também à pluralidade de vozes, movimentos, gerações e gêneros que já passaram pelo espaço físico da Casa Natura Musical. Alguns dos destaques ao longo desses anos são Dona Onete, Linn da Quebrada, Lia de Itamaracá, Alceu Valença, Margareth Menezes, Maria Rita, Luedji Luna, Gal Costa, Emicida, Baco Exu do Blues, João Bosco, Duda Beat, LinikerJohnny Hooker, Clarice Falcão, Mestrinho, Silva,Rubel e Jorge Drexler, artista uruguaio e nome de destaque na música mundial.

As pautas trabalhadas tanto no palco físico quanto virtual abordam temas de profunda reflexão, como diversidade, igualdade racial, direito das mulheres, autocuidado, aceitação autocuidado e meio ambiente. Algumas lideranças dessas frentes que já participaram da programação online da Casa são os líderes indígenas e ambientalista Ailton Krenak e Sônia Guajajara, além da ambientalista Angela Mendes, filha de Chico Mendes.

Por realizar e promover  eventos  que se relacionam com temáticas ligadas à diversidade de gênero e corpos, a Casa recebeu, em 2020, o Selo Municipal de Direitos Humanos e Diversidade, um distintivo por incluir em suas diretrizes, propostas artísticas e canais de comunicação a diversidade e inclusão LGBTQIA+.

Suyanne Keidel, diretora executiva da Casa, explica que a visão de equipamento cultural está relacionada à prestação de serviço às comunidades por meio da cultura, arte e música. “Nosso trabalho, atrelado a uma curadoria artística que propõe reflexões, é amplificar vozes de artistas, de coletivos e de movimentos de todo o país”.

A Casa, que ficou conhecida por trazer para os palcos o que existe de mais diverso, inovador e relevante na música brasileira, também realizou lançamento de documentários de música, debates e festas especiais. Alguns exemplos são O Fervo, noite de lançamento do documentário de mesmo nome dirigido por Adriana Couto e que capta bastidores de um show do grupo As Baías (antiga As Bahias e a Cozinha Mineira), Tássia Reis e Liniker; o show gratuito e a céu aberto FILHXSENETXS, que reuniu Mahal PitaRico Dalasam e outros artistas negros com conexões ancestrais e artísticas com a Bahia e o Brasil afrodiaspórico; o lançamento do livro Quem Tem Medo do Feminismo Negro?, da filósofa Djamila Ribeiro; o show de Nego Bala seguido da exibição do documentário Da Boca do Lixo e duas ballrooms que reuniram performers, atrações musicais, batalhas de dança e mesas de debate sobre a cultura voguing. O painel de LED na fachada do espaço também abrigou exposições de artes visuais, criando diálogos entre a música e outras linguagens artísticas. 

“Entendemos que um dos papéis fundamentais da cultura é atuar no imaginário de quem a consome, promovendo valores, abrindo diálogos, construindo pontes.  É essencial que neste país multicultural, com dimensões continentais que formam tantos ‘Brasis’, cada vez mais os espaços de cultura tragam artistas e personalidades que defendam pautas como inclusão racial, diversidade de gênero, acessibilidade, sustentabilidade,  e que se posicionem frente às transformações necessárias para um mundo igualitário”, defende Michelly Mury, coordenadora artística e curadora da Casa Natura Musical.

Reforço de conteúdo digital
Em março de 2020,  quando a pandemia do novo coronavírus se agravou no Brasil, mais de 30 shows presenciais precisaram ser adiados por tempo indeterminado. O adiamento dos shows não significou, no entanto, uma pausa no trabalho. Ao contrário: acarretou numa acentuação da presença do espaço no ambiente online, com lives, divulgação de conteúdos nos canais de comunicação e de novos projetos online.

Além das 160 lives, a Casa desdobrou sua produção digital em editorias semanais, quinzenais e mensais. Alguns dos exemplos são o Capa do Disco, entrevistas com artistas e designers sobre o processo criativo da produção de capas de CDs; o Giro, editoria quinzenal composta por um vídeo que reúne acontecimentos de destaque da música; o Artista Indica Artista, em que nomes variados da música contam sobre o que andam ouvindo por meio de um vídeo curto; playlists semanais baseadas em diversos assuntos e publicações de homenagens e lembranças de datas comemorativas, forma de preservar a memória da cultura brasileira por meio das redes da Casa.

Algumas das homenagens realizadas foram uma série de encontros virtuais dedicados à memória de Dona Ivone Lara em lives com artistas e jornalistas especializados na história da cantora; série de debates entre artistas africanos de países que falam em português em comemoração à Semana da Língua Portuguesa, uma playlist sobre Visibilidade Lésbica composta por músicas criadas e interpretadas por mulheres LGBTQ+ e lives informativas sobre assuntos como a cultura ballroom e a obra de Baden Powell.

“Nesses últimos meses, apesar da distância física, a música continuou sendo o nosso lugar de encontro e de trocas. Refletir sobre a cultura como a ponte para a construção de um futuro mais bonito nunca foi tão relevante. Exploramos novos formatos, descobrimos novas plataformas e adentramos em novos territórios sem perder a nossa essência: a de celebrar a música, buscando a construção de uma sociedade mais diversa, inclusiva e sustentável”, diz Suyanne Keidel.

Nesse período, as redes da Casa tiveram aumento superior a 30%, com alto engajamento e alcance de público – antes de São Paulo, Grande São Paulo e Rio de Janeiro e, em seguida, de qualquer lugar do Brasil e do mundo. Durante as lives, os acessos internacionais aumentaram e foram citados pelos próprios artistas, que destacaram mensagens vindas de uma audiência de Portugal, França, México, Venezuela e Argentina, entre outros.

Além dos canais digitais em 2020, pela primeira vez a Casa Natura Musical levou seu palco para a televisão e, em parceria com a Zoe Films, se transforma na curadora da 4ª temporada do MINIDocs, série exibida nas emissoras Arte1 e TV Cultura e hospedada no Youtube. Nela, artistas realizam apresentações musicais e dão entrevista sobre suas carreiras. Além da curadoria, os onze episódios foram gravados no espaço físico da Casa.

A estreia do programa, que aconteceu em setembro de 2020, recebeu Tim Bernardes. Ainda se apresentaram Doralyce, Luê, Jadsa, Alice Caymmi, Rico Dalasam, Maria Beraldo, Pedro Viáfora, Bia Ferreira, Marcia Castro e Nicolas Krassik.

Uma parceria bem sucedida que une arte e educação iniciada em 2020 e planejada para este ano é o programa de YouTube Seguindo a Canção, realizado com a Faculdade Descomplica, primeira EdTech brasileira a ingressar no mercado de ensino superior com cursos 100% online. A parceria acredita na música e na educação como potentes agentes aliados na transformação social, capazes de ampliar repertórios e capacitar novos olhares. Até o momento participaram MC Tha, Leci Brandão, Liniker, Zélia Duncan, MC Carol de Niteroi, KL Jay, Tássia Reis, Xande de Pilares, Chico Cesar e Letrux.

“Nós, trabalhadores da cultura, estamos nos encontrando por meio de um clima de fraternidade. Nos entusiasma perceber o quanto a Casa Natura Musical vem ocupando cada vez mais esse lugar de veículo de comunicação, trazendo para perto de si os artistas com seus lançamentos e novas produções. Além disso, estamos também criando os nossos caminhos com projetos inéditos, o que nos dá mais ânimo para atravessar essa fase”, diz Michelly Mury.

“Entendemos que o público ao nosso redor é cada vez mais interseccional e plural. Nossa equipe de curadoria e planejamento conecta artistas e suas trajetórias com discussões e comportamentos emergentes”, explica Suyanne. “A Casa é um projeto rico em construção identitária que perpassa por territórios de arte, beleza, moda, estilo de vida, cena artística, criatividade e pertencimento, tendo como vetor e elemento catalisador a música”, finaliza.

Ainda sem uma data definida para o retorno ao espaço presencial, a Casa continua apostando no poder de conexão da música, mesmo que digitalmente. Acompanhe a programação através das redes sociais e pelo site www.casanaturamusical.com.br.