Apurado pela Fecomércio MG, o índice expandiu 11,1 pontos na passagem de julho para agosto, a maior expansão do indicador em 2020
A flexibilização das atividades empresariais em Belo Horizonte, ocorrida no último mês, contribuiu para melhora na confiança dos empresários da capital. É o que aponta o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), que atingiu 68,1 pontos em agosto, uma recuperação de 11,1 pontos em relação a julho (57,0). A variação é a maior registrada pelo indicador neste ano.
Elaborado mensalmente pela Fecomércio MG, com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Icec reflete as perspectivas em relação ao futuro da economia, do comércio e das empresas, antecedendo aos resultados nas lojas. O índice serve de referência para decisões relativas ao desenvolvimento local, como os investimentos e a geração de novos empregos.
O economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, avalia que a melhora no indicador pode ser justificada pela reabertura do comércio na capital. “A paralisação das atividades em virtude da pandemia de Covid-19 provocou impactos em todos os setores econômicos do país. Porém, aos poucos, os estabelecimentos foram autorizados a funcionar, mesmo que em regime escalonado, aumentando, assim, a confiança do empresário”.
O especialista, no entanto, lembra que ainda há um longo caminho a percorrer, uma vez que o Icec permanece na zona de pessimismo, que varia entre 0 a 100 pontos. Apesar disso, o mês de agosto já aponta para uma tendência de melhora, que deve prevalecer durante os dois últimos trimestres do ano. Não por acaso, todos os itens que compõem o Icec tiveram expandiram de julho para agosto.
O destaque foi o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio(Ieec), que sinaliza as impressões do setor em relação aos próximos meses. Esse subindicador cresceu 24,2 pontos em agosto, atingindo 103,9 pontos. A confiança na melhora da economia brasileira (52,4%), na expansão do setor (57,0%) e no crescimento das vendas da própria loja (67,7%) contribuíram para esse resultado.
O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (Iiec) – que retrata os planos de melhoria na loja, de ampliação de estoques e do quadro de funcionários – avançou 5,6 pontos, atingindo 64,3 pontos, frente aos 58,7 registrados em julho. Entre os itens do subindicador, destaca-se o nível adequado dos estoques, fator apontado por 45,9% dos entrevistados. “Com cautela, os empresários começam a retomar suas atividades, seguindo rigorosamente os protocolos sanitários. Porém, 45% dos empresários estão investindo menos, em virtude do cenário de incertezas enfrentado pelos estabelecimentos”, ressalta Almeida.
O outro subindicador que apresentou melhora, no mesmo período, foi o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), que avalia a evolução da conjuntura econômica do país, do setor e das empresas. Esse índice avançou 3,5 pontos, saindo de 32,5 para 36,0 em agosto. Nesse contexto, o otimismo do empresário caiu principalmente entre as empresas com até 50 empregados.
Para elaborar a pesquisa de agosto, foram entrevistados mil empresários de Belo Horizonte nos últimos dez dias de julho. A margem de erro de 3,5% e o intervalo de confiança de 95%.