HUB-UnB e CHC-UFPR receberão voluntários para aplicação de doses do produto criado por laboratório chinês
Dois hospitais da Rede Ebserh participarão da terceira fase de testes de uma vacina produzida na China contra a Covid-19, cuja pesquisa é coordenada no Brasil pelo Instituto Butantan, de São Paulo. O Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB/Ebserh) e o Complexo Hospital das Clínicas (CHC-UFPR/Ebserh), em Curitiba, farão parte de 12 centros de pesquisa brasileiros responsáveis por testar, em larga escala, a segurança e eficácia do produto, chamado inicialmente de CoronaVac.
Inicialmente, a vacina será testada em aproximadamente 9 mil profissionais da saúde que estão lidando diretamente com o enfrentamento à pandemia, com maior exposição ao coronavírus.
A parceria internacional entre Brasil e China também prevê a troca de conhecimento e tecnologia para a produção em larga escala por meio do Instituto Butantan e Sinovac, empresa chinesa responsável pela pesquisa internacional. Nas duas primeiras fases, o laboratório chinês testou a vacina em aproximadamente mil voluntários do país de origem. Aplicado em animais, o produto se mostrou muito promissor.
De acordo com a pesquisadora Sônia Raboni, coordenadora da pesquisa no CHC-UFPR/Ebserh, os resultados dos testes no Brasil devem sair entre o final deste ano e janeiro do ano que vem. “Ainda não temos uma data específica para anunciar os resultados porque uma amostra de 9 mil pessoas não é tão fácil assim de encontrar, tendo em vista todos os requisitos a serem cumpridos e as etapas da pesquisa a serem executadas. O objetivo é que consigamos incluir o mais rápido possível os voluntários que participarão do estudo. Quanto antes nós conseguirmos fazer essa inclusão, mais rápido poderemos avaliar a eficácia dessa vacina”, ressalta a médica.
A gerente de Ensino e Pesquisa do HUB-UnB/Ebserh, Dayde Mendonça, afirmou que a produção de uma vacina eficaz e segura será a principal medida de saúde pública no enfrentamento e combate à pandemia, sobretudo ao considerar a alta taxa de contágio do vírus Sars-CoV-2 e a baixa cobertura das medidas de mitigação adotadas pelos diferentes governos, como o isolamento social. “Estamos muito entusiasmados com a possibilidade de participar desse estudo, que além da importância científica em âmbitos nacional e internacional, também nos permitirá a oportunidade de oferecer aos profissionais de saúde acesso imediato a uma promissora tecnologia de proteção à saúde”, salientou.
Centros de saúde
Além dos hospitais da Rede Ebserh, outros dez centros de saúde do Brasil auxiliarão a pesquisa, testando o produto em larga escala. No estado de São Paulo, participarão o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, o Hospital Israelita Albert Einstein, a Universidade Municipal de São Caetano do Sul, o Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e o Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina da USP, de Ribeirão Preto.
Em outros estados, haverá a colaboração do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da Universidade Federal de Minas Gerais e do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal e do Paraná, por meio das unidades da Rede Ebserh.
Para início dos testes, é necessária a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).